O acompanhamento da lavoura por imagens de satélite tem inúmeras vantagens, especialmente para os produtores de semente, que conseguem avaliar e garantir o alto potencial produtivo do material por meio das análises de NDVI. A tecnologia é uma medida de […]
O acompanhamento da lavoura por imagens de satélite tem inúmeras vantagens, especialmente para os produtores de semente, que conseguem avaliar e garantir o alto potencial produtivo do material por meio das análises de NDVI. A tecnologia é uma medida de vigor da planta e dá pistas sobre a evolução de todo o ciclo: antes do plantio, é possível fazer o manejo de daninhas e a escolha da melhor área para o plantio. Ao longo do estádio, pode ser usada no acompanhamento de biomassa, reboleiras e anomalias de produção.
O Índice de Diferença de Vegetação Normalizada (NDVI) revela a saúde da lavoura pela análise das imagens de satélite dos talhões, sem que o produtor tenha que percorrer toda a superfície, mostrando a situação das plantas, da irrigação e de pragas. Esses dados podem também ser transformados em mapas para avaliações históricas daquela região.
Gerente de Transferência de Conhecimento e Inovação da Syngenta, Felipe Silva trabalha no desenvolvimento de produtos de sementes da companhia e conta que a análise de NDVI é uma tecnologia de agricultura digital que pode “alavancar a produtividade”, fazendo com que o uso do recurso seja melhor aproveitado. “O produtor poderia utilizar material e população médios para todas as diferentes áreas da fazenda. Com a ferramenta, o superprodutivo vai para a melhor área, e o material mais rústico, mais estável, para uma área de menor potencial, extraindo o melhor de cada produto’’, explica.
Silva afirma que a análise de NDVI tem dois principais benefícios: comparação entre materiais e melhor direcionamento das áreas de plantio. “Tem bastante fit para quem trabalha com sementes. Você consegue ver como o material se expressa lado a lado com outros concorrentes, como se comporta em termos de ciclo, se está sentindo uma condição de seca, pressão de praga ou doença, além de identificar eventuais problemas no estabelecimento da lavoura ”, explica.
O NDVI disponibiliza um mapa que mostra a diferença entre o verde de cada área da fazenda, o que auxilia na avaliação do estande e da germinação. A relação disso é direta com o segundo benefício: a segmentação entre as áreas por potencial, com direcionamentos para o sistema e a produtividade. “Naturalmente, há áreas que são melhores e piores, mais planas, férteis, acidentadas ou com menos cobertura. A partir disso, o NDVI traz um histórico, ajudando a posicionar qual material deve ser utilizado nas melhores áreas da fazenda e qual pode ser direcionado para uma área de menor potencial”, completa Silva.
O Cropwise Imagery, da Syngenta Digital, é uma das plataformas disponíveis no mercado para o uso do sensoriamento remoto do campo. A Coamo Agroindustrial Cooperativa, que tem áreas com sementes de soja, trigo e aveia, desenvolveu um projeto para entender como a solução pode agregar em rentabilidade e tomada de decisão.
“Em imagens de satélites e de softwares, a gente está num ambiente de piloto, de estudar e entender no que isso vai agregar. Hoje, só de ter imagem da área com uma perspectiva diferente, uma imagem aérea e o tratamento por índice vegetativo, ajuda a saber onde temos potenciais e onde tomar maiores cuidados”, conta Fabricio Bueno Corrêa, Coordenador do Departamento de Suporte Técnico da Coamo.
“A imagem dá um bom indicativo de produtividade, desde que tenha fatores controlados, como a mesma variedade, por exemplo”, completa Corrêa, que prevê a ferramenta como algo básico num futuro próximo. “O agrônomo com áreas georreferenciadas e apoio do satélite e do índice vegetativo vai ser parte do dia a dia”, diz.
O projeto com o Cropwise Imagery na Coamo mapeou todas as áreas de campo de sementes, oferecendo um diagnóstico da variabilidade e orientando os técnicos em vistorias localizadas. “Conseguimos antever no recebimento das áreas problemáticas. Temos algumas percepções que levávamos mais tempo para chegar. Hoje é relativamente mais fácil, o foco é na análise agronômica”, avalia Corrêa.
O grande desafio, segundo o Coordenador de Suporte Técnico, é criar valor profissional e começar a fazer gestão dos dados que estão chegando para uma tomada de decisão mais assertiva. O Diretor de Desenvolvimento de Negócios da Syngenta Digital, Paulo Vianna, conta que a ferramenta é fácil e intuitiva para uma gestão mais eficaz.
“O Cropwise Imagery é uma ferramenta muito simples, mas extremamente poderosa para ajudar no monitoramento remoto das lavouras, seja diretamente para o produtor ou para cooperativas, revendas e outras entidades que participem do mundo agro. A identificação imediata de anomalias de biomassa na lavoura ajuda a guiar a mão de obra no campo, trazendo agilidade ao processo”, conclui.
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