O café é uma cultura que se destaca no cenário do agronegócio nacional, sendo o Brasil o maior produtor e exportador do fruto no mundo. Apesar da sua importância, o cafeeiro sofre inúmeras perdas devido às doenças, pragas e outros […]
O café é uma cultura que se destaca no cenário do agronegócio nacional, sendo o Brasil o maior produtor e exportador do fruto no mundo. Apesar da sua importância, o cafeeiro sofre inúmeras perdas devido às doenças, pragas e outros problemas. A cercosporiose do café é uma das principais e das mais antigas doenças identificadas nos cafezais.
Conhecer as suas particularidades é essencial para poder planejar o plantio e evitar ambientes propícios ao desenvolvimento da doença, além de ajudar no seu manejo. Confira neste artigo mais sobre a cercosporiose do café, ciclo da doença, prevenção e muito mais!
A cercosporiose do café é uma doença causada pelo fungo Cercospora coffeicola. Também conhecida como mancha-de-cercospora ou mancha de olho pardo, ela ataca as folhas e também os frutos do café, trazendo prejuízos à qualidade dos grãos. A primeira vez que a doença foi identificada no Brasil foi em 1887. Um problema antigo, que preocupa os produtores de café do país.
A doença está presente em praticamente todas as áreas produtivas do Brasil e causa prejuízos ao cafeeiro desde a sua fase jovem até a adulta. Cabe destacar que ela fica apenas atrás da ferrugem em importância para as doenças do café.
Normalmente, o fungo é disseminado pela água, vento e também insetos. A partir do momento que ele atinge o cafeeiro e encontra condições propícias de molhamento foliar e temperatura, a doença passa a se desenvolver e penetra no chamado tubo germinativo.
Cabe destacar que a temperatura ideal para o fungo se disseminar gira em torno de 25ºC e 30ºC. Após promover a infecção, o fungo produz os chamados conídios e isso faz com que o ciclo recomece.
O ambiente tem ampla interferência na cercosporiose. Exposição solar, molhamento foliar (processo de 72 horas), umidade (neblina e orvalho) e temperatura (em média 25ºC) fazem com que o fungo se desenvolva com maior facilidade. Não por acaso algumas regiões do país costumam sofrer mais com o problema, justamente por essas condições se fazerem presentes.
Outros problemas, como o desequilíbrio nutricional do solo também são um vetor para a doença. Quando há um alto teor de nitrogênio e potássio e o nível de cálcio está baixo é possível observar um favorecimento da cercospora, pois a planta se encontra enfraquecida em suas barreiras que combatem os patógenos.
É interessante destacar que esses elementos que fazem parte da nutrição mineral podem promover modificações de caráter morfológico ou químico, levando ao aumento ou redução da resistência da planta à incidência de doenças. Além disso, locais pobres em matéria orgânica e plantio tardio também afetam a plantação e a sua propensão a essa e outras doenças.
Manchas circulares de cor marrom-escura na planta do café são um dos principais indicadores da presença da cercosporiose. Elas costumam ter um desenvolvimento bem rápido e logo, a região central da lesão fica com uma coloração cinza-claro circundada por um anel amarelado, o que dá a aparência de um olho, daí vem o nome de mancha de olho pardo.
Os frutos também sofrem com a doença, as pequenas manchas necróticas e deprimidas têm uma cor que varia entre marrom e negra. O ataque costuma ser intensificado no início da granação, que é a fase na qual há o enchimento dos grãos do café. O problema é que as lesões ficam até o fruto amadurecer, fazendo com que a região da casca fique aderente à semente, o que dependendo da intensidade causa uma fermentação indesejada.
A cercosporiose também causa problemas quando o grão já foi seco, torrado e está pronto para o consumo. A qualidade da bebida de plantas que foram atacadas pela doença costuma ser afetada. Isso porque há um aumento nos polifenóis, que por sua vez protege os antioxidantes de aldeídos, e destaca a concentração de compostos fenólicos, o que acaba interferindo no sabor e aroma.
Um método eficiente e que surte efeito na plantação é a manutenção do equilíbrio nutricional do solo. Por exemplo, quando há falta ou excesso de nitrogênio na matéria seca, o crescimento da planta sofre interferência, mais especificamente um desenvolvimento debilitado e o retardo da sua maturação, respectivamente. A partir do momento que esses níveis estão bons, é possível encontrar um cafeeiro com crescimento mais vigoroso e também com menor propensão a ter doenças.
O bom tratamento do solo deve vir acompanhado de sementes de qualidade. É importante que elas estejam limpas, sadias e tenham recebido tratamento adequado. O mais indicado é que elas sejam cultivadas em áreas drenadas, bem arejadas e que tenham sombreamento. Lembre-se também de evitar a irrigação excessiva, pois ela é vetor para a cercosporiose do café.
No momento de plantio é importante que o solo tenha uma matéria orgânica rica e não esteja compactado, a fim de que as sementes possam se desenvolver e as raízes da planta não sejam afetadas em sua absorção de nutrientes.
Como medidas de controle, a química se destaca. Os grupos mais utilizados de componentes são: Estrobilurina, Triazol e Benzimidazol. Cabe destacar que deve ser feita uma alternância de ingredientes ativos como oxicloreto de cobre e sempre atrelada a outras metodologias de prevenção.
A cercosporiose do café é uma doença séria para a cultura. É muito importante fazer um constante monitoramento da área, especialmente, pois a doença se desenvolve devido a condições que podem ser tratadas antes mesmo do plantio. Não dá para perder produtividade ou ter um fruto de má qualidade, não é mesmo? Por isso, escolha os cuidados certos.
Agora que você já entendeu sobre a cercosporiose do café, continue aqui no blog da Syngenta Digital e confira como fazer o manejo da broca-do-café, um outro problema que pode atrapalhar o cafeeiro!
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