“Estamos acompanhando, de forma cada vez mais rápida, o aparecimento de indivíduos resistentes a diversos produtos”. O alerta é da engenheira agrônoma e Especialista em Transformação Digital (ETD) Fabiana Chrispim, que percebe uma preocupação crescente entre os produtores. Afinal, o manejo de resistência é desafiador: esses organismos têm grande potencial destrutivo e os produtos para seu controle precisam ser […]
“Estamos acompanhando, de forma cada vez mais rápida, o aparecimento de indivíduos resistentes a diversos produtos”. O alerta é da engenheira agrônoma e Especialista em Transformação Digital (ETD) Fabiana Chrispim, que percebe uma preocupação crescente entre os produtores. Afinal, o manejo de resistência é desafiador: esses organismos têm grande potencial destrutivo e os produtos para seu controle precisam ser cada vez mais específicos. A boa notícia é que a agricultura digital pode ser uma aliada para frear o aparecimento de populações resistentes. Nesse texto, você descobre como.
O aumento das populações de indivíduos resistentes é causado por um conjunto de razões. O uso equivocado de defensivos agrícolas é um importante fator. A utilização de mesmos produtos — com os mesmos mecanismos de ação– em sequência, em doses diferentes das recomendadas e/ou em momentos não recomendados contribui para selecionar os indivíduos que são resistentes, acarretando em um crescimento da população resistentes, explica Chrispim. A utilização em sequência de pesticidas, herbicidas ou fungicidas com um mesmo mecanismo de ação pode selecionar os indivíduos que são resistentes. É aí que os sobreviventes se reproduzem e a população de resistentes cresce.
A resistência é um problema tanto para o produtor, quanto para as empresas que desenvolvem a tecnologia por trás dos defensivos. Diante de populações resistentes na lavoura, o agricultor terá mais gastos com produtos para controle. Segundo Fabiana Chrispim, passa a ser mais difícil empregar defensivos de amplo espectro, e torna-se necessário um manejo mais específico com utilização de outros produtos e diferentes janelas de aplicação.
Para as empresas, o rápido surgimento de populações resistentes pode tornar um produto defasado em pouco tempo. A preocupação, alerta Chrispim, é que esses indivíduos se tornem resistentes aos defensivos antes que as empresas possam desenvolver um produto novo, já que essa elaboração requer anos de pesquisas e testes. “A evolução de indivíduos resistentes está sendo cada vez mais rápida”, completa a ETD.
É por isso que é do interesse de todos os envolvidos evitar que as aplicações sejam realizadas de forma indiscriminada e incorreta. O manejo de resistência está, justamente, em combater essa prática com um conjunto de técnicas. Cada praga, fungo ou planta daninha exigirá um manejo. Mas, para Fabiana Chrispim, a principal resposta para o problema é o manejo integrado de pragas combinado com a rotação dos mecanismos de ação dos defensivos.
No combate ao rápido surgimento de populações resistentes, o produtor pode contar com a agricultura digital. É que, de posse de dados confiáveis da lavoura, ele toma decisões embasadas e evita aplicações desnecessárias. E a fonte dessas informações está no monitoramento digital, que contribui para uma aplicação no alvo certo em tempo hábil. Fabiana Chrispim explica: “é ir na lavoura, fazer o monitoramento, entender se é o momento mesmo de fazer a aplicação. São as aplicações desnecessárias que vão contribuir para a resistência”.
A plataforma de monitoramento digital da Syngenta Digital, o Cropwise Protector, também possibilita a realização de aplicações localizadas, conta Chrispim. “Isso diminui a quantidade de defensivo, eu não preciso usar na área inteira, tenho foco em lugares específicos”, completa a engenheira agrônoma.
Com um olhar atento à lavoura e aos seus dados, o produtor rural otimiza a utilização de insumos, reduz desperdícios e ganha eficiência. Tudo isso sem deixar de combater pragas, doenças e daninhas que representam um risco para a produtividade.
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