As plantas emergem do solo, se desenvolvem, surgem as maças, que dão lugar às plumas. É hora da colheita do algodão! Se durante toda a safra, o agricultor esteve atento à qualidade da fibra, na etapa final, é preciso garantir que as colheitadeiras entrem em […]
As plantas emergem do solo, se desenvolvem, surgem as maças, que dão lugar às plumas. É hora da colheita do algodão! Se durante toda a safra, o agricultor esteve atento à qualidade da fibra, na etapa final, é preciso garantir que as colheitadeiras entrem em campo no tempo certo e que não causem danos às plumas.
O processo é desafiador, mas os agricultores estão otimistas em relação à colheita de algodão. A pandemia do coronavírus trouxe alguma incerteza em relação ao valor da fibra, mas os números mostram que o momento de insegurança ficou para trás: segundo a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), as exportações brasileiras do algodão cresceram em 58% em relação à abril de 2020. Afinal, o consumo global vem em uma crescente, segundo o relatório da Abrapa. A previsão para a safra 20/21 é de 2,410 milhões de toneladas.
É por isso que as expectativas em relação à colheita do algodão são altas, mas os desafios também. Neste texto, você descobre mais sobre o período da colheita, os obstáculos e as soluções de agricultura digital que podem ser aliadas do agricultor.
Todo produtor de algodão se desdobra para fazer com que uma lavoura tenha alta qualidade e alta produtividade. “O algodão é desafiador do início ao fim do ciclo”, conta Alessandra Zanotto, vice-presidente da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa).
Há fatores que fogem do controle do produtor rural, como o clima. Por outro lado, com olhos na lavoura, ele pode driblar uma série de problemas, como as infestações de pragas.
Para Zanotto, é preciso selecionara tecnologia que melhor se adapta à realidade da lavoura.
Murilo Pasquini, Especialista em Transformação Digital da Syngenta Digital, explica que as chuvas estão diretamente ligadas à qualidade das plumas. Zanotto completa: “o clima pode fazer o algodão perder cor, brilho”.
O bicudo-do-algodoeiro é o principal inimigo das lavouras de algodão, causando danos diretos nas maças afetando a produtividade final e qualidade de pluma.
Ainda de acordo com Alessandra Zanotto, o pulgão e a mosca-branca são pragas que podem trazer uma série de danos para a fibra.
Ambas as pragas sugam a seiva da planta trazendo prejuízo pro desenvolvimento vegetativo e reprodutivo do algodão.
A cultura do algodão exige atenção, principalmente quando o produtor rural busca certificações nacionais e internacionais. Nesse cenário, uma tendência nos algodoeiros, o agricultor precisa, além de garantir a qualidade da fibra, assegurar que o processo seja transparente e sustentável. No Brasil, a principal certificação em vigor é o Algodão Responsável Brasileiro (ABR), explica a diretora do Grupo Zanotto. Ela completa: “na Bahia, na safra 2019/2020, tivemos 78,2% da área de algodão certificada. Em 20/21, a previsão é de 86%”.
Produzir uma fibra de qualidade e, de quebra, atender às demandas para um algodão certificado, pode ser mais fácil com agricultura digital. Descubra o porquê:
Ferramentas de agricultura digital permitem o registro do manejo da cultura ao longo dos ciclos. Assim, fica mais fácil comprovar os tratos culturais e aprender com eles. “A própria pandemia obrigou essas certificações a serem feitas digitalmente, nós fazemos parte do programa desde 2017, a gente já conseguiu a certificação digitalmente, enviando fotos e todos os arquivos”, explica Alessandra Zanotto.
Sistemas digitais levam mais precisão ao processo de estimar a produtividade de uma lavoura. Segundo o engenheiro agrônomo Murilo Pasquini, “ter uma noção exata da produtividade permite que o produtor faça negociações, pense em investimentos”, explica.
Para o Especialista em Transformação Digital, a agricultura digital traz benefícios para todas as etapas do cultivo de algodão, ajudando o produtor a tomar melhores decisões. De acordo com Alessandra Zanotto, essas ferramentas contribuem para a “gestão campo-cidade, essa integração dentro das fazendas com o administrativo. E essa comunicação só se faz mesmo com precisão, com assertividade”, conclui.
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