Por Michelle Lao Enquanto a Argentina disputa, a cada novo gole, o reinado absoluto da Malbec, o Chile consagra a Carménère como uva ícone do país, mesmo não sendo a mais plantada por lá. De um lado, a completa Mendoza. […]
Por Michelle Lao
Enquanto a Argentina disputa, a cada novo gole, o reinado absoluto da Malbec, o Chile consagra a Carménère como uva ícone do país, mesmo não sendo a mais plantada por lá. De um lado, a completa Mendoza. De outro, um leque de opções ao entorno de Santiago.
É nesse clima que os dois países, maiores produtores e exportadores de vinho da América Latina, se preparam para receber turistas do mundo todo. Na temporada das colheitas, que vai de fevereiro a maio, as famosas festas das vindimas são excelentes oportunidades para amantes da bebida darem um pulinho ali, em nossos vizinhos.
A boa notícia é que as vinícolas hermanas não perdem em nada para as europeias, tanto se comparadas ao charme dos pequenos produtores quanto à tecnologia nas plantações em grande escala. E ainda contam com uma boa vantagem: com moedas mais baratas em relação ao real, os preços tanto das garrafas quanto da própria viagem são muito mais atrativos.
Argentina
Mendoza, no oeste argentino, é a principal região vinícola e concentra 70% da produção do país. São mais de 1.200 vinhedos, distribuídos em quatro subregiões de destaque: Luján de Cuyo e Maipú, no centro, e Vale de Uco e San Rafael ao sul.
Lujan de Cuyo é o berço da Malbec. Com altitude acima de mil metros, tem alta incidência de sol e grande amplitude térmica, o que proporciona vinhos concentrados, com sabores e aromas fortes. A província, que fica cerca de 30 quilômetros do centro mendocino e aos pés da Cordilheira dos Andes, abriga 40% das bodegas argentinas abertas à visitação. Entre as mais conhecidas estão Catena Zapata, com arquitetura inspirada nas pirâmides maias, Alta Vista, Chandon, Luigi Bosca e a Norton, onde o visitante pode criar seu próprio blend, como se fosse enólogo por um dia.
A região de Maipú apresenta um clima mais quente, está a apenas 16 quilômetros de Mendoza e trabalha uvas com sabor marcante. A dica por lá é visitar a bodega La Rural (Rutini), uma das mais antigas do país, que também conta com um museu da bebida. Por ali, também está a tradicional Família Zuccardi, uma das poucas que abrem para visitação aos domingos. Outras boas opções são as Bodegas López e a Trivento (do grupo Concha y Toro).
Vale de Uco, a área mais promissora, fica 80 quilômetros ao sul de Mendoza. Com investimento de companhias estrangeiras, a região utiliza de técnicas modernas como produções orgânicas e biodinâmicas, que se destacam no cenário internacional.
Em altitudes entre 900 e 1,5 mil metros e temperaturas mais amenas, as uvas de ciclo curto e médio, como merlot, pinot noir, malbec, sauvignon blanc, semillón e chardonnay se destacam. As vinícolas mais disputadas são: Fournier, Andeluna, Salentein e Diamandes.
E San Rafael, a subregião mais ao sul, a 150 quilômetros da cidade, tem altitudes mais baixas, entre 450 a 800 metros. A temperatura elevada, principalmente no verão, favorece a produção de malbec, syrah e cabernet sauvignon, entre as tintas, e a chenin blanc. As principais bodegas, abertas à visitação, são: Suter, Valentin Bianchi, Balbi e Jean Rivier.
Chile
Nas terras chilenas, as primeiras videiras chegaram com os colonizadores espanhóis, na metade do século 16. A posição geográfica privilegiada, entre o Pacífico e a Cordilheira dos Andes, proporcionou um isolamento da região e poupou o país do ataque de pragas.
Com o clima favorável ao cultivo e uma grande amplitude térmica, o Chile se destacou com a riqueza de sabores e aromas dos vinhos. Aliando tradição e tecnologia, atualmente, já ocupa o oitavo posto entre os maiores produtores do mundo.
A facilidade de acesso às bodegas é um incentivo a mais ao enoturismo da região. As principais áreas vinícolas do país estão a, no máximo, duas horas de carro de Santiago. Para alguns vinhedos mais próximos, o trajeto pode ser feito até de transporte público.
Organize seu roteiro, distribuindo os dias entre as regiões dos vales de Maipo, Colchagua e Casablanca, onde são produzidos os melhores vinhos do Chile. No Vale do Maipo, área mais próxima da capital, a protagonista é a uva cabernet sauvignon. Lá está a vinícola mais famosa do país, a Concha y Toro. Em atividade desde 1873, chega a quase ser um programa obrigatório, já que está apenas a 20 minutos de metrô da capital.
E não desanime com a quantidade de visitantes: você vai conhecer a casa da família de Don Melchor e a história do Casillero del Diablo. Reza a lenda que, para evitar que seus melhores vinhos fossem roubados, o dono da vinícola espalhou a notícia de que o diabo se escondia ali dentro. E, sim, há uma imagem bem macabra por lá.
Também na região, está a Cousiño-Macul, a única que, desde o século 19, continua nas mãos da família fundadora. As visitas guiadas têm duração de 45 minutos e dão direito à degustação de três vinhos. Outras opções são a Viña Santa Rita e a bodega Santa Carolina, datada de 1875 e declarada Monumento Histórico do Chile em 1973.
Apesar de 75% das uvas chilenas serem de variedade tinta, a região de Casablanca é famosa pela produção dos vinhos brancos, em especial os chardonnay e sauvignon blanc. O vale fica no caminho entre Santiago e as cidades de Valparaíso e Viña del Mar. A vinícola mais moderna e procurada por lá é a Matetic, que abriga, inclusive, um hotel boutique.
Além da visita e degustação, os turistas podem caminhar até ao Morro Bahamontes, que tem vista para o oceano e para a Cordilheira. Por ali, a Casa Marin também é disputada com uma programação que inclui neve e vinho, em parceria com a estação de esqui de Valle Nevado. Já os amantes da boa gastronomia não podem deixar de conhecer a Viña Indomita, que além das bebidas tem um dos mais bem cotados restaurantes do país.
Festas da Vindimia – Colheita das Uvas
Argentina: a maior festa do país é realizada na própria cidade de Mendoza e, em 2017, acontece no dia 4 de março. Mais informações em: mendozaholidays.com.
Chile: várias celebrações acontecem em todo o país, sendo a mais importante, na região de Colchagua, no dia 1 de março. Um mês depois, no primeiro final de semana de abril, é a vez da festa do vinho de Pirque, no vale de Maipo. E, na região de Casablanca, o evento está agendado para o dia 27 de abril. O cronograma completo das festas chilenas, você confere em: chile.travel/pt-br/eventos.
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