Terceiro maior produtor mundial de frutas, com cerca de 45 milhões de toneladas ao ano, e um mercado de hortaliças diversificado, o Brasil tem uma grande questão em 2021: como fica o ramo de hortifruti em meio à nova onda da pandemia do coronavírus? Segundo a Embrapa, 35% da produção das frutícolas vão para o […]
Terceiro maior produtor mundial de frutas, com cerca de 45 milhões de toneladas ao ano, e um mercado de hortaliças diversificado, o Brasil tem uma grande questão em 2021: como fica o ramo de hortifruti em meio à nova onda da pandemia do coronavírus?
Segundo a Embrapa, 35% da produção das frutícolas vão para o mercado externo. Já metade da colheita em hortas é realizada pela agricultura familiar e tem concentração em batata, tomate, melancia, alface, cebola e cenoura. As expectativas do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Universidade de São Paulo (CEPEA-Esalq/USP) são positivas apesar das adversidades da emergência sanitária imposta em 2020.
Uma análise da coordenadora da equipe Hortifruti/Cepea, Maragarete Boteon, revela que o consumidor aqueceu a demanda do setor ao tentar fortalecer a imunidade ao coronavírus. Além disso, com o isolamento social, as pessoas passaram a preparar a própria comida, mantendo em alta a procura por alimentos in natura. O grande desafio, de acordo com Boteon, é se o comportamento se manterá neste ano, já que houve perda de poder aquisitivo e o desemprego segue elevado.
Na exportação, as frutas tiveram boa performance ao longo da pandemia, o que foi favorecido pelo dólar elevado, a demanda externa aquecida e a pouca disponibilidade dos concorrentes.
A Especialista em Transformação Digital da Syngenta Digital Fabiana Chrispim conta que os clientes de hortifruti sentiram um impacto inicial com a chegada da Covid-19, mas não pararam as atividades. “Teve uma variação de preço por causa da demanda, mas no fechamento do ano, foi bom, melhor até que 2019. No começo da pandemia, diminuiu a demanda. Depois, aumentou e, de forma geral, foi positivo” avalia.
Chrispim acrescenta que a alta do preço dos insumos chegou no produto final, que ficou mais caro e refletiu no mercado. “Para 2021, expectativa é de aumento da produção, mas também de custos, como resquício de 2020. Os insumos de 2021 foram comprados em determinados preços por causa do dólar. Como o valor dos produtos de hortifruti está alto e bom, os produtores não vão retrair a área. A tendência é que aumente a produção”, completa.
O Hortifruti/Cepea prevê uma retomada de investimentos em área e destaque para os segmentos industriais de batata e tomate. Nas frutas, os investimentos devem ser maiores na manga e na uva de mesa do Nordeste. No restante das regiões, a expectativa é de estabilidade.
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