Não é novidade nenhuma que a cerveja é uma das bebidas favoritas dos brasileiros. Devido à essa apreciação, o mercado cervejeiro não para de crescer e ganhar relevância. Foi pensando nisso que nosso parceiro, Diego Pelizari, do canal Agro de […]
Não é novidade nenhuma que a cerveja é uma das bebidas favoritas dos brasileiros. Devido à essa apreciação, o mercado cervejeiro não para de crescer e ganhar relevância. Foi pensando nisso que nosso parceiro, Diego Pelizari, do canal Agro de Respeito, falou sobre a influência que o agro tem na produção da bebida.
Veja a coluna mensal do Por Dentro do Agro em parceria com o canal!
As cervejas são produzidas a partir de duas matérias primas principais: o lúpulo e a cevada.
A cevada é uma cultura típica de climas frios e quase toda sua produção nacional é direcionada para a fabricação de cerveja em escala industrial. A cevada é determinante para a boa qualidade da cerveja. Até 1976, a cultura era cultivada apenas no Rio Grande do Sul, após pesquisas da EMBRAPA, constatou-se que era possível cultivá-la no cerrado como cultura de inverno.
O lúpulo, insumo vegetal imprescindível para a produção de cerveja, também é uma cultura de climas frios. A planta possui os sexos feminino e masculino, mas a parte de interesse para fins cervejeiros são as flores da planta fêmea. Nela, são formadas glândulas de lupulina que contêm resinas e óleos – substâncias utilizadas no preparo da bebida.O lúpulo apresenta algumas substâncias que inibem a proliferação de bactérias na cerveja, o que prolonga a validade das bebidas.
O cultivo das duas culturas é delicado e precisa ser feito com monitoramento rigoroso. Reféns do clima, elas precisam de atenção em todos os processos, pois esse resultado é o que garante o sucesso da safra. Cerca de 98% da produção da cevada e do lúpulo são destinados à produção de cerveja.
Depois de colhida, a cevada vai para a maltaria. Lá, é classificada e testada antes de ser germinada para se transformar em malte. É preciso um teor mínimo de 95% de germinação, a aplicação de um reagente indica o percentual. Se for inferior a isso, o grão segue para a ração animal. Esse cuidado precioso se explica porque o malte é considerado a alma da cerveja. Depois de testados, os grãos são depositados em um ambiente onde a umidade e a temperatura são controladas.
Lá ficam alguns dias até até que comecem a germinar. Quando os grãos brotam, interrompe-se imediatamente esse processo e eles – já transformados em malte verde – são secos ou torrados. Dependendo da intensidade da seca e da torra é que o malte adquire determinadas características de coloração, sabor e aroma.
Depois de produzido, o malte segue para a cervejaria, onde ocorre a produção do mosto.
Nesse momento de produção do mosto é que o lúpulo é adicionado, junto com o fermento e a água.
Não são! Os tipos de cerveja querem dizer a família que pertencem e também um pouco sobre o seu processo de fabricação. Quanto o assunto é tipo, as cervejas são classificadas em Ales e Lagers e o que as difere é a fermentação, sua coloração (clara ou escura) e o teor de álcool.
Já os estilos e sub estilos, querem dizer o padrão de combinar estes elementos. A quantidade de malte, a fervura e a produção da cevada influenciam diretamente no resultado final.
Algumas cervejarias utilizam outras fontes de carboidratos, como milho e arroz, para reduzir os custos da produção da cerveja. O importante é ressaltar que nem toda cerveja que apresentam outros ingredientes que não os 4 principais – lúpulo, fermento, água e cevada – são cervejas ruins!
Entretanto, para aqueles que têm um gosto mais exigente, o mercado de cervejas que usam apenas estes ingredientes principais, cresce cada vez mais.
Para aqueles consumidores que preferem as cervejas com mais qualidade e diferenciação, as cervejas puro malte e artesanais são uma boa escolha.
As cervejas artesanais consistem naquelas cujo processo produtivo é feito em pequena escala e sua produção é minuciosa e acompanhada e controlado pelos produtores. O processo de produção é mais lento, devido os produtores respeitarem todo o período de fermentação e maturação da cerveja, sem adição de produtos químicos para acelerá-los, além de ser todo manual.
As cervejas puro malte são produzidas somente com malte de cevada e de trigo. No Brasil, a lei permite que até 45% da cerveja pode ser feita de cereais não maltados, mas esse tipo de cerveja é produzida sem nenhum adjunto de cereais não maltados (milho e arroz são os mais comuns).
Como resultado da grande busca pela bebida, o número de cervejarias registradas no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) cresceu 23% no último ano, totalizando 889 estabelecimentos e 16.968 produtos. Essas são dados do Anuário da Cerveja no Brasil, publicado no site do Ministério.
Em 2018, foram registrados 6.800 produtos, entre cerveja e chope e foram abertas 210 novas fábricas. Em média, uma cervejaria abriu as portas no Brasil a cada dois dias.
Essa expansão está sendo puxada pelas bebidas especiais, motivada pela mudança de perfil de consumo do brasileiro, que busca produtos diferenciados, como as cervejas artesanais e puro malte. Atualmente, 479 municípios brasileiros possuem cervejarias, quase 10% dos 5.570 municípios brasileiros.
A liderança de produção segue com o Rio Grande do Sul, com 186 unidades e crescimento de 31% sobre 2017, seguido de São Paulo, com 165 estabelecimentos, e Minas Gerais, com 115. Esses estados tiveram expansão superior a 30% em relação ao ano anterior.
Toda essa busca por cervejas de qualidade e bom momento da cultura viabilizam o investimento de produtores no cultivos dos insumos básicos usados na produção da cerveja. Mesmo que, para culturas de inverno, a alta demanda é o maior motivador para que o cultivo das matérias primas ganhem cada vez mais espaço no Brasil.
Para o produtores que ingerem a bebida, o mercado de produção é, também, um bom investimento!
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