“O agronegócio funciona um pouco como um jogo de azar em algumas situações, principalmente porque é muito vulnerável a uma variável que não se tem controle: o clima. E isso é só o começo dos problemas, mas nunca deve ser […]
“O agronegócio funciona um pouco como um jogo de azar em algumas situações, principalmente porque é muito vulnerável a uma variável que não se tem controle: o clima. E isso é só o começo dos problemas, mas nunca deve ser impeditivo para a evolução.” Silas Calazans.
Silas Calazans, Engenheiro Agrônomo, Mestre em Ciência do Solo e especialista em Gestão Empresarial, falou sobre etapas imprescindíveis e soluções para as adversidades enfrentadas a fim de que a lavoura produza muito, sem perder a qualidade.
Muitas adversidades podem devem ser consideradas quando o produtor vai planejar a safra. Mesmo em regiões com irrigação, condições adversas de clima podem prejudicar muito o resultado final esperado por influenciar no ciclo reprodutivo de pragas e propiciar condições ideais para doenças. Por diversos motivos, então, o primeiro passo é pensar que: mesmo se der tudo certo do ponto de vista administrativo e operacional, ainda estamos sujeitos a fatores climáticos. Nunca perca isso de vista, produtor!
O primeiro passo, em culturas anuais, é sempre fazer análise de solo. Tendo em vista que – por mais que as características físicas do solo levem várias décadas para se alterar – as características químicas do solo serão altamente influenciadas pela produtividade do ano anterior; pelo manejo daninhas e da matéria orgânica do solo; pelas quantidade e época de aplicação de corretivos e fertilizantes; e pela quantidade e época das chuvas ao longo da safra.
Com os dados de fertilidade em mãos, é possível determinar as quantidades de fertilizante e corretivos necessárias, definindo-se o budget anual para esse fim. Os próximos passo são:
Pense que as influências aqui são inúmeras:
– A amostragem de solo deve ser muito bem feita;
– A avaliação do agrônomo deve levar em consideração a produtividade esperada na próxima safra; o setor de compras tem que ser ágil e a demanda é sazonal (normalmente está todo mundo comprando na mesma época);
– A qualidade do fertilizante comprado pode ter impactos desastrosos;
– Quando o material está na fazenda, as máquinas têm que estar revisadas e preparadas para aplicação correta e em tempo hábil;
– A equipe técnico/operacional da fazenda tem que regular corretamente as máquinas no campo para que apliquem à taxa certa;
– Fertilizante normalmente precisa de umidade e tempo para ‘reagir’ com o solo
O material a ser plantado, normalmente, é definido com base na produtividade esperada, em resistências ou tolerâncias à pragas e doenças, no ciclo da cultura (quanto tempo a área pode ficar ocupada com a cultura: safrinhas, vazio sanitário, etc) e nas condições climáticas da região. Definido o material, entra negociação, compra, logística de entrega, etc. De maneira semelhante, quando as sementes ou mudas chegam na fazenda, normalmente as máquinas (manutenção) e mão de obra (RH) para o plantio já devem estar prontas.
Devido às condições climáticas e à necessidade de uniformidade da lavoura para facilitar os tratos culturais, o plantio deve ser feito o mais rápido possível. Por isso, nessa época, se a cultura é anual e altamente mecanizável, uma equipe de manutenção normalmente trabalha 24h na fazenda para garantir que não tenha tempo ocioso de máquina; é comum alugar máquinas dos vizinhos, o que exige planejamento financeiro para isso. A mão de obra que opera as máquinas, normalmente, é especializada. São profissionais com experiência e relativamente caros, o que envolve planejamento para contratações.
Se é perene, normalmente envolve um volume muito grande de admissões. Se contrata muito, precisa ter estrutura para alojar, transportar; alimentar e pagar. Quanto maior a operação, mais o Ministério fica atento, então, tem que ser tudo feito dentro das normas e leis e documentado.
Conseguir mão de obra qualificada é uma tarefa difícil porque são menos capacitados. Em ambos os casos (culturas anuais ou perenes), o acompanhamento feito por um agrônomo ou consultor técnico experiente no campo é indispensável. Estes profissionais auxiliam na operação como regular máquinas, amostrar no plantio para saber se a regulagem está correta, se a profundidade de plantio está adequadas, dentre outros fatores.
Se o sistema é irrigado, diminuímos o risco da falta de água por não depender exclusivamente de água da chuva. Mas também é lembrar que os equipamentos precisam de manutenção intensiva na entressafra para garantir que tudo aconteça como esperado ao longo da safra. Então, ter uma equipe dedicada para manutenção e operação do sistema de irrigação é necessário.
A condução da lavoura precisa ser bem feita para que o planejado se transforme em realizado, além de trazer retorno para o investimento feito. Assim sendo, é preciso acompanhar a lavoura de perto. É aqui que entra o MIP (manejo integrado de pragas), as aplicações preventivas de fungicidas em determinados estágios da cultura, as aplicações de herbicidas para controle das plantas daninhas (principalmente nos estágios iniciais das lavouras anuais, e durante todo o ciclo nas perenes), as aplicações adicionais de fertilizantes foliares – dependendo da necessidade-.
O produtor já tem que estar preparado, com os produtos comprados (defensivos, principalmente) porque quando os níveis das pragas/doenças aumentam, a decisão tem que ser rápida e assertiva. Considerando a logística complicada para obter defensivos e a alta demanda, fica o alerta. Neste momento é importante pensar que, quanto maior a área plantada, mais preciso tem que ser o planejamento. Se o produtor não consegue controlar um ataque de praga em todas as lavouras ao mesmo tempo (porque tem pouco maquinário, ou porque não é viável ter mais máquinas), é preciso escalonar o plantio ou plantar variedades com ciclos diferentes. Isso vai garantir tratos também de maneira escalonada (diferentes épocas).
Com tantas dicas e orientações, sua lavoura será muito mais produtiva e o mais importante: manterá toda sua qualidade. Parece um sonho, né?! Mas não é. O cuidado com cada etapa é que fará a diferença, trazendo mais lucro para o produtor e, consequentemente, mais produtos de qualidade para a mesa dos consumidores.
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