A sucessão é um processo delicado para todas as empresas, independente do segmento. Para falar sobre esse processo, Marcus lindgren, sócio-gerente da Moore Stephens, é o especialista convidado desta edição. Toda empresa nasce com a intenção de se perpetuar no […]
A sucessão é um processo delicado para todas as empresas, independente do segmento. Para falar sobre esse processo, Marcus lindgren, sócio-gerente da Moore Stephens, é o especialista convidado desta edição.
Toda empresa nasce com a intenção de se perpetuar no mercado, mas poucas são as que se preocupam em planejar um futuro um pouco distante, onde o representante da alta gestão não estará mais presente. Ainda que seja um tanto quanto desconfortável pensar nesse futuro, quanto mais cedo a empresa se preparar para este dia, melhores serão as condições de continuidade do negócio.
Esse processo de preparo, chamado de sucessão, deve fazer parte do planejamento estratégico de qualquer organização, afinal, nunca se sabe o que o futuro trará, por essa razão, trazemos para você algumas dicas de como se preparar para deixar sua empresa em boas mãos, seja num futuro próximo ou muito distante.
O processo sucessório tem como principal objetivo garantir a perpetuidade do negócio dentro dos padrões estabelecidos ao longo dos anos. Ou seja, um bom sucessor é aquele que mantém a visão, missão e valores da empresa intactos, agregando valor onde é possível, mas sem quebrar a cultura organizacional e sem deteriorar o planejamento estratégico de longo prazo. Sendo assim, antes de buscar um sucessor, tenha a certeza de que a sua empresa possui uma cultura organizacional forte e bem disseminada.
O processo sucessório pode ser aplicado a qualquer posição dentro da empresa, mas costumeiramente é focado na substituição da alta gestão. Dessa forma, mapeie quais são as competências necessárias para cada cargo de alto nível na sua empresa e vá em busca dos talentos certos no mercado. O desenvolvimento de programas de estágio e trainee são uma excelente forma de chegar a esses candidatos.
Antes de qualquer ação direta, você precisa comunicar seus funcionários de que haverá um processo sucessório, esclarecendo os motivos, as vantagens e desvantagens e como a mudança impactará na organização. O público interno é bastante sensível a este tipo de mudança, em especial quando se tem grande apreço pelo gestor atual, contudo, é possível minimizar qualquer barreira interna investindo em uma comunicação transparente e aberta ao diálogo.
O processo sucessório deve ser lento e gradual, o que significa que sucessor e sucedido passarão um bom tempo trabalhando juntos, a fim de construir uma ponte sólida entre uma gestão e outra. O gestor atual deve apresentar o seu sucessor a sócios, investidores, fornecedores e demais stakeholders visando criar uma sinergia entre essas pessoas, mostrando que a empresa valoriza esses relacionamentos e está preparando o futuro da organização com muito cuidado.
É cada vez mais relevante para as empresas pensar em processo sucessório, sejam elas familiares ou não, portanto, é fundamental que o atual gestor invista, o quanto antes, em reflexões nesse sentido, para que assim, comece a preparar o caminho para seu sucessor.
Marcus Lindgren é professor, sócio-gerente da Moore Stephens e especialista em Liderança Empresarial pela Havard Business School.
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