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Investir em inovação é incentivar novas experiências

4 min de leitura

Mais do que adotar novas tecnologias, as empresas precisam ter a inovação como um de seus valores internos. Gerente Executivo do Núcleo de Inovação e Empreendedorismo da Fundação Dom Cabral, Carlos Arruda é uma das maiores referências brasileiras em inovação […]

por Syngenta Digital
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Mais do que adotar novas tecnologias, as empresas precisam ter a inovação como um de seus valores internos. Gerente Executivo do Núcleo de Inovação e Empreendedorismo da Fundação Dom Cabral, Carlos Arruda é uma das maiores referências brasileiras em inovação e competitividade e explicou um pouco mais sobre como é possível ter posturas inovadoras em todos os níveis de uma organização. E o agro é um espaço perfeito para as experimentações necessárias para implementar essas novas maneiras de conquistar resultados.

É possível criar uma cultura de inovação nas empresas?

A cultura de inovação começa com a atitude e o desejo de mudar. Toda empresa inova, mas nem toda empresa é inovadora. Isso precisa ficar sempre claro. É preciso valorizar o processo constante de investimento em inovação, tirando essa ideia de apenas um discurso e colocando em prática.

E como aplicar essa ação no agro?

Nas empresas tradicionais, é preciso saber dar espaço para a experimentação. Gosto de considerar que inovação não é o direito de errar, mas de experimentar. Por motivos óbvios, as pessoas não querem errar, mas é preciso considerar que pode ser uma consequência. Quando não experimentamos, não temos nem a oportunidade de saber se irá acontecer. Por isso é tão importante criar uma dinâmica de desenvolvimento para testar melhorias e possibilidades. No agro, isso pode ser aplicado, por exemplo, com projetos paralelos às safras. Separar uma área menor para um piloto, amadurecer ideias e processos, identificar o que pode ser feito de uma maneira melhor para depois aplicar à produção principal.

Isso é bem relevante quando consideramos que os testes não podem ser muito rápidos pelos ciclos de produção bem delimitados, correto?

Isso mesmo. Esse investimento em pesquisas e testes fez com que o Brasil, por exemplo, saísse do papel de importador do setor de celulose para exportador. O tempo para o crescimento e o processamento do eucalipto não é pequeno, mas com vários produtores desenvolvendo testes paralelos, a Embrapa pode melhorar a produtividade e qualidade da celulose de fibra curta e incentivar uma grande mudança em todo o mercado. Esse tipo de inovação é uma das quatro grandes maneiras de se investir em uma cultura inovadora, ciência e tecnologia. A cadeia de valor começa na educação, passa pela academia e pesquisas não necessariamente aplicadas, gera tecnologias aplicáveis e assim passa a ser adotada nas empresas. Para isso, é importante ter um time focado em inovação, para que isso seja valorizado e buscado pelo negócio.

Carlos Arruda, Gerente Executivo do Núcleo de Inovação e Empreendedorismo da Fundação Dom Cabral.

E quais seriam as outras três?

A maneira mais complexa é a de criar um novo negócio. Existe um grande nível de incerteza e risco. Isso pode dar a impressão de que a inovação é inacessível e radical, mas isso não significa que toda empresa passa por esse medo. A experimentação também está presente aqui, principalmente com as startups. Essas empresas criam algo novo e vão melhorando a solução até que ela esteja madura – mas isso só acontece pela natureza de “não ter nada a perder” de um novo negócio.    

Outra maneira é a inovação orientada ao mercado, que foca no que o cliente precisa, espera e como ele pode receber mais valor. É observar, por exemplo, que em alguns lugares não existe telefonia fixa e pensar em soluções já diretamente em telefonia móvel e outros sistemas de emissão de sinais para aplicar novos serviços de comunicação e IoT. Um ciclo de desenvolvimento que pode não parecer natural em um primeiro momento, mas é mais simples e supera as necessidades do mercado. 

A inovação por melhorias é usar um recurso que já existe e pode ser explorado de outra. 70% do que as empresas fazem está nessa área: melhorar processos, ajustes, mais eficiência e adotar tecnologias – não necessariamente desenvolvidas por elas. E o ponto mais relevante aqui é ouvir as pessoas. Saber quais são os problemas e se elas pensam em algo que pode solucioná-los. Pode ser uma falha de comunicação entre as pessoas ou um processo que pode ser otimizado. Esses ganhos são para todos e servem muito bem para engajar todos os níveis da empresa.

Como trazer a inovação para a rotina das pessoas?

A melhor maneira é convidar a equipe para participar. Engajar as pessoas para que elas observem o cenário e possam fazer novas perguntas – inovação é muito mais baseada em questionamentos do que respostas. As consequências podem ser muito positivas. Quem está mais perto da entrega pode fazer ajustes finos diários que quem está na gestão talvez não consiga perceber. A ideia é sempre dar apoio para melhorar o que cada um faz. 

E isso pode ser incentivado por campanhas, projetos e análises de mercado. Isso traz proximidade e valorização das pessoas. Para que a cultura de inovação seja sustentável é preciso que ela seja parte da vida de todos. Algumas empresas criam um dia no ano para trocar e premiar ideias, tudo sempre muito bem comunicado e disseminado, para trazer um momento de convívio e compartilhamento entre todos. Só é possível investir em inovação se isso é valorizado pelos envolvidos. Não pode ser algo pontual e sem propósito dentro da estratégia.

E como você percebe essa aceitação à inovação hoje no agro brasileiro?

É visível como, os processos inovadores tem grande valor agregado. As empresas e produtores compreendem que as mudanças são benéficas e podem trazer resultados para o trabalho, então investem em novas tecnologias, em experimentação na agricultura e pecuária, compreendem que isso pode trazer mais produtividade. A inteligência criada mostra o profissionalismo do setor no país. 

O brasileiro percebe que incorporar novas tecnologias e processos pode significar grandes saltos na sua produção. Se compararmos isso à produção na Índia, por exemplo, que tem um menor nível de tecnologia e ainda uma grande produção focada em subsistência, não existe um esforço tão grande, já que perceber os resultados pode ser mais difícil – não é possível separar uma área relevante para testar novas sementes ou técnicas sem perdas significativas ou o investimento financeiro pode ser impactante. Os testes no agro podem não ser tão ágeis, mas eles fazem parte da rotina e essa mudança está trazendo mais confiança para quem quer investir em um processo que envolve a cultura de inovação. E a tendência é que isso seja cada vez mais presente.


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