O mercado financeiro repercute o que acontece no mundo. Diante do rápido avanço de uma doença em escala global e da instabilidade que vive a política brasileira, a flutuação do câmbio é inevitável. O dólar já vinha batendo recordes frente […]
O mercado financeiro repercute o que acontece no mundo. Diante do rápido avanço de uma doença em escala global e da instabilidade que vive a política brasileira, a flutuação do câmbio é inevitável. O dólar já vinha batendo recordes frente ao real em resposta a um conjunto de fatores, sendo a redução da taxa básica de juros, que torna os títulos da dívida pública do país menos rentáveis, um deles.
O atual cenário de crise interna e externa é mais uma razão para o encarecimento da moeda americana, que, no início de maio, atingiu a segunda maior cotação da história: R$ 5,824.
O Brasil é forte na agricultura de exportação, em commodities como cereais e fibras, que respondem diretamente à escalada do dólar. Quando ele está mais alto, o preço do produto brasileiro se torna mais competitivo para o mundo, o que pode favorecer a agricultura.
O outro lado da moeda, de acordo com a Analista de Inteligência de Mercado da Syngenta Ariane Caldeira, é que “o dólar explode e, teoricamente, as pessoas têm um menor poder de compra”.
No entanto, quando o assunto é o agronegócio, cada cultura tem suas particularidades e reage de forma diferente à volatilidade do câmbio. A seguir, Caldeira explica melhor a relação entre o dólar e agricultura a partir da soja, do milho, do algodão e da cana-de-açúcar.
Não há nenhum setor imune a uma crise como a desencadeada pelo novo coronavírus. Contudo, Ariane Caldeira não olha para as próximas safras de soja com preocupação. Afinal, “com a nossa moeda desvalorizada, o Brasil está bem competitivo”, explica.
O cenário positivo da soja se deve também à China, grande importadora da oleaginosa. Segundo Caldeira, nos últimos dois anos, o país vem recuperando sua vara de suínos diante de surtos de peste suína africana ocorridos em 2019. Com isso, a necessidade de soja para alimentação desses animais tende a crescer.
“A incerteza é maior em relação ao milho”, conta Ariane Caldeira. A engenheira agrônoma e analista de inteligência de mercado entende que o impacto ainda é pequeno para essa safra, mas afirma não ser possível precisar o que acontecerá na próxima. O motivo, de acordo com ela, é que o milho não é tão exportado quanto a soja: “o preço é mais interno”, completa.
Caldeira conta que, diante da crise vivida pelo país, é possível que a demanda por carne sofra uma redução, o que diminui também a necessidade por ração e, assim, por milho.
“É o pior cenário”, resume Ariane Caldeira. O algodão, explica ela, é matéria-prima de muitos itens de vestuário, que perdem importância na pandemia, quando comparados com os alimentos. A previsão é de que os produtores de algodão enfrentem dificuldades por conta do coronavírus, mesmo com a alta do dólar.
Mas o avanço da Covid-19 não é única fonte de preocupação para aqueles que cultivam o algodão. Ainda de acordo com Caldeira, “o petróleo está muito atrativo, então fica mais barato produzir com poliéster, e o algodão fica menos competitivo”, conta.
A analista de inteligência de mercado afirma que, assim como o algodão, a cana vem sofrendo com o derretimento dos preços do petróleo. “A gasolina se torna mais competitiva, e o etanol perde”, conclui. A pandemia também traz consequências, segundo ela, à medida que a demanda pelo biocombustível, voltado para o mercado interno principalmente, é reduzida.
Para Ariane Caldeira, é muito difícil prever o comportamento futuro da moeda americana: “essa é a pergunta de um milhão de dólares”, brinca. Afinal, a flutuação do câmbio depende de uma série de fatores muito incertos, como o futuro da pandemia.
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