Um dos grandes desafios dos produtores de cana-de-açúcar é combater as pragas que atacam a lavoura. No Brasil, o clima tropical deixa esse trabalho ainda mais tenso. Ele favorece a proliferação de muitos insetos e larvas. Não é tarefa fácil […]
Um dos grandes desafios dos produtores de cana-de-açúcar é combater as pragas que atacam a lavoura. No Brasil, o clima tropical deixa esse trabalho ainda mais tenso. Ele favorece a proliferação de muitos insetos e larvas. Não é tarefa fácil enfrentar cada uma das espécies de pragas, mas o controle biológico pode ser um importante aliado do produtor.
Tendência mundial no combate às pragas da cana-de-açúcar, o controle biológico utiliza uma série de insetos, fungos e bactérias – ou a mistura deles – para combater predadores na lavoura. Especialistas e pesquisadores do mundo inteiro estudam alternativas para potencializar esse trabalho.
Vantagens
As vantagens do uso de agentes biológicos são inúmeras. Alguns são eficazes em qualquer fase do desenvolvimento da praga. Eles também diminuem os gastos com inseticidas nas lavouras – principal fonte de despesa dos produtores. O controle biológico auxilia ainda na sustentabilidade do cultivo, agredindo menos o ambiente, auxiliando na nutrição das plantas e no combate de fungos oportunistas.
A Broca da cana-de-açúcar (Diatrea sacchralis), por exemplo, pode ser controlada por agentes como a Cotesia flavipes, parasitóide de lagartas que ataca espécies com mais de 1,5 centímetros, e o Trichogramma galloi, uma microvespa parasitóide de ovos que evita o ataque da broca nos colmos.
Essas duas vespas são eficientes para controle de lagartas e ovos da broca, e quando usadas em conjunto conseguem reduzir até 60% do nível de infestação da praga. As formigas também são inimigas naturais e atuam como predadores dos ovos.
O fungo-verde Metarhizium anisopliae é utilizado no controle à cigarrinha-das-raízes. Para ser eficaz, é necessário aplicar o fungo em períodos chuvosos, à noite e quando mais de 50% das ninfas forem grandes. As aplicações são feitas em formulações granuladas, em pó ou em óleo. As formigas Pheidole sp e Solenopsis spp também atuam no controle de ninfas e adultos da cigarrinha.
O gorgulho-da-cana ou bicudo-da-cana, Sphenophorus levis, é controlado pelos fungos M. anisopliae e Beauveria bassiana. Já contra os besouros (Coleoptera) usa-se as moscas parasitóides e os nematóides do gênero Neoplectana.
Algumas pragas invadem a lavoura sorrateiramente, em silêncio, e provocam um grande estrago. Se o produtor não estiver atento e fizer uso de uma boa ferramenta de monitoramento pode ter muitas dores de cabeça e até mesmo comprometer sua produção.
O Brasil se tornou referência mundial no controle biológico de pragas aéreas e a tática se mostra bastante eficaz. Já para controle de algumas pragas de solo, como o migdolus e formigas cortadeiras, os inseticidas ainda são os mais eficazes.
Estratégia boa tem que incluir tecnologia
O controle biológico pode auxiliar para que os produtores tenham colheitas cada vez mais sadias e fartas. No entanto, o monitoramento sempre será a peça-chave para evitar que o problema com as pragas afete a produtividade da lavoura. Por outro lado, monitoramento para ser eficaz precisa ser embasado por uma boa tecnologia.
Ele pode ser feito por amostragem no campo, com o emprego de um sistema georreferenciado, que garanta total confiança nos dados gerados, ou via satélite, com fotos e mapas de calor para um correto diagnóstico. De um jeito ou de outro, a tecnologia é indispensável para fazer um monitoramento adequado.
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