Mulheres no Agro: Superando as desigualdades - Syngenta Digital
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Mulheres no Agro: Superando as desigualdades

4 min de leitura

Hoje é dia de falar sobre as Mulheres da Agronomia. E para fazer isso com propriedade, fiz um estudo mais aprofundado sobre elas, que estão diariamente participando ativamente do nosso agro brasileiro. Mas antes quero fazer uma observação: pessoalmente, sempre […]

por Syngenta Digital
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mulheres analisando dados

Hoje é dia de falar sobre as Mulheres da Agronomia. E para fazer isso com propriedade, fiz um estudo mais aprofundado sobre elas, que estão diariamente participando ativamente do nosso agro brasileiro.

Mas antes quero fazer uma observação: pessoalmente, sempre fiquei confusa se o curso superior na área era de agronomia ou engenharia agronômica. E conversando com outras pessoas, percebi que a dúvida é mais comum do que pensei. Após algumas consultas entendi que Agronomia é a ciência agrária que estuda diversas áreas de conhecimento como a engenharia agronômica,engenharia de pesca, engenharia agrícola, ou engenharia florestal. Aprendi que estudantes que se formam em agronomia são chamados de engenheiros; a partir de 1936 se definiu que estudantes formados/as em agronomia seriam intitulados de engenheiros agronômicos.

Passado esse momento “curiosidade”, volto ao tema da matéria:

Atualmente, existem no Brasil 288 faculdades oferecendo cursos de agronomia, e até pouco tempo, o curso era considerado um reduto exclusivamente masculino. Segundo levantamento do CREA, existem quase 109 mil engenheiros agrônomos formados, sendo deste total 88.594 homens e apenas 20.348 mulheres. 

Por não ser formada na área e ter frequentado um curso muito heterogêneo, fui buscar informações adicionais com profissionais da Agronomia. Depois de muito diálogo, consegui chegar à conclusão que uma importante mudança no perfil dos estudantes iniciou no final dos anos 90. Na sequência, uma segunda transformação aconteceu na primeira década dos anos 2000, mas no entanto, ainda hoje, as salas das faculdades de agronomia são frequentadas em sua maioria por estudantes homens. 

Também com base em relatos de professores e alunos, as turmas formavam e ainda formam ainda menos mulheres das que indicam o curso. Agradecemos essa nova fase mundial, com conceitos mais globais e plurais, mas não podemos esconder que existia, até pouco tempo, um misto de preconceito e restrição quanto a presença de mulheres em salas de aula. 

Ainda é fato que as salas de aula dos cursos de agronomia concentram mais estudantes homens que mulheres, mas as instituições já trabalham melhor as diferenças. Antes o preconceito vinha disfarçado da preocupação sobre a fragilidade da mulher ao exercer seu papel profissional, seja dentro ou fora da porteira. Com a crescente participação da mulher em diversos setores e o avanço tecnológico, tal “preocupação” não faz mais sentido.

mulher campo soja

Conversando com a catarinense Danieli Schapievski, hoje com 23 anos e formada há 1 ano pela PUC Paraná, ficou claro pra mim que embora tenha sido natural para ela decidir pelo curso, por ser sucessora dos negócios familiares e mesmo encontrando apoio dos professores e colegas, foi difícil o momento pós formatura.

Segundo ela, foi quando começou a trabalhar na fazenda de seus pais, no planalto norte de Santa Catarina, que sentiu a “falta de consideração que a sociedade tem com as mulheres”. “E sobre isso, creio ser um obstáculo cultural, que será superado com o tempo, pois atualmente tem sido frisada a importância feminina nesta área que há muitos anos sustenta a economia do país.”

Já a engenheira agrônoma Noelle Foletto, formada há 8 anos pela Universidade de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, também não sentiu durante o curso qualquer preconceito pelo fato de ser mulher. Noelle, que trabalha em uma das propriedades da família em Itaqui, me contou que iniciou a faculdade como uma das 9 mulheres entre as 60 vagas ofertadas. Mas ficou feliz ao lembrar que duas turmas adiante da sua, o número de estudantes mulheres já havia subido para 25. Ela apontou que durante o curso percebeu algo curioso: a maioria das estudantes preferia estagiar em laboratórios a ir para o campo, mas isso é algo que ela não soube explicar.

Eu também conversei com Alessandra Decicino, que entrou em Agronomia em 2000 na UFG. Ela me disse ter sido atraída ao curso pela avó agricultora e também por morar em uma região que despertava para a agricultura. Mas desde o início do curso se deparou com desafios. Apenas 20 das 112 vagas de sua turma era composta por mulheres, e o percentual de desistência delas era de 50%. Além disso, naquela época, pouco se falava sobre o papel do profissional nesse setor, e menos ainda sobre a importância do papel da mulher o agro. 

Essas foram 3 de muitas mulheres que conversei ao longo dos últimos dois meses. Fiquei feliz em perceber que muito mudou e que a última década, em especial os últimos 5 anos, houve uma intensificação da participação de mulheres nas Universidades – e em efeito cascata, nos campos e empresas de produtos e serviços ligados ao agro.

Certamente a globalização vem promovendo o encurtamento das distâncias, e logo chegará o dia em que homens e mulheres serão igualmente valorizados trabalhando juntos e buscando uma agricultura cada vez mais eficiente, competitiva, sustentável e plural.

Até lá, seguimos buscando aprender cada vez mais. Um ótimo final de dezembro a todos vocês, e que 2020 seja maravilhoso e de muito sucesso.  Um abraço! 


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