A soja hoje é o principal produto da agricultura brasileira. A cultura está presente em várias partes do país e tem chamado a atenção para o agronegócio nacional. O que muitas pessoas não sabem é que esses números poderiam ser […]
A soja hoje é o principal produto da agricultura brasileira. A cultura está presente em várias partes do país e tem chamado a atenção para o agronegócio nacional. O que muitas pessoas não sabem é que esses números poderiam ser ainda melhores se não fossem as doenças e pragas que atacam a cultura, como a ferrugem asiática.
Não por acaso os produtores têm trabalho com técnicas de combate à ferrugem asiática no vazio sanitário, que hoje é uma das doenças que geram mais prejuízos à lavora. Neste artigo, você conhecerá mais sobre o problema e como a técnica do vazio sanitário traz benefícios. Continue conosco!
A ferrugem asiática é uma doença causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi e é um dos principais problemas fitossanitários da cultura da soja. Ele é um patógeno biotrófico, o que significa que o hospedeiro precisa estar vivo, a fim de que ele obtenha o seu alimento.
A origem da doença é a asiática e a primeira vez que foi identificada no Brasil foi na safra de 2001/2002, desde então, ela se espalhou por todo o território onde é cultivada a soja. O desenvolvimento do problema é favorecido pelas temperaturas que ficam entre 18º C e 26,5ºC, com um período de molhamento foliar entre 6 e 12 horas.
O ciclo da ferrugem asiática costuma ser bem rápido quando encontra condições favoráveis. Ele vai de 6 a 9 dias entre a infecção até o aparecimento dos primeiros sintomas. Aliás, falando em sintomas, eles costumam surgir na face abaxial de folhas do terço inferior da planta. São pequenas pontuações com até 1 mm de diâmetro que apresentam uma coloração mais escura que o tecido sadio da folha, com leve protuberância, dando o aspecto de ferrugem.
Outra característica que precisa ser destacada é o fato de que após o aparecimento dos primeiros esporos, logo, eles são disseminados pelo vento, infectando as plantas ao redor e fazendo assim com que a doença se desenvolva.
Lesões são o principal sintoma da presença da ferrugem asiática na planta. Elas levam especialmente à redução da área fotossinteticamente ativa da planta, o que interfere na produção dos fotoassimilados. Na soja, por exemplo, o problema leva a perdas de produtividade, impedindo a formação completa dos grãos. Consequentemente, há um incremento nos custos de produção.
A infecção costuma ser iniciada na parte abaxial das folhas do terço inferior da planta. Com a evolução da doença, o tecido vai ficando com uma tonalidade castanho-avermelhado e causa a desfolha. Quanto mais cedo isso acontece, maiores as chances do grão ser pequeno, com perda de rendimento e qualidade. Nos casos mais severos, quando a doença atinge a soja na formação de vagens pode acontecer o aborto ou queda das vagens, levando à perda total do rendimento da cultura.
Antes de falarmos sobre o manejo da ferrugem asiática, é importante conhecer melhor o conceito de vazio sanitário. Basicamente, ele consiste em um período de ausência de plantas vivas, que dura em média de 60 a 90 dias. A medida tem por objetivo reduzir a incidência do fungo causador da ferrugem asiática durante a entressafra, atrasando a ocorrência da doença na safra.
No Brasil, 20 estados e o Distrito Federal adotam a medida, definida por normas estaduais que estabelece durante o período do vazio sanitário a ausência de todas as espécies, sejam elas voluntárias, hospedeiras de pragas-alvo e doenças. Por isso, caso elas permaneçam, devem ser destruídas com a aplicação de produtos químicos e controle físico dentro do período pré-definido.
O Paraná e a região I10 de Rondônia são os primeiro locais a dar início ao período de vazio sanitário no país, mais especificamente no dia 10 de junho. São seguidos pelo Amazonas, , São Paulo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, região I4 do Pará e região II11 de Rondônia que começam a partir do dia 15 de junho. Caso descumpram as normas estabelecidas, dependendo do estado poderá ser aplicada uma multa juntos aos produtores. Em cada unidade federativa, há um órgão que acompanha e fiscaliza o vazio sanitário da soja.
Considerando um cenário onde constantemente há o surgimento de pragas e doenças, se torna essencial a busca por diferentes formas de manejo que ajudem a garantir a produtividade e redução de custos na propriedade.
O vazio sanitário vem justamente para diminuir a possibilidade de ocorrência dessas pragas e doenças. Esse período de ausência de plantas hospedeiras ajuda a reduzir os problemas relacionados ao fungo da ferrugem asiática em diferentes culturas.
Benefícios
Segundo o consórcio Antiferrugem, criado pela Embrapa, os gastos médios no combate à ferrugem asiática giram em torno de US$ 2,8 bilhões por safra no Brasil. O que representa um enorme prejuízo ao produtor.
Quando o vazio sanitário é usado, se torna possível a diminuição nos custos com o manejo da doença, aumentando a eficácia das lavouras e sua produtividade, o que consequentemente tem ligação direta com a rentabilidade da soja. Outra vantagem é que ao recorrer à técnica, as chances de contar a durabilidade das moléculas de fungicidas são maiores, visto que o patógeno tem uma mutação genética muito rápida, o que não acompanha o lançamento de produtos.
Com a eliminação dos restos de plantas durante o vazio sanitário, o problema é minimizado, permitindo um controle da doença. Claro que isso deve vir acompanhado do monitoramento constante da lavoura desde o seu plantio atrelado à aplicação preventiva de fungicidas, mantendo assim a proteção da cultura. Entre os produtos mais eficientes utilizados estão aqueles que têm entre os seus componentes as estrobilurinas associadas a carboxamidas e ou triazóis.
O combate da ferrugem asiática no vazio sanitário tem se mostrado eficiente ao longo dos anos. Não por acaso, alguns estados contam com uma legislação específica para combater a doença e evitar que ela se alastre e cause prejuízos à produtividade da lavoura. Vale destacar aqui também a importância de associar a técnicas a outras medidas impedindo assim que outras doenças e pragas ataquem a cultura.
Agora que você já conhece mais sobre uma das técnicas mais eficientes no combate da ferrugem asiática, não deixe de ler o nosso artigo sobre as principais pragas da soja!
A grande salvação para a economia brasileira, é assim que o setor agropecuário está sendo encarado em 2017. Com estimativa de crescimento de 2%, de acordo com dados da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o PIB […]
Leia na íntegraAutor: Daniel Dalvan do Nascimento Eng. Agrônomo e Nematologista. Doutorando em Entomologia Agrícola pela Unesp/FCAV e possui mestrado em Produção Vegetal pela mesma Universidade. Atualmente conduz pesquisas visando o controle biológico de nematoides e é sócio administrador da página @nematologiaemfoco […]
Leia na íntegraA produção agrícola, nos últimos anos, vem passando por grandes transformações e desafios: condições climáticas adversas, aumento na demanda de alimentos e necessidade de produzir mais em cada hectare de terra de maneira eficiente e sustentável. Mas, infelizmente, algumas pragas como […]
Leia na íntegra