por Osania Ferreira Quando se fala em produtividade agrícola, levamos em conta dois fatores importantes: a genética e o ambiente de produção. Atualmente, o melhoramento de plantas é essencial para aumentar a produção global de alimentos em culturas como soja, […]
por Osania Ferreira
Quando se fala em produtividade agrícola, levamos em conta dois fatores importantes: a genética e o ambiente de produção. Atualmente, o melhoramento de plantas é essencial para aumentar a produção global de alimentos em culturas como soja, milho, arroz, cana e algodão. A resistência ou tolerância de cultivares a
doenças e pragas é uma busca constante nos programas de melhoramento vegetal, com objetivo de minimizar os danos às plantas e consequentemente, reduzir o uso de agrotóxicos.
Na cana-de-açúcar, o controle de doenças é feito basicamente através de variedades resistentes. Hoje em dia, a transgenia tem sido utilizada, já que o melhoramento convencional de plantas é limitado por barreiras reprodutivas entre espécies. O desenvolvimento da transformação genética de plantas abriu a possibilidade de transferir genes entre espécies ou gêneros.
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No ano de 2017 uma novidade chegou ao setor sucroalcooleiro: a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) aprovou o uso comercial da primeira cana-de-açúcar geneticamente modificada. Batizada de ALTHA20B, a nova variedade é resistente à broca da cana, principal praga que ameaça a cultura. Ela tem o processo de propagação similar ao de introdução de uma variedade convencional.
Ainda utilizando de técnicas de transgenia para o setor sucroalcooleiro, uma equipe multinacional formada por pesquisadores do Brasil, Reino Unido e Estados Unidos identificou um gene envolvido na dureza das paredes celulares de vegetais. Usando de técnicas de biotecnologia, utilizaram um transgene para suprimir o gene endógeno responsável pela rigidez da parede celular para cerca de 20% de sua atividade normal. As vantagens desta tecnologia vão além da possibilidade de quebra do material lignocelulósico de forma mais fácil, melhorando a eficiência na produção de bioetanol. Ela também abre as perspectivas de tornar mais digestíveis as forrageiras empregadas atualmente na alimentação de bovinos e ovinos.
É indiscutível a importância da biotecnologia no setor sucroalcooleiro, permitindo o aumento da produtividade e a adaptação de plantas a novos ambientes de produção. Recentemente a Syngenta lançou as chamadas sementes de cana (batizada de Plene Esmerald, em razão da cor verde), obtidas por técnicas de clonagem. Elas são pequenas cápsulas que contêm partes de gemas, mas que podem ser plantadas normalmente, como qualquer outra semente. A novidade traz como benefício a resistência a herbicidas e pragas, proporcionando
mudas sadias, mais vigor nas taxas de multiplicação, redução dos custos de produção e garantia de pureza gênica.
A biotecnologia pode ser considerada promotora de mudanças genéticas benéficas para a humanidade. Mais especificamente, é o desenvolvimento de novas variedades e processos através da criação de diversidade genética por recombinação dos diversos genes existentes, com a ajuda de técnicas e tecnologias especiais.
Osania Ferreira é mestre em Microbiologia Agropecuária e Coordenadora do Curso Superior de Tecnologia em Produção Sucroalcooleira da Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG).
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