O Brasil é o maior produtor de feijão comum do mundo, segundo a Embrapa. Apesar deste título, o país não fica atrás quando se trata de outros tipos desta leguminosa. O feijão guandu, mesmo não estando entre os mais populares, […]
O Brasil é o maior produtor de feijão comum do mundo, segundo a Embrapa. Apesar deste título, o país não fica atrás quando se trata de outros tipos desta leguminosa. O feijão guandu, mesmo não estando entre os mais populares, possui grande importância para os produtores que o cultivam.
Tal importância se deve ao fato de o grão ser altamente nutritivo, servindo como alimentação humana e animal (bovinos e aves), bem como trazendo diversos benefícios ao solo. Nos tópicos a seguir, mostraremos mais detalhes sobre a espécie, desde as suas características mais comuns até as ações mais acertadas, quando se trata do combate de pragas na cultura. Confira!
O feijão guandu (Cajanus cajan) é uma leguminosa arbustiva que pertence à família das fabáceas. Também conhecido como andu, ele está presente em diferentes partes do país, como nos estados de Minas Gerais, Goiás, Bahia e Piauí, inclusive nos quintais em bairros das cidades destes estados. Isso se deve à sua fácil implantação e manejo, bem como à alta adaptabilidade.
A leguminosa é originária da Ásia tropical, mas foi trazida ao Brasil junto dos escravos vindos da África. Com isso, ela foi sendo distribuída pelo território nacional e semi-naturalizada na região tropical. Além de ser uma fonte rica de alimentação humana, ela também serve como alimento animal, forragem e cultura de adubação verde.
No caso de utilização para a pastagem de animais, quando o guandu é semeado em consórcio com o milho, pode aumentar os níveis da proteína bruta da dieta em até 6%. Já com relação à adubação, o guandu pode ser cultivado junto da cana-de-açúcar, a fim de recuperar áreas devastadas.
As principais caracteristicas do feijão guandu são: arbusto semidecíduo, com altura entre 1 e 4 m, sistema radicular do tipo pivotante, com raiz principal que pode atingir até 3 m de profundidade, e raízes secundárias que, por sua vez, são finas e podem chegar a até 30 cm.
Ele apresenta um caule lenhoso e folhas trifolioladas, com folíolos lanceolados ou elípticos, e tamanho variando entre 4 e 10 cm de comprimento. As flores que surgem com seu desenvolvimento apresentam uma cor amarela ou amarelo-alaranjado com variações de estandartes salpicados em tonalidade púrpura e/ou avermelhadas.
As vagens do feijão guandu são indeiscentes, ou seja, não se abrem espontaneamente, e têm cores que podem ser verde-marrom ou púrpura. Nas vagens, são encontradas de duas a nove sementes, que bem duras quando secas.
Como dito anteriormente, o feijão guandu possui diversas aplicações, além da alimentação humana e animal. Ele é bastante utilizado como adubo verde, mas também em rotação de culturas, por oferecer uma cobertura do solo com material vegetal. E quais os benefícios disso?
O fato de cobrir o solo faz com que haja uma redução no impacto das chuvas, reduzindo assim a erosão e lixiviação de nutrientes, além, é claro, de restringir a presença de plantas invasoras. A leguminosa também é capaz de fornecer rica matéria orgânica para o solo.
Além de o guandu apresentar elevada produção de fitomassa, tem alta concentração de nutrientes na folha e, por ele ser uma leguminosa, a sua capacidade de fixar o nitrogênio atmosférico é excelente, criando assim a combinação perfeita para uma boa planta de cobertura.
Como possui sistema radicular bem desenvolvido, o feijão guandu tem boa tolerância à seca. Para a sua produção, bastam cerca de 500 mm anuais de chuva, lembrando que o seu ciclo produtivo varia de 90 a 180 dias, e que algumas variedades são sensíveis ao fotoperíodo.
Mesmo em solos de baixa fertilidade, a leguminosa consegue extrair fósforo, potássio e fixar nutrientes, obtendo boa produtividade. Inclusive, fazer a rotação com esta cultura pode ajudar a melhorar o sistema produtivo do plantio que virá em seguida.
A melhor época para produção do feijão guandu é no período chuvoso, especialmente entre novembro e dezembro. Sua semeadura deve ser realizada com espaçamento entre 40 cm e 1 m, aproximadamente 10 plantas por metro linear, e emprofundidade de 2 a 5 cm, sendo este último o mais indicado.
Os plantios podem ser mais densos, mas é preciso lembrar que os animais podem não conseguir circular no espaço, nos casos de plantio para pastagem. Como o feijão guandu apresenta desenvolvimento inicial lento, a capina deve acontecer de 4 a 8 semanas após o plantio. Os grãos levam cerca de 100 dias para atingirem maturidade e estarem prontos para colheita. Para colheita, é importante checar se as vagens estão secas.
O feijão guandu não é tão suscetível a doenças e pragas, como outras espécies que encontramos na agricultura. Mas é muito importante lembrar que o controle de plantas invasoras deve ser feito antes mesmo da semeadura, para que não ocorra competição por água, luz e nutrientes.
A formiga-saúva, por exemplo, é uma praga da cultura, sendo capaz de causar danos nas folhas, flores e ramos, a fim de que seja cultivado o fungo simbionte, essencial para a sua alimentação.
A lagarta é outra representante do grupo de pragas que atacam o feijão guandu. Assim como as formigas, elas atacam flores e folhas, mas também vagens.
Em ambos os casos, é preciso empregar o manejo correto. No caso das saúvas, as iscas ou formicidas são boas escolhas e ajudam a afastar a praga da cultura. Logo, fazer o constante monitoramento da área e realizar o manejo integrado de pragas são ações que garantem a manutenção da produtividade e qualidade do grão.
Além de ser uma excelente opção para alimentação animal, o feijão guandu pode ser um importante agente no incremento da produtividade de outras culturas, dada a sua capacidade auxiliar na sanidade dos solos.
Agora que você já conhece sobre a espécie, leia mais sobre a importância da adubação orgânica e o diferencial que ela traz para os solos!
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