A cultura da soja apresenta grandes desafios para a pesquisa científica, entre eles a busca por soluções para problemas como a resistência de plantas espontâneas, insetos-praga, nematoides e ferrugem. Além disso, a minimização das perdas no pós-colheita, estratégias para enfrentamento […]
A cultura da soja apresenta grandes desafios para a pesquisa científica, entre eles a busca por soluções para problemas como a resistência de plantas espontâneas, insetos-praga, nematoides e ferrugem. Além disso, a minimização das perdas no pós-colheita, estratégias para enfrentamento das variações climáticas e disponibilidade de área.
No intuito de atender a crescente demanda mundial por grãos, tecnologias desenvolvidas no âmbito do melhoramento genético foram lançadas, priorizando a seleção de cultivares resistentes, seja à fungos, nematoides ou insetos – um exemplo é a Seleção Assistida por Marcadores Moleculares (S.A.M.).
No Brasil, a maior parte das cultivares comerciais de soja são suscetíveis ao nematoide de cisto da soja(NCS), e diante deste mecanismo tecnológico, o Instituto de Biotecnologia Aplicada à Agropecuária (BIO-AGRO) e a Embrapa Soja, desenvolvem trabalhos de pesquisa, que buscam inserir genes resistentes nestas cultivares como resposta à necessidade de adequar a cultura às regiões contaminadas por NCS (Alzate-Marin, 2005).
Outra tecnologia marcante na cultura da soja é o Manejo Integrado de Pragas (MIP-Soja), que passou por vários processos de evolução desde a década de 1970, quando começou a ser difundida. O MIP refere-se aos processos de amostragem de pragas, cujos resultados auxiliam técnicos na tomada de decisão quanto ao controle.
O monitoramento se baseia nas características do inseto, número de indivíduos estimados na população, o estádio fenológico da cultura, a presença de inimigos naturais, além da capacidade de suportar a ação da praga.
A pesquisa na área de entomologia trouxe maiores avanços nesta técnica, com a identificação de predadores, parasitóides e entomopatógenos (vírus e fungos), considerados armas potenciais contra as pragas, visto que, além de eficientes, reduzem consideravelmente o uso de agroquímicos e não beneficia o surgimento de indivíduos resistentes.
A cultura da soja conduzida no sistema de monocultura continua enfrentando limitações básicas impostas pelo ineficiente manejo do solo. A técnica do Sistema de Plantio Direto (SPD) tem sido uma tecnologia considerada eficiente, quando bem conduzida, para o aumento do teor de matéria orgânica no solo, com consequente melhoria de vários atributos como CTC, porosidade, infiltração e drenagem de água, manutenção da umidade, dentre outros. (Broch et al., 2009).
A crescente demanda pelo produto também levou as empresas produtoras de sementes, adubos, herbicidas e defensivos a desenvolver pacotes tecnológicos que reduzem grandemente o risco de perdas nas lavouras.
Entretanto, mesmo aumentando a produtividade, há uma grande demanda por soluções mais sustentáveis, dentre elas, produtos que incrementam significativamente maior volume e peso de grãos produzidos, sem, contudo, expandir a área cultivada. Nesse sentido, reforça-se a necessidade de busca por insumos com base em recursos naturais renováveis, tais como as substâncias húmicas produzidas a partir de compostagem.
Em Minas Gerais, nosso grupo de pesquisa vem testando possibilidades tecnológicas a base de substâncias húmicas isoladas de resíduos orgânicos reciclados por compostagem e de simbiontes para a cultura da soja. Se confirmado seu potencial em outros ensaios, o uso de ácidos húmicos poderá resultar em impacto positivo para o cultivo do grão no estado.
Isso permitirá aos produtores planejar seu manejo com base em redução dos insumos produzidos a partir de recursos naturais não renováveis e, ainda, vislumbrar mercados de produção orgânica. Posteriormente, as informações e produtos gerados poderão ser difundidos para outras espécies vegetais de interesse comercial.
Especialistas autores do artigo:
Autor: Marihus Altoé Baldotto (Professor Permanente/UFV).
Co-autores: Alexandre Riva de Miranda (Formando em Engenharia Agronômica/UFV), Marcos Paiva del Giúdice (Professor Permanente/UFV), Lílian Estrela Borges Baldotto (Professora Permanente/UFV).
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