Você sabe como é o cultivo de blueberry, também chamado de mirtilo brasileiro? Veja como esse fruto tem crescido no país
O blueberry, também conhecido como mirtilo, já foi tema de diversos filmes, de tanto que o seu consumo é popular nos Estados Unidos e na Europa.
Mas as vantagens do fruto vão muito além da inspiração poética em torno do seu nome. “Trata-se de um ótimo antioxidante, além de ser uma fruta muito saborosa, podendo ser ingrediente de doces, bolos ou vitaminas”, garante a nutricionista e mestre em Educação Nutricional, Sheyla Cordeiro.
Além disso, o mercado atual está aberto a novas tendências de alimentação saudável – e é aí que o blueberry abre vantagem em campo. A nova geração está cada vez mais preocupada em saber o que come e quais os nutrientes necessários para a sua dieta, valorizando alimentos naturais em detrimento dos industrializados com sabores artificiais.
Para Diego Rigueira Domingos, engenheiro agrônomo e gestor de culturas da Shimada Agronegócios – que está em fase de testes na produção do fruto no Brasil – esse é um dos principais motivos para investir no cultivo do blueberry. “A gente vê uma demanda da população por alimentos funcionais, com menos resíduos, que tenham praticidade de consumo”, conta.
Nessa nova realidade, o blueberry pode ganhar espaço na mesa do brasileiro.
“O fruto é rico em Vitamina A e C, Potássio e Magnésio. Ele também possui alta concentração de antocianina, flavonoides e compostos fenólicos, que atuam na prevenção de doenças. Além disso, tem baixo teor de gordura: uma porção de 100g tem apenas 32 kcal”, aponta a nutricionista.
A fruta há muito tempo já é tendência na América do Norte e na Europa, mas só foi introduzida no Brasil a partir da década de 1980.
Mas se é tão boa, por que demorou tanto para chegar por aqui?
“O blueberry é muito dependente das temperaturas baixas. Algumas espécies só se desenvolvem entre 400 a 700 horas de frio por ciclo, o que acaba limitando a sua produção no Brasil”, explica Diego.
Não à toa, o plantio começou a existir por aqui apenas na região sul do país. Isso acontece porque o blueberry é originado de temperaturas temperadas, como as da América do Norte e da Europa. Assim, o clima tropical brasileiro acaba prejudicando o seu plantio.
Mas, com muitas pesquisas e investimento nas tecnologias certas, agricultores brasileiros já vêm investindo nesse cultivo. “Sabemos que o blueberry é uma cultura que responde muito bem à produção feita com ajuda de tecnologia”, explica o engenheiro agrônomo.
A espécie que mais rendeu frutos no Brasil foi a Vaccinium myrtillus – por isso, o nome popular do fruto por aqui virou mirtilo.
De acordo com Diego, essa espécie se adaptou melhor ao clima tropical brasileiro, por necessitar de menos horas de frio por ano, cerca de 200 a 250. Na América Central e do Norte, por exemplo, agricultores trabalham predominantemente com híbridos desta espécie.
Sua propagação pode ocorrer por meio de estaquia – propagação vegetativa – ou por meio de cultura, que é feita em laboratório. Segundo ele, a forma de plantio varia bastante, mas há preferência pelo plantio em substrato. “Assim, pode-se isolar doenças fúngicas que podem acontecer no plantio”, avalia.
As vantagens do cultivo para o produtor passam pela diversidade de produção. “A gente acredita na diversificação da cultura dentro da propriedade. Quanto mais cultivo tiver, mais chance de conseguirmos um ambiente mais equilibrado, além de gerar sustentabilidade para o sistema”, analisa.
Sendo assim, o fruto tem tudo para vingar no Brasil – falta só levar conhecimento sobre suas vantagens para os produtores e para o próprio brasileiro. “O mercado externo está de olho no blueberry. A tendência é que o Brasil, aos poucos, vá crescendo a sua demanda de produção”, finaliza.
Como já foi mencionado, apesar do blueberry ou também chamado de mirtilo brasileiro, não ser originário do Brasil, a fruta se adaptou muito bem e tem gerado bons lucros para aqueles que a plantam.
Na verdade, a Universidade da Flórida, nos EUA, criou uma variedade do fruto que é mais resistente ao calor, chamada de “biloxi”. Essa nova versão do fruto, tem ganhado terreno aqui no país e está se firmando com sucesso em Piracicaba (SP), na região do Vale do São Francisco em Petrolina (PE), em Senador Amaral (MG), na Chapada Diamantina, em Nova Soure (BA).
O que aumenta o incentivo do plantio de mirtilo em mais lugares pelo Brasil. Ainda não se fala de uma estimativa de produção oficial e que tenha abrangido todos os pontos de cultivo, porém, existem levantamentos mais simplificados que avaliam que as áreas já plantadas, são em torno de 500 hectares, com uma importação para o próprio EUA, Canadá e até mesmo para o Peru, de mais ou menos 80 % do que é produzido em terras brasileiras.
Apesar de não ser um investimento inicial barato, ao menos R$ 300 mil reais no primeiro ano de implantação, levando em consideração os gastos com irrigação, outros insumos e que no primeiro ano não há colheita, a ideia inicial de que o mirtilo no brasil não se desenvolveria, hoje, já é um conceito equivocado.
Com demandas crescentes, um maior interesse dos produtores, bom retorno financeiro a longo prazo, investimento tecnológico e o mercado se espalhando pelo país, o plantio do mirtilo veio para ficar e a tendência é que esse cultivo seja cada vez mais impulsionado.
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