Além do meu trabalho como Diretora na Labhoro, tenho a oportunidade de viajar pelas regiões agro do país realizando algumas missões de conhecimento para mulheres no agronegócio. Essa é a essência do projeto que idealizei, o Missões Mulheres do Agro. […]
Além do meu trabalho como Diretora na Labhoro, tenho a oportunidade de viajar pelas regiões agro do país realizando algumas missões de conhecimento para mulheres no agronegócio. Essa é a essência do projeto que idealizei, o Missões Mulheres do Agro. Parte da minha agenda envolve participar de eventos que me permitam conhecer os profissionais da região e empresas que têm a missão de valor e respeito com seus profissionais.
Foi exatamente isso que aconteceu início deste fevereiro, quando fui acompanhar um grupo europeu em Balsas, no Maranhão.
Até aquele momento, estava concentrada em seguir meu discurso previamente programado: entender o LEGADO de cada um dos grupos, o que os uniam. Eu falaria sobre a importância da valorização através do conhecimento, que motivaria aquelas mulheres a investir em si e em suas pares. Buscaria incentivar a prática da sororidade. E , por fim, traria uma mensagem motivacional mostrando a cada uma a importâncias delas em seus núcleos. Afinal, as Mulheres do Agro são todas aquelas que participam ativamente das várias cadeias do setor.
No último dia de Missão ao estado, confesso que estava bastante cansada. Estava me preparando para o meu último compromisso na cidade antes de regressar a Imperatriz e voar para a minha casinha. Mas ali, bem naquele último compromisso, a vida me pregou uma surpresa e fui tomada por uma emoção indescritível.
Me encontrei com as dirigentes da AMAO – Associação das Mulheres do Agro Ouro que reúne algumas lideranças do Maranhão, Piauí e Tocantins desde junho de 2018 e que tem como Missão integrar as mulheres do Agro dessa região a se tornarem ativas nas diversas ocupações do agronegócio. E, logo no início da minha apresentação, fui surpreendida completamente pela abordagem de uma delas. Em nome do grupo, ela pedia que eu me apresentasse, que falasse primeiramente sobre mim, sobre como começou o movimento de valorização da mulheres do agro, que carrego como bandeira, e o que havia me levado para esse caminho.
Confesso que demorei uns 10 segundos para reassumir o controle, já que aquilo não estava no meu planejamento. Mas foi um dos momentos mais importantes nessa minha jornada de inserção e valorização da mulher do agro.
Comecei a falar sobre mim e, ao contar a elas sobre a minha origem, as minhas dificuldades, dúvidas, lutas, dores e também sobre minhas superações, pude perceber o quanto isso tocou seus corações.
Sim, porque, nós mulheres, temos uma incrível aptidão que é a empatia. Acredito que, ao conhecer uma parte da minha história, há uma identificação das outras mulheres. A partir da história de uma, outras podem entender suas próprias limitações, dificuldades, seus desejos, suas lutas, suas glórias.
Em encontros como esses, fica muito claro que as profissionais buscam a conquista de seus espaços, mas, muitas vezes não saber por onde começar. São mulheres engajadas e comprometidas com sua participação no social, mas que ainda procuram seus caminhos no mundo profissional. E aqui fico feliz, pois essas mulheres já estão no caminho certo! Já deram os primeiros passos para, juntas, enfrentarem as dificuldades. Afinal, juntas nós somamos, compartilhamos e transformamos!
Os entraves, em vários casos, moram perto de nós. Companheiros e pais, que são aqueles de quem nós mais esperamos apoio, resistem por não querer consigo uma mulher ou uma filha questionadora, ou trabalhando num “mercado masculino”.
Fora as situações em que o chefe se irrita com a capacidade de argumentação daquela profissional sedenta por conhecimento. Em outros momentos, a falta de apoio dos próprios colegas limita a participação dessa mulher. Em outras situações, a falta de práticas de sororidade corporativa faz com que a profissional se sinta desconfortável e insegura para dividir seus projetos e suas dúvidas.
Apesar de todos esses desafios, mulheres como as da AMAO inovam quando buscam o cooperativismo de ideias. São mulheres lado a lado buscando respostas, construindo pontes, unindo potenciais e seguindo um mesmo caminho. E o brilho de um movimento desses acontece quando elas, ou nós, nos damos conta de nossos próprios potenciais e sabemos qual é o legado que queremos deixar para a posteridade.
Espero que o saldo da nossa conversa tenha sido muito mais assertivo. Para mim, aquele momento foi transformador.
O meu é participar ativamente do processo de valorização de cada uma de nós! Dar voz a ações que permitam um agro mais equilibrado, sem tantas diferenças entre homens e mulheres, dentro e fora do campo.
Lembre-se que ainda temos um caminhar longo a seguir. Todas nós! Para isso, você precisa você precisa saber qual é o seu legado e construir sua própria VOZ!
Vem comigo?
*Andrea Cordeiro é Diretora do Grupo Labhoro e Idealizadora do projeto Missão Mulheres do Agro. Visite o site e conheça!
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