Maior performance em campo e aumento da produtividade na mesma área plantada. Estes são os maiores desejos e desafios de quem vive do agronegócio. Além da necessidade de produzir mais, quem convive e conhece o solo sabe que até 2050 […]
Maior performance em campo e aumento da produtividade na mesma área plantada. Estes são os maiores desejos e desafios de quem vive do agronegócio. Além da necessidade de produzir mais, quem convive e conhece o solo sabe que até 2050 será necessário dobrar a produtividade agrícola para suprir a demanda da população. A escassez de água e de terras chegará junto com um número exorbitante de habitantes no mundo: 10 bilhões.
Parece tarefa impossível alavancar esta produção sem arruinar o que resta do nosso planeta. Mas uma tendência tem despertado a atenção dos produtores e das empresas que fornecem ferramentas para estas fazendas: a agricultura digital. A digitalização tem grande papel nesta jornada, permitindo o uso mais inteligente de recursos por parte do produtor.
Dentro desta nova dinâmica do agronegócio, algumas empresas líderes de mercado compreenderam o potencial que softwares, dados e novas plataformas têm para ajudar a melhorar a operação agrícola e criar ainda mais eficiência no campo.
DNA Mineiro
Em 1934, Noel Rosa lançava Feitiço da Vila. Seus versos diziam: “São Paulo dá café, Minas dá leite e a Vila Isabel dá Samba”. Passados 84 anos – e deixando um pouco de lado a poesia – nos vemos obrigados a contrariar o saudoso sambista. A dinâmica do país mudou e a terra do pão de queijo, dos bares e das montanhas recebeu nos últimos anos um título novo, moderno e merecedor: polo da inovação. Belo Horizonte tornou-se referência em ecossistemas de startups e Minas Gerais ganhou destaque internacional no desenvolvimento da economia criativa.
Foi justamente neste cenário positivo para o empreendedorismo que em meados de 2013 surgia em Belo Horizonte uma empresa focada em transformar a agricultura. Como? Por meio da digitalização. Luiz Tângari, Carlos Neto e Gabriela Mendes uniram expertise de mercado a uma tecnologia inovadora para solucionar problemas reais que os produtores enfrentam no dia a dia do campo.
A Strider*, que começou como startup e com um único produto, hoje combina soluções tecnológicas para todos os formatos de operação agrícola. A empresa está ativa em mais de 3 mil fazendas, monitorando 4 milhões de hectares e expandiu sua operação para Colômbia, Bolívia, México, EUA e Moçambique.
Essa vontade de revolucionar o agronegócio despertou o olhar de uma gigante global, parceira de longa data e comprometida com os mesmos valores que a Strider. Em abril de 2018 a Syngenta, multinacional suíça, líder em desenvolvimento para o mercado agrícola, adquiriu a Strider, enfatizando que a digitalização é o futuro da agricultura e a força das Minas Gerais.
“Existe uma sinergia real entre Syngenta e Strider. É uma união entre duas empresas complementares para apoiar o crescimento e desenvolvimento da agricultura na América Latina, levando ao aumento da produção e eficiência para o agricultor”, conta André Savino, diretor de marketing da Syngenta Brasil.
Em busca dos melhores resultados
O desejo em construir uma plataforma digital global fez com que a Syngenta buscasse investir em parceiros que trouxessem conhecimento de mercado agrícola, novas tecnologias e plataformas. “Tanto a competência quanto as ferramentas (da Strider) vão nos ajudar a construir uma plataforma digital global e, sem dúvida, o Brasil é uma de nossas prioridades”, enfatiza Savino.
Nesta nova era, a Syngenta reforça sua visão de que as soluções digitais estão totalmente
integradas à sua oferta de negócio. A Strider, por sua vez, reafirma sua gestão independente e com a mesma cultura de agilidade e busca de excelência que sempre teve. De acordo com Luiz Tângari, CEO da Strider, o desejo da empresa é o de continuar desenvolvendo tecnologias para servir cada vez melhor ao agricultor, fazendo com que ele seja mais eficaz e cause menos impacto ao meio ambiente.
Apesar do grande investimento, os envolvidos deixam claro que a compra vai além da injeção de capital por parte da multinacional. O grande objetivo da aquisição é o de aumentar a capacidade das duas empresas em agregar maior valor aos seus clientes, fornecendo soluções digitais que vão gerar altos níveis de produtividade. “Hoje os agricultores não procuram comprar produtos químicos ou softwares isoladamente, eles estão focados em uma agronomia bem-sucedida. Não se compra mais produtos, compram-se resultados”, enfatiza Tângari.
Novos ciclos, mesma excelência
Presente em mais de 90 países e com 28 mil colaboradores, a Syngenta encerrou o ano de 2017 com faturamento na casa dos 12 bilhões de dólares. A magnitude da empresa deixou apreensivo, em primeiro momento, quem soube da aquisição. Um receio de que, com a compra, a empresa mineira poderia perder seu DNA, a “receita de casa” que vem funcionando tão bem.
Mas foi justamente este DNA que encantou os novos parceiros. “Nós fomos atraídos pela Strider por inúmeros fatores. Além da capacidade operacional para nos ajudar a melhorar as operações agrícola, fomos atraídos pela equipe, pela cultura organizacional. Queremos garantir que a Strider vai permanecer como uma empresa separada, desenvolvendo a cultura que já existe por aqui”, reforça Dan Burdett, líder digital global da Syngenta.
Além de reforçar o apoio à cultura, outro ponto enfatizado pelos líderes da multinacional foi em relação à segurança de dados dos clientes da Agtech. Para eles o Brasil ainda trata mal a privacidade de dados, mas não é algo que irá acontecer nesta negociação. “Os dados são propriedade do cliente”, completa Savino.
Futuro do agro
Assim como em outros setores da economia, o agronegócio passa por uma revolução em que será necessária a adaptação para determinar quem continua sendo competitivo. Abraçar o novo ainda gera estranhamento para o produtor conservador, que é cético em relação a eficiência das tecnologias no campo. Também causa restrições para pequenos produtores, que consideram as ferramentas investimentos muito altos para seus modelos de negócio.
Mas estes gargalos para adoção da digitalização estão com dias contados. O produtor tradicional está renovando
sua forma de gerir, uma vez que percebe aumento de lucro quando experimenta a agricultura digital. Os de pequeno porte, por sua vez, encontram cada vez mais ofertas disponíveis e customizadas para seu formato de operação. Nesta caminhada, Strider e Syngenta afirmaram que vão estar lado a lado com o agricultor por melhores resultados. “Vamos ajudá-los a buscar um novo patamar de performance, sendo mais sustentável e produzindo mais”, finaliza Savino.
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Por Alice Dutra
* A Strider agora é Syngenta Digital. A agtech mineira foi adquirida pela Syngenta em 2018, e a fusão foi concluída dois anos depois. A Syngenta Digital é parceira de milhares de produtores agrícolas pelo mundo por meio de tecnologias de gestão e tomada de decisão.
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