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Agora é a vez delas

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As mulheres estão cada dia mais garantindo o seu espaço no mercado agrícola. Dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT) apontam que nos países em desenvolvimento com economia pautada no agronegócio, elas já ocupam 70% da mão de obra – […]

por Syngenta Digital
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As mulheres estão cada dia mais garantindo o seu espaço no mercado agrícola. Dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT) apontam que nos países em desenvolvimento com economia pautada no agronegócio, elas já ocupam 70% da mão de obra – além de serem responsáveis, em muitas vezes, por cuidarem sozinhas da casa e dos filhos.

No Brasil, o destaque fica para os cargos de chefia. De 2013 a 2017, a presença feminina em cargos de decisão no setor saltou de 10% para 31%, segundo pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Marketing Rural e Agronegócio (ABMRA). A participação feminina também cresceu nas universidades. A Esalq-USP, uma das principais universidades de Agronomia do país, já conta com cerca de 30% de participação feminina em seus cursos – dado surpreendente se comparado com décadas passadas.

Bruna foi uma dessas mulheres que viu sua carreira crescer com a nova guinada do mercado, cada vez mais aberto para a presença feminina. Começou trabalhando no campo, como técnica agrícola. A vontade de traçar um plano de carreira no agronegócio fez com que ela buscasse por especialização. Formou-se em Engenharia – uma das poucas mulheres da turma – e viu seu trabalho ser valorizado: recentemente, foi promovida a assistente de PCAD (Planejamento de Controle da Agricultura Digital) da Planorte.

Trabalhar no campo nunca foi um problema para Bruna. Ela comenta, inclusive, que não vê diferença de tratamento entre homens e mulheres. “Metade da nossa equipe de campo é composta por mulheres. Eu, particularmente, nunca senti dificuldades. É muito importante trabalhar numa empresa que te dá voz”, afirma.

Vocação. “Estive envolvida com o agro desde pequena, meu pai cuidava de plantações no Rio Grande do Sul. Sempre gostei de trabalhar na lavoura”, explica Bruna. (Divulgação/Acervo Pessoal)

DESAFIOS 

Uma boa empresa valoriza o bom profissional independente de gênero, etnia ou classe social e entende que essas questões não deveriam ser um problema em pleno século XXI. Ainda assim, muitas mulheres que trabalham no agronegócio se sentem menos valorizadas que os homens. Uma pesquisa da ABAG aponta que 49% das entrevistadas sentem um preconceito de gênero evidente, especialmente aquelas que trabalham com funções consideradas mais “brutas”, como a pilotagem de maquinários.

Pesquisa da ABAG, realizada com 862 profissionais do agro, aponta que 44% das entrevistadas já sentiram um preconceito evidente por serem mulheres.

Diferente de setores como a indústria ou comércio, o sexo feminino demorou a ter uma representatividade no agronegócio. E essa participação, apesar de ter aumentado visivelmente, ainda caminha a passos lentos. Isso porque a atividade agrícola sempre foi associada ao universo masculino. “Até alguns anos atrás, dava-se preferência para a contratação de homens, especialmente para as atividades mais pesadas, como o trabalho no campo”, afirma Sônia De Stefano, Coordenadora do Curso de Engenharia Agronômica da ESALQ/USP.

Essa não é uma perspectiva isolada. “Quando eu entrei no agro, vi que eram raras as mulheres que estavam ocupando cargos de chefia e tomada de decisão”, explica Andrea Cordeiro, advogada e idealizadora do projeto Missão Mulheres do Agro, que visa incentivar a profissionalização da mulher no agronegócio.

Andrea Cordeiro

Andrea Cordeiro, idealizadora do projeto Missão Mulheres do Agro. (Divulgação/Acervo Pessoal)

Ela sempre esteve envolvida com o setor – seus pais são donos de uma empresa na área de Consultoria e Comercialização Agrícola – e, quando começou a atuar na empresa, há 21 anos, notou que trabalhava com muito mais homens do que mulheres. Começou a se questionar sobre isso e teve a ideia de lançar o site. Levei 3 anos pra organizar um conteúdo voltado pras mulheres. Esperei o tempo certo de lançar. Vi que não conhecia muitas mulheres do agro”, pontua. “Fui a empresas do setor, conversei com produtores, e me senti na missão de trazer a mulher que não estava no cargo de gerência para trazê-la, para que ela tivesse voz atuante e participativa”, explica.

Para Andrea, a mulher já chegou longe no mundo agrícola, mas precisa buscar crescer ainda mais.

“A mulher está investindo na própria formação, está se profissionalizando, como profissional ou como pesquisadora da área. É isso que deve ser feito: devemos investir na nossa formação, e não ficar à mercê de uma estrutura familiar”, propõe.

Para Andrea, os resultados das pesquisas sobre a presença da mulher no agronegócio tendem a melhorar com o passar dos anos. Sônia De Stefano concorda: “Atualmente há mulheres poderosas representando o agronegócio. É o caso das ministras Kátia Abreu e Tereza Cristina da Costa Dias”.

Provavelmente, a presença de mais mulheres influentes no agronegócio, com visibilidade pública, podem influenciar meninas a quererem seguir o mesmo rumo. Afinal, como defende Andrea Cordeiro: “O lugar da mulher é onde ela quiser”.

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