Por Marihus Altoé Baldotto A pecuária é uma atividade expressiva dentro do agronegócio brasileiro. Adicionalmente, as criações de equídeos, caprinos, ovinos, e outros, trazem diversas contribuições financeiras e recreativas, demandando uma produção de alimentos em quantidade e qualidade adequadas. Entretanto, […]
Por Marihus Altoé Baldotto
A pecuária é uma atividade expressiva dentro do agronegócio brasileiro. Adicionalmente, as criações de equídeos, caprinos, ovinos, e outros, trazem diversas contribuições financeiras e recreativas, demandando uma produção de alimentos em quantidade e qualidade adequadas.
Entretanto, cerca de 70% das pastagens apresentam problemas de degradação em diferentes graus, seja em decorrência do manejo inadequado das forrageiras ou de animais que excedem a capacidade de suporte. Mesmo para a criação confinada, é preciso garantir manejo que forneça produtividade elevada de alimentos saudáveis, e ainda a preservação da natureza.
Por isso, falar sobre o manejo do solo para a produção de pastagens e de alimentos para as criações brasileiras é tão importante. As pastagens degradadas devem evoluir para sistemas que integram lavoura, pecuária e florestas.
A importância das atividades agrárias está além da produção de alimento. Ela se refere também à conservação de ecossistemas e criação de tecnologias que possibilitem melhor desenvolvimento das plantas e animais aliado a minimização dos impactos ambientais. Neste cenário, a pecuária, atividade de destaque no Brasil, tem muito a contribuir.
O Brasil, cujo rebanho bovino é o segundo maior do mundo, é altamente dependente de pastagens de qualidade, pois quase a totalidade dos animais tem sua dieta baseada em forrageiras, sendo essa a forma mais econômica e prática de produzir e oferecer alimentos aos animais. Dessa forma, essas áreas exercem papel primordial na pecuária brasileira, garantindo baixos custos de produção.
Entretanto, culturalmente, a pecuária é associada a uma atividade de abertura de fronteira agrícola ou de áreas já desbravadas, menos adequadas à agricultura devido à mobilidade dos animais e considerada como pouco exigente no uso de insumos e tecnologia.
Tais fatos, juntamente com a incorreta lotação das áreas produtivas, colaboram para degradação das áreas de pastagens, afetando as produções de alimentos, estoques de carbono, qualidade do solo e da água. Embora seja difícil calcular a degradação de uma pastagem, estima-se que mais da metade das áreas de pastagens existentes no país estejam degradadas ou em degradação, sendo a maior concentração dessas áreas nas regiões de fronteira agrícola (Norte, Centro-Oeste e Nordeste).
Como alternativas de melhorias de produção e ao mesmo tempo de qualidade ambiental, têm-se o sistema integrado de lavoura-pecuária-floresta e a fixação biológica de nitrogênio (FBN). Essas técnicas contribuem para pastagens mais sustentáveis. Enquanto na primeira há maior acúmulo de matéria orgânica e desenvolvimento da microfauna no solo que levam à produção de substâncias húmicas; a segunda reduz a dependência de adubos minerais não renováveis através da ação de bactérias diazotróficas. Sendo assim, esses possíveis biofertilizantes.
Com intuito de desenvolver outras tecnologias para melhoria das pastagens, desenvolvemos um trabalho de estudo na produção de biomassa fresca e seca de Brachiaria brizantha cv. Marandu em resposta à aplicação de substâncias húmicas isoladas de solo proveniente da integração lavoura-pecuária-floresta e bactérias promotoras do crescimento de plantas do gênero Burkholderia sp., aplicados isolados e em associação em sementes e plântulas em casa de vegetação.
Esse é o segundo texto do artigo sobre “Manejo do solo para a produção de pastagens e de alimentos para as criações brasileiras”.
Leia a continuação deste artigo nos links:
Pecuária Brasileira: Manter Qualidade Dos Pastos É Um Desafio
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