Hoje, entraremos em uma jornada que o ajudará a conhecer, entender e manejar o capim-colonião. Mas a final de contas, o que é o capim-colonião? O capim-colonião (Panicum maximum), é uma gramínea forrageira originária da África muito usada para a […]
Hoje, entraremos em uma jornada que o ajudará a conhecer, entender e manejar o capim-colonião.
O capim-colonião (Panicum maximum), é uma gramínea forrageira originária da África muito usada para a formação de pastagens para os rebanhos no Brasil. Apresenta várias características agronômicas favoráveis.
Porém, em razão da sua agressividade, alta capacidade de adaptação em solos de baixa fertilidade e a várias condições climáticas, o capim-colonião pode representar um problema para os agricultores, pois ele reduz a diversidade de espécies no ambiente em que ele se desenvolve.
Para ajudá-lo a entender melhor a natureza ambígua dessa espécie que pode ser ao mesmo tempo, daninha e forrageira, vou contar-lhe um pequeno caso.
Certa vez, havia um agricultor chamado Pedro que possuía uma média fazenda no interior do Brasil. Em parte da sua propriedade ele criava gado e noutra parte plantava milho e soja.
Pedro, que era muito bem-informado, já utilizava o capim-colonião com forrageira no seu pasto, pois esse capim apresentava boas características como: alta capacidade de produção de matéria-seca, alto teor de proteína, facilidade de estabelecimento, aceitabilidade pelos animais, capacidade de emissão de perfilhos vigorosos e tolerância a seca. O capim possuía um elevado valor nutricional que garantia a obtenção de animais no pasto com alto desempenho.
Apesar de Pedro gostar muito dos resultados alcançados coma utilização do capim-colonião como forrageira na sua fazenda, ele vinha notando que a espécie estava se tornando daninha para as suas plantações de milho e soja no outro lado da propriedade. Ele também reparou que quando usado como forrageira na pastagem, o capim-colonião não chegava a florescer, o que evitava que as flores tóxicas fossem comidas por animais e a dispersão das sementes aumentasse na propriedade. Já nas plantações de soja e milho, ela possuía um alto grau de dispersão dificultando o controle.
O capim competia por água, espaço, luz e nutrientes, aumentando o risco de incêndio e o custo com trabalhadores nas lavouras. Também era hospedeiro de nematoides.
Pedro, que não aguentava mais as perdas, começou a pesquisar mais sobre a espécie e para resolver o problema encontrou algumas soluções.
Possui ótimo controle de plantas pequenas (20 cm a 40 cm) ou pode ser utilizado na primeira aplicação do manejo sequencial (geralmente associado a glifosato). Recomendada dose de 0,40 a 0,45 L ha-1. Adicionar óleo mineral 0,5 a 1,0 % v v-1.
Possui ótimo controle de plantas pequenas (20 cm a 40 cm) ou pode ser utilizado na primeira aplicação do manejo sequencial (geralmente associado a glifosato). Recomendável na dose de 0,5 a 1,2 L ha-1. Adicionar óleo mineral 0,5 a 1,0 % v v-1.
Possui ótimo controle (20 cm a 40 cm) ou pode ser utilizado na primeira aplicação do manejo sequencial (associado a pré-emergentes), na dose de 5,0 a 6,0 L ha-1.
Além desses, também utilizou, oxifluorfen e flumioxazina.
Herbicida com ação residual para controle de banco de sementes. Utilizado na primeira aplicação do manejo outonal associado a herbicidas sistêmicos (ex: glifosato, graminicidas e imazetapir); ou no sistema de aplique plante da soja, na dose de 90 a 120 g ha-1.
Herbicida com ação residual para controle de banco de sementes. Utilizado no sistema de aplique plante da soja, na dose de 2,5 L ha-1. Não deve ser aplicado em solos arenosos.
Herbicida com ação residual para controle de banco de sementes. Utilizado na primeira aplicação do manejo outonal associado a herbicidas sistêmicos (ex: glifosato, graminicidas).
Recomendada dose de 0,9 a 4,0 L ha-1, dependendo da planta daninha a ser controlada e nível de cobertura do solo.
Herbicida com ação residual para controle de banco de sementes. Utilizado na primeira aplicação do manejo outonal associado a herbicidas sistêmicos (ex: glifosato).
Na soja, para plantas pequenas ou rebrota de plantas maiores ele aplicou graminicidas (clethodim, haloxyfop e outros).
Na soja RR, ele associou ao glifosato.
Em áreas com grande infestação ele utilizou herbicidas pré-emergentes (flumioxazin e s-metolachlor) no sistema de “aplique plante” para diminuir o banco de sementes e o número de aplicações em pós-emergência.
A inclusão de pré-emergentes em diferentes etapas do manejo foi fundamental, principalmente em áreas com grandes infestações. Assim, pode-se controlar os diferentes fluxos de emergência ocasionados pela dormência das sementes.
O controle de capim-colonião no milho foi complexo, pois o milho também é uma gramínea e existem poucas opções que são seletivas ao milho e controlem capim-colonião.
Para controle do banco de sementes, foi aplicado herbicidas pré-emergentes em sistema de “aplique plante” (ex:trifluralina, s-metolachlor e isoxaflutole).
Para controle de plântulas em estádio inicial (20 cm a 30 cm) ele utilizou as seguintes opções:
Após ter sua propriedade infestada por capim-colonião, ele começou a adotar uso de sementes certificadas, a realizar limpeza adicional das sementes a semear; limpar cuidadosamente o equipamento de uso agrícola como tratores, arados, grades e colheitadeiras antes dele entrar numa área nova ou quando mudar de área.
Tomou também cuidados especiais na movimentação e no manejo de animais de pastejo. Praticou a limpeza sistemática de terraços e de curvas-de-nível, linhas de cercas, beiras de estradas e canais de irrigação e drenagem; evitou a movimentação de sementes, de palha ou outros resíduos vegetais de terra das lavouras de uma área para outra. Parou definitivamente de produzir suas próprias sementes.
Além de tomar todas essas medidas preventivas, Pedro, continuou fazendo aplicações conscientes de alguns herbicidas.
No site da Syngenta, Pedro encontrou algumas formulações comerciais de herbicidas e as utilizava quando necessário para controlar o capim-colonião.
Esses foram os herbicidas usados por Pedro:
Espero que com o exemplo da história de Pedro, você tenha aprendido como lidar melhor com o capim-colonião na sua propriedade. Assim como ele, você também pode adotar as técnicas que foram citadas para um manejo eficiente do capim-colonião.
Conhecimento sobre a biologia das plantas e o correto manejo, são fatores fundamentais para que sua propriedade tenha uma produtividade elevada e traga bons resultados.
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