*por Amanda Moura, engenheira agrônoma O milho figura entre as culturas de maior importância econômica no Brasil, e sua notoriedade está relacionada desde à alta demanda de exportação do grão até a utilização estratégica no sistema de produção agrícola, como […]
*por Amanda Moura, engenheira agrônoma
O milho figura entre as culturas de maior importância econômica no Brasil, e sua notoriedade está relacionada desde à alta demanda de exportação do grão até a utilização estratégica no sistema de produção agrícola, como rotação de culturas e sistemas consorciados, por exemplo.
A lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda) é considerada uma das principais pragas do milho devido às grandes perdas, que alcançam a faixa de 20% a 53% de redução da produção. Sua natureza polífaga, de grande diversidade de hospedeiros, e seu rápido desenvolvimento fomentam a acelerada multiplicação e disseminação pela cultura.
Os principais prejuízos à lavoura são causados pelo ataque das lagartas. No entanto, a fase adulta é especialmente importante no controle, pois as mariposas são responsáveis pelo acasalamento, postura e consequente propagação do inseto.
Existem diferentes estratégias para o controle desta praga, destacando-se o manejo de controle químico com defensivos agrícolas, o controle biológico com diferentes inimigos naturais e a utilização da tecnologia Bt, variedades geneticamente modificadas e munidas de proteínas inseticidas. Esses métodos, quando adotados de maneira técnica e muitas vezes conjunta, são em geral eficientes.
Nos primeiros anos de utilização da tecnologia Bt, reduziu-se significativamente o número de aplicações para o controle da lagarta-do-cartucho. Contudo, nos últimos anos, a resistência genética dos híbridos tem diminuído expressivamente devido a fatores como o pouco monitoramento e o consequente controle não-efetivo da praga, a falta de plantio das áreas de refúgio, entre outros. Assim, a Spodoptera frugiperta retornou à posição de principal praga do milho.
O Manejo Integrado de Pragas (MIP) é cada vez mais empregado, buscando-se maior rentabilidade da cultura, equilíbrio ambiental e biológico.
O monitoramento é a base do MIP, pois lidera a tomada de decisões a respeito do controle das pragas. Por isso, quanto maior a periodicidade, o número de pontos e o tamanho da amostra, maior a acurácia dos dados. Caso constatados níveis de infestação correspondentes ao nível de controle estipulado da praga, deve-se iniciar o controle no intuito de impedir que o nível de dano na cultura seja atingido.
Um manejo eficiente só é possível através do monitoramento confiável e representativo dos talhões. Os dois principais métodos de monitoramento da S. frugiperda são:
a) avaliação visual do dano e de lagartas em plantas;
b) monitoramento de adultos com feromônio sexual sintético.
Na avaliação visual, é necessário atentar-se à qualidade de amostragens: cada área tem seu número indicado de pontos/hectare, e cada ponto tem seu número de plantas apropriado para ser demonstrativo. Outro quesito importante é o conhecimento de características como aspecto físico e comportamento de alimentação do inseto-alvo, para que a identificação das pragas presentes na amostra seja condizente.
Segundo a Embrapa, na fase vegetativa do milho, a amostragem ideal para o monitoramento da lagarta-do-cartucho é de 1 ponto para cada 10 hectares. Cada um destes pontos deve ter a contagem em 10 metros lineares de plantas totais e plantas com dano de S. frugiperda identificado.
Para avaliação visual, em plantas de até 30 dias, o nível de controle é considerado quando houver 20% das plantas atacadas. Para plantas entre 40 e 60 dias, o nível é de 10%.
Para o monitoramento das mariposas, são utilizadas armadilhas com feromônio. A indicação é de, no mínimo, uma armadilha por hectare, e o nível de controle é a captura de três mariposas nas armadilhas instaladas, avaliações frequentes.
Por meio das tecnologias disponíveis, é possível coletar e produzir dados essenciais à produção agrícola. A utilização de tecnologia não contribui apenas para o suporte à tomada de decisão em atividades básicas e essenciais, como o monitoramento de pragas, clima e operações de maquinário, mas também permite ao produtor realizar ajustes finos em seu manejo, contribuindo diretamente para maior rentabilidade das culturas e uma produção mais sustentável.
Particularmente no controle de pragas como a Spodoptera frugiperda, a tecnologia é fator de sucesso no manejo eficaz. As possibilidades são múltiplas. Os monitoramentos georreferenciados, por exemplo, indicam exatamente os pontos de infestação da praga, permitindo mapeamento de regiões entrantes e aplicações localizadas de acordo com o nível de infestação.
Também por meio de dados de registro de aplicação, a tecnologia permite avaliar as aplicações de defensivos pelos dados gerados, identificando, assim, possíveis problemas que levam à baixa eficiência das pulverizações, como horários inapropriados de aplicação, condições climáticas desfavoráveis no momento e tempo de resposta após monitoramento indicativo de controle.
A tecnologia torna as decisões do campo mais seguras e assertivas. O movimento de adoção no campo vem provando-se importante material na construção de sistemas agrícolas mais rentáveis e sustentáveis. Assim, a cada dia, a evolução tecnológica chega mais próximo de seu principal objetivo: maior produtividade com maior rentabilidade.
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