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Dificuldades e Mulheres

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Ainda estamos no mês de março. Um março que chegou muito tumultuado e influenciado por questões envolvendo o coronavírus no mundo e seus desdobramentos nos mercados financeiros, no agro, na saúde, nas relações familiares e sociais, mas sim, ainda um […]

por Syngenta Digital
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Mulheres no canavial

Ainda estamos no mês de março. Um março que chegou muito tumultuado e influenciado por questões envolvendo o coronavírus no mundo e seus desdobramentos nos mercados financeiros, no agro, na saúde, nas relações familiares e sociais, mas sim, ainda um mês para manter o olhar para as questões sobre nós, mulheres.

Certamente, o mais apropriado na minha coluna deste mês seria eu falar sobre o tumulto nos mercados financeiros em todo o mundo, afinal bolsas despencaram e o dólar no Brasil chegou a fazer várias máximas históricas e a romper os R$ 5,00.

Ou também aproveitar que estamos no mês de março, reconhecido como Mês das Mulheres, e  escrever sobre a importância do papel da Mulher do Agro, o quanto já nos posicionamos e o quanto ainda temos a conquistar, mas seria, neste mês de março, mais do mesmo, que muitos já fizeram, inclusive eu.

Eu decidi fazer um link desse momento tão delicado e sem precedentes que o mundo atravessa com o olhar da mulher. 

Desde o começo, quando o assunto veio para pauta diária da mídia, percebi que nos diversos grupos de Whatsapp que participo, sejam eles ligados ou não ao agro, é a mulher quem, de uma maneira humana, vem se colocado como agente divulgador de informação para suas famílias.

São elas, muitas vezes, as mais preocupadas, engajadas e presentes nos chats. Perguntam, trocam informação, querem saber se são válidas ou não. Trocam aconselhamentos para ajudar no processo de melhorar imunidade, que adotam as medidas de segurança mais rapidamente e até fazem orações pelas famílias suspeitas da doença.

Elas, nós, mulheres, sabemos que muitas responsabilidades giram a nossa volta. Tenho a estranha facilidade de desempenhar atribuições corporativas, familiares e pessoais de modo dinâmico e conjunto. Como costumam dizer, temos muitas caixinhas juntas.

Aqui em casa, eu separei o estoque de álcool gel, deixei espalhado pela casa, dei a cada um dos meus filhos para manterem em carro e bolsas. Troquei toalhas de tecido pelas de papel nos banheiros e na cozinha. Pedi ao meu marido para comprar máscaras em caso de necessidade. Fui eu quem recomendou minha mãe, orientou meu marido a recomendar meus sogros que evitem sair de casa e receber visitas e que sejam poupados de ter que ir a mercados e farmácias.

Mas por que isso?  Porque nós, mulheres, temos características marcantes de acolhedoras e cuidadoras. E nem sempre nós percebemos que, à medida que trabalhamos tanto em busca de igualdades, isonomias, equidades, evitamos olhar nossas diferenças. 

Mulher no campo
Créditos: Reprodução Instagram

Sim, porque somos diferentes. Não biologicamente. Não em capacidade, mas no olhar sistêmico, no cuidar, em ter latente em nós o ato de proteger e cuidar dos nossos amores. 

Aqui, não estou afirmando que homens não cuidam, não amam, não se importam ou não têm iniciativa. Não! Nada disso! Quem me conhece sabe que radicalismo não é comigo e quem não me conhece não tem ideia do marido cuidador, prudente e equilibrado que tenho, às vezes, até mais do que eu.

Mas já que estamos em março, precisamos, sim, aceitar que temos diferenças e que elas são especiais. E essa é uma. Não tenho dúvidas de que é justamente esse feeling de mulher, ou instinto de mãe, de cuidadora que está contribuindo para que, nesses dias de tumulto e nervoso, equilíbrio e bom senso prevaleçam. 

Enquanto sigo querendo que homens e mulheres com a mesma capacidade tenham a mesma faixa salarial, que engenheiras agrônomas, advogadas, pesquisadoras, representantes de produtos, gerentes de multinacionais e operadoras de máquinas tenham o mesmo acesso e oportunidades que seus colegas homens, que cada vez mais mulheres acessem estudo e se profissionalizem, quero também dar um viva às diferenças que nos tornam mulheres. Para mim, o bom de ser mulher é justamente isso. Nosso olhar humano. Ser sensível não é sinal de fragilidade, pelo contrário, só fala assim quem não conhece a leoa que habita cada uma de nós. 

Para finalizar, ao ver que o coronavírus toma proporções preocupantes e vem forçando, inclusive, o cancelamentos de eventos importantes no agro e fora dele, como congressos, feiras e viagens, quero renovar o incentivo para que todas nós, junto aos nossos familiares, continuemos a colaborar com nossa fração por um mundo melhor, mais saudável e mais sustentável não apenas na parte ambiental, mas social e econômica.

Vamos fazer a parte que nos cabe, como calma, cautela e cuidado, confiantes de que vacinas sejam descobertas e aprovadas o quanto antes, afinal o trabalho incansável das pesquisadoras brasileiras que sequenciaram em apenas dois dias o DNA do vírus aqui no Brasil contribuirá para o processo da descoberta da vacina.

E depois disso, de enfrentar esse momento de maneira vitoriosa, daí sim, voltemos às tradicionais pautas.


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