Previsão do Tempo 2° semestre- 2021 - Syngenta Digital
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Previsão do Tempo 2° semestre- 2021

4 min de leitura

De olho no clima! Quem é produtor sabe que é impossível produzir sem se preocupar com a previsão do tempo. Vai chover? Vai fazer sol? Com tantos fenômenos acontecendo, geadas afetando os cafezais, um frio intenso no sul do país, […]

por Luisa Torres
29 de julho de 2021
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clima

De olho no clima! Quem é produtor sabe que é impossível produzir sem se preocupar com a previsão do tempo. Vai chover? Vai fazer sol?

Com tantos fenômenos acontecendo, geadas afetando os cafezais, um frio intenso no sul do país, chegando até a nevar em algumas cidades, como será que fica o tempo para o segundo semestre?

Quem nos responde é o agrometeorologista, João Castro, da climatempo.

Syngenta Digital: João, vamos começar falando do café. A geada veio muito severa. Tem novo alerta vindo por aí?

Syngenta Digital: E falando em grãos. O que esperar do clima para a safra de verão 2021-2022?

João Castro: Este ano, teremos um início de safra bastante diferente do ano anterior. Vocês vão se lembrar, no ano passado, tivemos o efeito da La Niña. Chuva demorou a emplacar, ganhar consistência. Foi começar a chover mais ou menos na segunda semana de dezembro. Teve muito atraso e, por isso tivemos milho atrasado no Sul, Mato Grosso do Sul, São Paulo que, além disso, ainda está levando toda essa geada em cima prejudicando a produção.

João Castro: Na metade de julho, tivemos um evento de geada bastante importante que comprometeu as lavouras no interior de Minas Gerais e norte de São Paulo. Foi uma geada intensa. Causou perda, vai impactar a produção do ano eu vem. E o pior de tudo é que vem uma nova onda de frio agora no final de julho que deve causar geada novamente no interior de MG, região sul, próximo a Lavras. Infelizmente, né? Logo na sequência de uma geada forte, mais um evento severo. Lavouras novas, provavelmente, não vão conseguir aguentar.

Para esse ano, felizmente, o cenário para o início de safra é diferente porque hoje estamos em uma condição de neutralidade. Vamos caminhar para a La Niña mas ela só vai mostrar impacto lá para dezembro e janeiro. Ate lá temos uma condição bastante favorável de precipitação. Claro que você vai ter regiões que vão chover menos, mas no geral o Centro Sul vai estar com precipitações acima da média.

“Estou no Paraná e aproveito o final do vazio (sanitário). Planto cedo, no início de setembro. A soja nasce, cresce. Estande está legal. Chega em janeiro, na floração, enchimento de vagens, o que vai acontecer? Falta de precipitação!” – João Castro, agrometeorologista Climatempo

Esse cenário, como comentei, vai começar a mudar lá em dezembro. É que volta a La Niña e olha só o drama! Digamos que eu sou um agricultor. Estou no Paraná e aproveito o final do vazio (sanitário). Planto cedo, no início de setembro. A soja nasce, cresce. Estande está legal. Chega em janeiro, na floração, enchimento de vagens, o que vai acontecer? Falta de precipitação! Esse é o cenário que está se desenhando. Lá no enchimento da soja, a gente pode ter uma irregularidade da precipitação, especialmente no Centro Sul. Claro, alguns locais vão sentir mais que os outros.

Plantação de soja com vista para o céu
Vai faltar chuva no momento em que mais se espera que chova: no enchimento das vagens de soja.

Syngenta Digital: E o que mais podemos destacar nesse segundo semestre?

João Castro: O ponto principal é mesmo a questão da precipitação. Na medida do possível é importante fazer a escolha de cultivares com mais tecnologia, mais resistentes. É antecipar ao máximo o ciclo, a data de plantio. E uma outra estratégia bastante interessante, para tentar fugir da irregularidade da precipitação é o que o pessoal do Sul já tem utilizado: fazer plantio escalonado, com diferentes datas de semeadura e cultivares híbridos, com diferentes tipos de ciclo. Uma tentativa que você tem de escapar dos períodos de estiagem. É uma estratégica que está sendo mais adotada no Sul, onde sentem mais com a falta de precipitação.

Syngenta Digital: João, como empresa de tecnologia para o campo não poderíamos deixar de perguntar a sua opinião em relação as soluções digitais que auxiliam a agricultura. Veio para ficar, né?

João Castro: Eu costumo dizer que na agricultura, a gente passou por grandes períodos de transformação. Tivemos uma revolução com plantio direto. Depois, tivemos uma revolução muito grande com a AP, agricultura de precisão, e agora uma outra revolução muito grande com o digital.

A ferramenta digital, eu digo que é um tesouro na mão do agricultor. Só tem que utilizar da maneira correta!- João Castro, agrometeorologista

Muitas vezes, o agricultor está desconfiado, não quer fazer a adoção. Mas uma coisa que eu acredito é que estamos em uma fase de transição. A sucessão familiar está acontecendo. Os jovens estão chegando ao campo e estão cuidando, adotando a tecnologia. Estão tomando essa dianteira, dá um impacto muito importante. Seja no dado mais simples que é o registro de chuva.

Então, hoje temos, por exemplo, estações meteorológicas no campo. Eu, como consultor de clima, se falar para o agricultor: olha, esse ano a precipitação vai ser abaixo da media. Na agricultura tradicional, o agricultor vai na caderneta dele e vai ver o registro de chuva para novembro. Com a adoção da tecnologia, é outra coisa. A possibilidade de ter equipamentos digitais facilita muito. Você cria uma banco de dados, um histórico, fica tudo armazenado. Isso tudo vem, ao meu ver, para auxliar de forma positiva.

Lembrando que estamos nesse meio de mudança climática. Tem chovido cada vez menos, com uma recorrência menor. Então, daqui para frente, o que vai acontecer? O agricultor estava acostumado com um plantio em uma determinada data, cento e vinte dias. Hoje em dia, essa cultivar tem que ser de noventa dias, data de plantio precoce. As janelas estão cada vez mais curtas. Tudo isso como resposta à mudança do clima. E você ter dados climáticos é a ponte que vai te levar para produtividade cada vez maior porque se você conhece a sua região, não toma decisões genéricas. Daqui para frente isso aí vai ficar cada vez mais latente.

Syngenta Digital: João, antes de finalizar, vamos voltar só mais um pouco no café. Se a chuva vai começar a diminuir por volta de dezembro, início do ano, como fica a produção de café?

Planta de café
O clima não vai ajudar! A previsão é de mais uma safra difícil para os produtores de café.

João Castro: Mais um ano difícil. Você tem plantas jovens que foram impactadas pela geadas e ainda vai faltar água na época que deveria chover para que essa planta desenvolva, ganhe vigor, produza. A deficiência física é um problema para essa planta que já sofreu no inverno. Por isso, a tendência é a safra de café, no ano que vem, ser bastante comprometida. Tanto que as cotações de NY estão indo lá em cima. Inverno rigoroso, expectativa de La Niña… Então, para o mercado do café está se desenhando pela frente, uma próxima safra bastante complicada.

Syngenta Digital: E há alguma dica para que os produtores passem sem sentir tanto esses fenômenos?

João Castro: Irrigação. Todo mundo já faz hoje em dia. Aquele que não tem irrigação, tem que investir. Uma forma que tem de amenizar a deficiência hídrica. Claro, você chega em outro ponto que é ter um lugar para armazenar água, o sistema também é bastante caro. Mas na minha avaliação é um investimento necessário e acaba se pagando. Veja esse ano: frio forte, duas geadas e depois sem chuva. Não adianta, acaba que o investimento acaba que se pagando.

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