soja e broca das axilias. No controle varietal na cultura da soja, a indicação é utilizar sementes com tecnologia como a Bt.
CRÉDITO FOTO: AGEITEC (Embrapa)
Nem todas as pragas que atacam as lavouras são primárias (aquelas que se destacam por ocorrerem todos os anos e contam com altas populações). É de suma importância também dar atenção aquelas classificadas como secundárias. Apesar de serem encontradas em regiões específicas ou mesmo em baixa população, quando não controladas, elas podem trazer uma grande dor de cabeça para o produtor e, até mesmo, mudar a sua classificação.
Este é o caso da broca-das-axilas. Neste artigo, você conhecerá mais sobre essa praga que ataca especialmente plantações encontradas em clima ameno, mas que podem causar grandes prejuízos à lavoura. Confira a seguir sobre as suas características, danos e também formas de manejo!
A Epinotia aporema, nome científico da broca-das-axilas, é um tipo de lagarta que na sua idade adulta se encontra em forma de mariposa, e ataca diferentes tipos de culturas, especialmente a da soja.
Apesar de ser prejudicial à produtividade da cultura, a broca-das-axilas é reconhecida como uma espécie de praga secundária. Isso acontece no Brasil, pois no país ela não é encontrada em grandes populações, especialmente, devido à sua preferência por climas mais amenos. Ou seja, sua concentração é maior na região do Sul do país onde há plantações de soja.
Em suas fases iniciais, a lagarta é bem pequena (tem entre 1 e 2 mm de comprimento) e se destaca pela coloração branca-esverdeada e a cabeça preta. Conforme ela vai se desenvolvendo enquanto larva, algumas mudanças de pele acontecem. O tempo entre uma muda e outra dura alguns dias, sendo o quinto (e último) o mais longo, de 5 a 6 dias. Nos estágios finais da sua fase larval, o seu tamanho pode atingir 10 mm e a sua tonalidade é bege-amarelada com a cabeça marrom.
Até a eclosão como mariposa decorre entre 30 e 40 dias. São os adultos da espécie os grandes responsáveis por dar continuidade ao ciclo. Eles medem cerca de 10 mm e possuem coloração amarronzada, sendo os machos mais escuros que as fêmeas. Após, a copulação entre as mariposas, a oviposição é iniciada e assim novas larvas estão prontas para nascer.
Os ovos são colocados nos brotos mais novos das plantas pelas mariposas. Portanto, o primeiro momento de ataque acontece justamente nessa fase de desenvolvimento da cultura. As lagartas menores tecem uma teia que une os folíolos a fim de se alimentar deles, ajudando a retardar a abertura do broto. Dependendo da extensão do dano, isso pode até levar à morte da planta.
Um fato curioso é que as lagartas da espécie têm uma baixa capacidade de consumo da cultura em si. Apesar disso, o estrago é bem visível, pois ingere de 1 a 2 cm² do broto, quando ele ainda tem de 3 a 4 cm². A partir do momento que as folhas começam a abrir, elas apresentam uma aparência rugosa, contornos irregulares, além de terem uma redução visível de 50% ou mais da área foliar.
Caso a planta não morra, a lagarta costuma penetrar por meio das axilas da cultura, daí vem o seu nome. Com essa ação, a praga provoca uma obstrução no fluxo da seiva, impedindo que a água e nutrientes cheguem aos locais necessários, o que leva a um desenvolvimento anormal das plantas.
As galerias formadas pelas lagartas podem causar o rompimento dos ramos com chuva ou ventos fortes. Inclusive, a praga pode fazer com que a galeria seja uma porta de entrada para outras doenças ou mesmo matar o tecido devido ao excesso de água que acaba penetrando na planta quando exposta às chuvas e orvalho intenso.
Nos estágios mais avançados em que a cultura se encontra, a broca-das-axilas pode atacar botões florais e até mesmo as vagens da soja, especialmente se elas foram provenientes de cultivares tardios. Se o período vegetativo durar mais, há uma redução na altura da planta, levando ao surgimento de ramos secundários. Com isso, as vagens acabam ficando com a altura reduzida, o que traz problemas na hora da colheita.
O controle da broca-das-axilas deve ser realizado com cuidado, a fim de que a praga secundária não se torne primária e prejudique ainda mais a plantação. Como já destacamos em outros textos do blog, o manejo integrado de pragas é a metodologia mais eficiente por usar diferentes técnicas em conjunto, garantindo assim a eficácia na eliminação do patógeno. Descubra a seguir como cada um dos tipos de controle pode ajudar!
O controle varietal consiste no uso de variedades de cultura resistentes à praga. Ou seja, no caso da soja são utilizadas sementes como a tecnologia Bt, que contam com proteínas que agem combatendo especialmente os diferentes tipos de lagartas que atacam a planta.
Esse tipo de controle contribui (e muito) na redução de pragas quando associados com outras técnicas. Além disso, o uso dessas variedades de sementes faz com que a aplicação de pesticidas tenha a sua demanda reduzida.
No caso específico de pragas secundárias, como é o caso da broca-das-axilas, é importante um cuidado maior com o controle químico. Segundo estudos da Embrapa, “para as brocas-das-axilas, o nível crítico está em torno de 30% das plantas examinadas com os ponteiros atacados”. É a partir desse percentual que deve-se entrar com as pulverizações de defensivos.
Como destacado, o manejo integrado é um bom caminho a ser seguido. No caso da broca-das-axilas, a união do controle varietal e do químico é capaz de reduzir consideravelmente a proliferação e desenvolvimento da praga. Isso evita que a produtividade da lavoura se perca e a qualidade da plantação seja mantida.
Não deixe de fazer o monitoramento constante da sua plantação e para continuar lendo mais sobre esse e outros assuntos ligados à agricultura, acompanhe o nosso blog!
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