Planta daninha, mas que em determinadas situações é cultivada para auxiliar na alimentação de animais? Estamos falando do azevém. Nem sempre a presença dessa gramínea é sinal de alerta e é importante saber diferenciar esses momentos. Seja na agricultura ou […]
Planta daninha, mas que em determinadas situações é cultivada para auxiliar na alimentação de animais? Estamos falando do azevém. Nem sempre a presença dessa gramínea é sinal de alerta e é importante saber diferenciar esses momentos. Seja na agricultura ou pecuária, a planta mantém as mesmas características e pode ser facilmente identificada.
Neste artigo, trazemos um panorama completo sobre o azevém, seu ciclo, cultivo, mas também danos e manejo. Pronto para conhecer sobre essa gramínea típica dos climas temperados? Continue a leitura!
O azevém ou Lolium multiflorum é uma planta daninha que serve especialmente como forrageira e fornecimento de palhada para plantio direto. A espécie é anual e bastante comum na região Sul do Brasil, devido ao seu clima temperado, o que torna propício o seu desenvolvimento.
Aliás, uma de suas principais características é o fato de germinar durante o período de outono. O azevém infesta não só lavouras de trigo, mas também outras culturas de inverno, além de jardins e beira de estradas. Por ser uma forrageira de alta qualidade, ele também costuma ser cultivado em algumas regiões, devido à sua fácil dispersão.
Sobre esse ponto vale destacar que a gramínea tem uma alta taxa nutricional, sendo amplamente utilizada na alimentação do gado. Quando se alimentam da planta, esses animais costumam ganhar peso acima da média e de forma rápida.
O azevém apresenta algumas características/vantagens que o tornam uma boa opção de cultivo para os produtores, especialmente no que diz respeito à pecuária.
A primeira delas é a alta palatabilidade, o que faz com que ele seja melhor aceito pelo gado que o consome, se espalha rápido e tem alto rendimento.
Dependendo da região, o cultivar pode ser associado a outras plantações, sem que haja prejuízo, dando assim mais possibilidades ao produtor. Por fim, temos o fato de que a espécie tolera altos níveis de umidade, o que é benéfico, ainda mais se considerarmos invernos mais úmidos.
Basicamente, existem alguns tipos de azevém que são comercializados no mercado são eles: azevém anual tipo westerwoldico, itálico, híbrido e o perene. O que os diferencia é o ciclo de vida, que pode ser anual, bianual ou perene. Além disso, eles têm potenciais de produção de sementes também distintas.
Outro ponto que faz com que haja espécies variadas é o fato delas terem demandas de horas de frio ou não e serem tetraplóides e diplóides, que varia em número de cromossomos da planta. O hábito de crescerem de maneira ereta ou prostrada também varia, bem como a susceptibilidade e capacidade de resistir a doenças e herbicidas.
Para ficar mais clara essa diferenciação, se o produtor rural deseja uma forragem que tenha uma alta qualidade por um largo período, o mais indicado é optar por azevém tetraplóide tipo itálico. Isso porque eles contam com células maiores, além de terem um teor de açúcar elevado e demandar horas de frio para florescer.
A plantação de azevém deve ser realizada durante o período do outono. A sua semeadura pode acontecer em linha, assim como a lanço. A profundidade da semente deve estar a no máximo 1cm de profundidade, devendo variar entre 20 a 30kg de semente por hectare.
A planta se adapta a quase todos os tipos de solo, mas tem melhor aderência àqueles de textura média. Quando o solo é baixo e ligeiramente úmido, ela tem melhor desenvolvimento. Suas raízes são superficiais entre 5cm e 15cm e isso faz com que ela seja sensível à seca. A temperatura ideal de crescimento gira em torno de 20 ºC.
Por isso, o perfil de nascimento à implantação da pastagem é definido não só pela qualidade do plantio, mas também pelas condições encontradas no solo. Afinal, quanto maior teor orgânico melhor, isso define diretamente os perfilhos por área, que são a base da pastagem.
A fase de crescimento é aquela em que há o maior crescimento da folhagem, correspondendo também à etapa de maior valor nutritivo do cultivar. O azevém é bastante tolerante ao pisoteio e possibilita o pastejo de animais por até 5 meses.
O grande problema do azevém é que ele pode infestar plantações, como já foi dito. No trigo, por exemplo, ele é responsável por reduzir bastante a sua produtividade. No caso de espécies de plantas de porte alto, ele pode chegar até 22% de perdas, em porte baixo esse número vai a 56%.
Isso acontece devido à matocompetição, o azevém desencadeia alterações morfológicas no trigo. Tais efeitos negativos demandam a adoção de estratégias que reduzam a infestação do azevém na área. O controle deve começar cedo, visto que a planta se espalha com facilidade, evitando assim a matocompetição inicial.
O glifosato foi amplamente utilizado no controle de azevém em culturas como a da soja. Consequentemente, isso ajudou a selecionar uma população resistente a esse defensivo. No momento atual, cerca de 80% das populações da gramínea têm resistência ao composto.
Portanto, caso o plantio do azevém não seja o objetivo na sua propriedade será preciso considerar o histórico de resistência regional, mas também a rotação no uso de herbicidas, o controle pré-emergente e pós-emergente, bem como o controle na entressafra.
Outras ações importantes são identificar o início de plantas resistentes e o uso de sementes certificadas e de qualidade. Lembre-se também de aplicar herbicidas com diferentes modos de ação e também reduzir as sementes, a fim de evitar a reposição.
O azevém é uma gramínea que tem tanto uma ação positiva quanto negativa, dependendo sob qual ótica o observamos. Para as lavouras de trigo e outras culturas de inverno, ele pode ser bem danoso, reduzindo a produtividade da cultura. Por sua vez, no setor da pecuária, ele é essencial, justamente por produzir uma forrageira rica nutricionalmente e palatável aos animais, ajudando assim na alimentação do gado.
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