* por Andrea Cordeiro Quando alguém se referiu a mim como agroinfluenciadora pela primeira vez, confesso que senti algo diferente. Não sei explicar o que foi, mas me peguei perguntando o que de fato significava esse conceito. Até porque eu […]
* por Andrea Cordeiro
Quando alguém se referiu a mim como agroinfluenciadora pela primeira vez, confesso que senti algo diferente. Não sei explicar o que foi, mas me peguei perguntando o que de fato significava esse conceito. Até porque eu confundia um pouco o papel de agroinfluenciadores com a figura típica e caracterizada de blogueiros e, embora eu também tivesse um blog, achava a expressão blogueira um tanto quanto vazia para me definir.
Mas voltando a minha primeira vez…
Em uma noite de sexta-feira, alguns amigos me enviaram a arte de um importante evento agro do qual eu participaria. Nela, junto a minha foto, uma descrição resumida do meu currículo focando na minha expertise profissional e, ao final, o termo Influenciadora do agro.
Essa foi a minha primeira vez, mas, talvez, a sensação mais estranha tenha sido semanas depois. Em São Paulo, naquele evento nacional, com plateia lotada, fui chamada ao palco para compor o painel e, em meio a 500 pessoas, fui ao final da minha apresentação, referenciada como coautora do livro Mulheres do Agro, que tinha acabado de lançar, e agroinfluenciadora.
Ali, naquele momento, bem no meio do caminho entre a plateia e o palco, meu estômago congelou diante da ideia de que, dali para frente, a expressão influenciadora do agro seria mais um título que eu passaria a incorporar em meu currículo no LinkedIn.
Nos dias que se passaram ao evento, que por sinal teve grande visibilidade nacional, muito se falou sobre os trabalhos e logicamente sobre o que eu falei também. Um importante jornal fez um encadernado sobre todo o evento e, mais uma vez, me proporcionou longo alcance da minha voz sobre grandes desafios do agro.
Daquele dia para cá, eu me debrucei sobre a temática. Não sei fazer nada pelas metades. Eu me matriculei no curso para agroinfluenciadores do Tiago Martinez, fui ouvir orientações profissionais da Michely Santana, dos Jovens do Agro, e conversei com profissionais que conduzem esse trabalho em grandes empresas do agro brasileiro. Só aí, eu realmente entendi que o papel central dos agroinfluenciadores é, através de seu conhecimento e posicionamento, validar processos e conceitos de empresas baseados em suas próprias experiências e expertises.
E ao entender isso, eu passei por um processo de epifania. Sabe aquela expressão a ficha caiu? Ou a chave virou? Pois é, eu imediatamente me dei conta de duas situações: o grau de responsabilidade e comprometimento dos influenciadores ao emprestarem sua voz para uma empresa e, na outra ponta, o nível de confiança daquela empresa em acolher a voz dos influenciadores com sua própria voz.
Vamos focar no agro, que é um setor fora da curva e que se nega a cruzar os braços. Percebe-se que foi justamente nessa fase de isolamento social o despertar de muitas empresas que, agora, estão buscando se reinventar, transformar o processo da comunicação junto ao seu público. Para isso, estão usando do influenciadores digitais, aqui chamados de agroinfluenciadores.
Foi através desses profissionais e no ambiente digital que empresas construíram um vínculo diferenciado com seu público ou se reaproximaram dele.
Embora, para alguns, os agroinfluenciadores sejam uma figura efêmera, eu defendo que essa classe de profissionais veio para ficar. Mas aposto também que as empresas não buscam qualquer apenas mais um ou qualquer um. A busca é por profissionais que estejam engajados com o setor e que entreguem 100% de sua autoridade para as empresas que os contratam.
Aqui um alerta…
Não importa o setor ou o segmento, mas as empresas não buscam mais aquela figura clássica com redes sociais com muitos likes, seguidores e lotados de lacração. Não, pelo contrário, não é isso que as empresas buscam. Elas abriram seus radares para profissionais locais ou regionais, que nem sempre são conhecidos nacionalmente e que têm capacidade de se conectar e interagir com um público real e orgânico daquela marca.
Não é apenas representar a empresa da boca pra fora, mas sim vestir a camisa da marca com simplicidade, humildade e empatia. Hoje, a busca é por profissionais com valores e propósitos semelhantes aos das suas marcas, com autoridade consolidada no meio, mas que não deixe de demonstrar paixão pelo que faz através de suas colocações. E isso aqui, minha gente, é algo inegociável pra empresas que contratam influenciadores. Cada vez menos, as empresas querem apenas mais alguém, mais um rosto.
As empresas querem voz. E voz com alcance assertivo e de conteúdo. Querem, sim, alguém que reforce sua imagem através de carisma, conteúdo e identificação.
E pensando que o influenciador é tudo isso, quero finalizar esse texto te convidando para duas reflexões.
Primeiro, que você perceba quais são os influenciadores das marcas que compra, que se relaciona e se associa e exercite seu senso crítico sobre isso. Reflita se eles respondem às suas expectativas e se você se sente representada/o por eles?
E segundo, aproveitando o gancho que todos somos, em maior ou menor escala, líderes e formadores de opinião em nossos círculos pessoais e corporativos e que a pandemia tem nos feito mergulhar em um mundo digital, quero te questionar sobre a relevância do teu próprio papel e o alcance da tua própria voz.
Quero muito saber o que pensa sobre isso e se puder deixa aqui teu comentário ou passa lá no meu perfil no Instagram – @andreasousacordeiro e @mulheresdoagronegociobrasil.
A propósito, minha conta pessoal tem pouco mais de dois mil seguidores, e a do Mulheres do Agronegócio Brasil tem 10.5 mil seguidores. Para muitos, tenho pouquíssimos seguidores, mas eu garanto a vocês que minha voz alcança quem eu preciso alcançar, pois é orgânica.
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