Por Thayná Oliveira Nos últimos dias, o furacão Irma tomou conta dos noticiários. Até o momento ele foi registrado como o segundo mais poderoso da história do Atlântico, perdendo apenas para o furacão Allen, que registrou ventos acima de 300 […]
Por Thayná Oliveira
Nos últimos dias, o furacão Irma tomou conta dos noticiários. Até o momento ele foi registrado como o segundo mais poderoso da história do Atlântico, perdendo apenas para o furacão Allen, que registrou ventos acima de 300 km/h em agosto de 1980.
O poderoso Irma atingiu tamanho semelhante à extensão territorial da França e seus ventos chegaram a 298km/h. Até então, cerca de 14 países e/ou ilhas foram atingidos, entre eles estão regiões do Caribe, Cuba, República Dominicana e Estados Unidos.
Cidades foram devastadas, carros e casas foram aos ares, milhões de pessoas ficaram desabrigadas, o abastecimento de energia foi prejudicado, milhares de voos foram cancelados, muitas pessoas morreram e outras várias ficaram feridas.
Impactos na agricultura
Um prejuízo de US$1,2 bilhão foi mensurado para os produtores da Flórida após a passagem do furacão no estado norte-americano. Ele é o maior produtor de de laranjas, tomates, pepino, abóbora e cana-de- açúcar dos Estados Unidos. Boa parte do investimento no agronegócio se perdeu.
Cerca de 10% da produção total de vegetais frescos do país está na Flórida, segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).
Um produtor norte-americano de morangos afirmou que estava tudo pronto para a safra de inverno, mas, se as chuvas e os ventos causarem grandes estragos à sua propriedade, não haverá safra porque é possível que
os danos não sejam facilmente recuperados.
Outros produtores afirmam que apesar de nunca ser uma boa hora para um furacão, é melhor que o Irma tenha ocorrido agora do que em outubro. O motivo da afirmação está relacionado à fase em que a produção de laranja se encontra.
Para o produtor Reggie Brown, as laranjas ainda estão pequenas e leves, dessa forma conseguem suportar melhor os ventos agora do que nos próximos meses. No entanto, o prejuízo pode ir além da destruição da cultura. Máquinas agrícolas, armazéns e até mesmo a sede das fazendas podem ser severamente danificados com as tempestades.
Proteção para a lavoura
Uma lei federal criada no ano de 2014 ajuda os produtores a ter sua safra protegida. Após as tempestades, os agricultores podem reparar os danos com seus próprios recursos ou recorrer ao programa do governo que protege pecuaristas, mas também pode ser utilizado na agricultura.
O governo dos EUA afirmou que grande parte das lavouras de laranja da Flórida possuem seguro para este ano. Em contrapartida, somente metade das lavouras de tomate estão protegidas. Já para a produção de morango, não existem políticas de proteção fora da Califórnia.
Muitas áreas de produção são pequenas e não possuem território mínimo para serem asseguradas. Dessa forma, os produtores acabam tendo que arcar sozinhos com os prejuízos dos desastres climáticos.
Irma afeta preço de commodities na Bolsa
Os mercados internacionais constantemente mantêm os olhos nos eventos climáticos que ameaçam os Estados Unidos. Depois do furacão Harvey que atingiu o estado do Texas em agosto de 2017, a atenção agora se voltou para o Furacão Irma.
Apenas a ameaça do furacão foi responsável por altas substanciais nas commodities agrícolas negociadas na Bolsa de de Valores. Em especial, os contratos de suco de laranja, já que a Flórida, estado severamente atingido, é um grande pólo de produção da cultura.
Os contratos de suco de laranja da Bolsa de Valores de Nova York subiram cerca de 6% em relação ao fechamento anterior. O preço do algodão também chegou a subir 4%. A média do volume de negociação das duas commodities ficou acima da média de 100 dias.
Além disso, os contratos futuros de Petróleo também subiram, registrando as maiores altas das últimas semanas. Os estragos causados pelo furacão ainda não foram totalmente calculados. O que se sabe é que o evento climático foi muito mais devastador do que o
esperado.
Thayná Oliveira faz parte da equipe de comunicação da Toro Investimentos.
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