135,409 milhões de toneladas produzidas, 38,502 milhões de hectares de área plantada e uma produtividade de 3.517 kg por hectare. Esses são dados da safra 2020/2021 apresentados pela Embrapa e que mostram o Brasil como maior produtor de soja do […]
135,409 milhões de toneladas produzidas, 38,502 milhões de hectares de área plantada e uma produtividade de 3.517 kg por hectare. Esses são dados da safra 2020/2021 apresentados pela Embrapa e que mostram o Brasil como maior produtor de soja do mundo.
De fato, nos últimos anos o país se tornou uma potência mundial quando se trata dessa cultura. As maiores tecnologias no campo, os melhores sistemas de plantio e a maior produtividade ajudaram a levar essa cultura a ser a principal.
No entanto, da mesma maneira que a produtividade aumentou, os desafios foram pelo mesmo caminho, impondo aos produtores maiores cuidados, especialmente, quando se trata de pragas, que têm chegado a cada vez mais regiões produtoras.
É justamente sobre isso que trataremos neste artigo. Confira quais são as 6 principais pragas da soja e como evitá-las!
As principais pragas da soja podem variar de acordo com a região e as condições climáticas, mas algumas das mais comuns e problemáticas incluem: lagarta-da-soja, percevejo-marrom, lagarta helicoverpa, entre outras. Vamos tratar sobre cada uma delas a seguir.
A lagarta-da-soja (Anticarsia gemmatalis) é reconhecida por ser uma espécie tropical de lagarta. Elas são facilmente identificadas pela suas estrias brancas e o corpo marrom, mas dependendo da demanda de alimento, caso seja em menor quantidade, pode apresentar uma tonalidade mais escura. Suas listras estão no dorso e nas laterais do corpo.
Na fase adulta, ela se apresenta em forma de mariposa de cor pardo acinzentada. Os locais favoritos dessa praga são a face inferior das folhas, bem como os ramos, hastes e caule.
Ela costuma atacar no início da cultura e também no período de floração. Seus danos começam pela raspagem das folhas. Na medida em que crescem, elas passam a se alimentar da folha, deixando buracos ou mesmo consumindo toda ela. Ou seja, nesse último caso vemos um caso de desfolha que pode chegar a totalidade, se não for controlada.
Uma das opções para realizar o controle dessa praga é adotar a tecnologia Bt. Quando a lagarta entra em contato com uma folha que conta com a bactéria Bt, ela entra no organismo do animal e se transforma em proteína, o que ajuda a matá-la.
O percevejo-marrom também entra na lista das principais pragas da soja, sendo bem nocivo à cultura. Eles têm como principal característica a coloração marrom uniforme. Geralmente, o seu comprimento é de aproximadamente 1 cm. Seu ciclo biológico dura em média de 28 a 35 dias e começa com os ovos, que são botados pelas fêmeas da espécie.
São dois os principais danos causados pelo percevejo-marrom: enrugamento dos grãos, que suga a seiva das vagens ainda verdes, reduzindo a sua produtividade; retenção foliar, que faz com que as plantas fiquem verdes, mesmo em época de colheita, aumentando a umidade dos grãos.
Para o percevejo-marrom, uma das indicações de prevenção é o uso de diferentes tipos de defensivos, a fim de evitar uma resistência deles. Neonicotinóides, piretróides e organofosforados são os que melhor protegem a cultura da soja dessa praga.
Se falamos sobre as principais pragas da soja, não podemos deixar de lado a lagarta helicoverpa. Essa praga tem alta capacidade de reprodução e adaptação, se reproduzindo em diferentes condições climáticas, além de serem resistentes a alguns inseticidas. Ela também tem um poder de proliferação rápida.
Suas características são comuns em outras espécies de lagartas, dificultando a sua identificação. Além disso, as suas tonalidades variam bastante, o que vai do branco-avermelhado ao verde. Logo, não é indicado fazer a identificação por meio dessa característica, pois pode gerar confusão.
O ideal é observar os pelos brancos que se formam na sua parte frontal e nas estruturas que são escurecidas no pelo, como se fosse uma espécie de cela.
Seu ataque contempla especialmente as vagens da soja, prejudicando assim a produtividade. Existem estimativas que apontam perdas de 30% a 40% da cultura. O seu combate tal como na lagarta-da-soja pode ser feito por meio do cultivo de sementes com a tecnologia Bt.
O Tamanduá-da-soja é um inseto, mais especificamente um besouro, com menos de 1 cm de comprimento, de tonalidade escura com linhas amarelas ou brancas. O nome é dado devido ao bico que ele possuiu, sendo o seu principal instrumento de ataque à cultura da soja.
Cabe destacar que eles atacam a cultura desde a sua fase inicial. Enquanto larvas, eles se escondem dentro da haste principal da planta, consumindo todo o conteúdo do tecido da planta, o que dependendo do dano pode levar à morte dela.
Quando adulto, o tamanduá-da-soja faz a raspagem das hastes da planta, fazendo com que ela fique com um aspecto desfiado, isso faz com que a cultura se torne mais frágil e seja levada à perda total.
Os ataques desta praga são mais intensos quando há o plantio direto na área, provendo assim as condições ideais para a manutenção do inseto. Consequentemente, uma das principais maneiras de evitar que a praga se alastre e prejudique a produtividade da soja é a rotação de culturas. Isso ajuda a evitar o aumento populacional da praga.
Os corós são larvas de tonalidade branca com cabeça e pernas marrons pertencentes à família Melolonthidae, existem diferentes espécies que atacam a cultura da soja no Brasil, mais especificamente três delas se destacam de acordo com a região que são o coró-da-soja, coró-da-soja-do-Cerrado e o coró-pequeno-da-soja.
A praga fica alocada no solo, se alimentando das raízes da soja e também dos nódulos que ajudam a fixar o nitrogênio. Com isso, os corós fazem com que as plantas tenham a capacidade de absorção de água e nutrientes reduzidas, levando assim a perdas que podem atingir 100% da lavoura.
Uma das maneiras mais eficazes de fazer o controle é com a prevenção, ou seja, alterando a época de semeadura e preparando o solo adequadamente, com a aplicação de inseticidas nas sementes, por exemplo.
A Spodoptera frugiperda é um dos principais insetos que ataca a cultura da soja. Ela tem cerca de 15 mm de comprimento e possui uma tonalidade que vai do pardo-escuro ao preto, dependendo da idade. Além disso, tem uma espécie de “Y” invertido na parte frontal, o que facilita a sua identificação.
A praga costuma atacar diferentes partes da planta de soja, além de ocorrer tanto nos estágios iniciais de desenvolvimento quanto nos mais avançados. Dependendo do momento em que for feito esse ataque, a praga pode levar a danos irreversíveis.
O monitoramento é uma das melhores formas de evitar que a praga prejudique a lavoura, pois permite um controle mais eficiente por meio de defensivos e rotação de culturas, por exemplo.
Independentemente de quais sejam as principais pragas da soja e suas diferenças, uma coisa todas elas têm em comum: a necessidade de um Manejo Integrado de Pragas. Por mais que mostremos alguns dos métodos utilizados, é preciso considerar o fato de que eles sozinhos nem sempre são tão eficazes. Por isso, é importante conhecer as metodologias de controle tanto físico quanto biológico, cultural e outros.
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