Para obter o aumento da produtividade rural é fundamental investir na qualidade do solo. Mas como saber se a área de plantio possui os atributos necessários? Neste artigo vamos explicar como avaliar e manter a qualidade do solo na lavoura. […]
Para obter o aumento da produtividade rural é fundamental investir na qualidade do solo. Mas como saber se a área de plantio possui os atributos necessários? Neste artigo vamos explicar como avaliar e manter a qualidade do solo na lavoura.
Acompanhe a seguir!
Em síntese, a qualidade do solo está associada a sua capacidade de desempenhar funções essenciais dentro de um ecossistema natural ou manejado, sustentando a produtividade das plantas e animais ao mesmo tempo que consegue manter a qualidade do ar e da água.
Na produção agrícola, a saúde do solo está relacionada com uma avaliação integrada de atributos químicos, físicos e biológicos.
Em geral, para estimar a qualidade do solo é necessário considerar alguns indicadores como matéria orgânica, capacidade de troca de cátions CTC, teor de saturação por sódio, saturação por bases, acidez potencial e pH, além da densidade e porosidade.
Entenda a seguir!
A CTC do solo tem influência direta na sua capacidade de reter cátions, preservando-os na zona radicular das plantas e promovendo a limitação da lixiviação. Como resultado, há um maior acesso das culturas a nutrientes, proporcionando um desenvolvimento eficaz.
Além disso, os solos que possuem alto teor de cátions apresentam maior resistência às alterações de pH, visto que têm um potencial elevado para equilibrar níveis de acidez ou alcalinidade.
A matéria orgânica ajuda a melhorar a estrutura do solo, tornando-o mais poroso e com melhor infiltração de água e ar. Na prática, esse indicador é responsável por otimizar a capacidade de retenção de água no solo e garantir um suprimento adequado para as culturas.
A saturação por bases é definida com a relação entre a soma das bases trocáveis no solo e a Capacidade de Troca de Cátions (CTC) que inclui cálcio (Ca²⁺), magnésio (Mg²⁺), potássio (K⁺), sódio (Na⁺) e outros cátions —, multiplicado por 100. Dessa forma, quanto maior a saturação, maior será a quantidade de bases trocáveis disponíveis no solo.
Esse indicador revela a fertilidade as cultivares, evidenciando sua capacidade em reter nutrientes essenciais para o crescimento das plantas. Além disso, aponta um equilíbrio químico apropriado, onde as bases estão proporcionais aos cátions ácidos — como o alumínio (Al³⁺), que auxilia na prevenção da absorção excessiva desse componente nocivo devido às interações químicas com outros minerais.
Em geral, o pH do solo é uma medida que indica sua acidez ou alcalinidade e está diretamente associado com a disponibilidade de nutrientes para as plantas.
Na prática, as culturas se desenvolvem melhor em solo com pH entre 6,0 e 7,0. Isso significa que valores abaixo desse intervalo resultam em solos ácidos, o que consequentemente limita o crescimento das plantas e a disponibilidade de nutrientes fundamentais, como cálcio, magnésio, fósforo e potássio.
Esse indicador possui extrema importância na verificação da acidez e do potencial tóxico do alumínio para as plantas.
Isso acontece porque ele é um elemento químico presente em muitos solos brasileiros — normalmente, em formas que não estão disponíveis para as culturas.
Vale destacar que, em solos ácidos, ele pode se tornar solúvel e tóxico para as raízes, inibindo seu crescimento e impactando negativamente na produtividade.
A soma de bases está associada à capacidade do solo reter nutrientes e manter o equilíbrio químico essencial para o crescimento saudável das culturas.
Além disso, é composta por íons carregados positivamente, como cálcio (Ca²⁺), magnésio (Mg²⁺), potássio (K⁺) e sódio (Na⁺), entre outros.
Esse indicador permite avaliar o grau de acidez do solo. Em geral, os níveis de pH variam de 0 a 14, com 7 sendo considerado neutro. Com valores menores que 7, considera-se solo ácido e acima de 7, alcalino.
Os solos brasileiros, geralmente, são ligeiramente ácidos, e o intervalo ideal está entre 5,5 a 6,0 em água, ou entre 4,9 a 5,4 em CaCl₂ 0,01 M. Isso porque nessa faixa, os nutrientes estão mais disponíveis.
Para fazer a avaliação da qualidade do solo é fundamental seguir alguns passos. Confira quais são eles:
Considere os indicadores físicos: analise os índices de densidade, porosidade e estabilidade dos agregados bem como a interferência com maquinários.
Aprenda um pouco de química: como o solo está intimamente associado com a química e suas reações com a bioquímica e fisiologia vegetal é importante entender como cada nutriente atua na cultura.
Conheça os bioindicadores: são espécies relacionadas a biologia do solo, desde os microrganismos (fungos e suas relações simbióticas com hifas e micélios) até os seres macrobiológicos (minhocas e demais insetos responsáveis pela aeração do solo).
Entregue a amostra no laboratório: realize um plano de amostragem, por meio da divisão da propriedade em frações equivalentes, conforme a localização do relevo, a cor, a textura e o método de tratamento. Logo após envie para análise em um laboratório.
Existem algumas práticas que podem ajudar a preservar a qualidade do solo. Veja!
O preparo do solo é um fator muito importante para manter a qualidade do solo. Por isso, evite técnicas que podem causar erosão como a aração intensa em áreas inclinadas, já que elas afetam a estrutura do solo e geram perdas de nutrientes essenciais.
Por outro lado, adote técnicas de manejo conservacionistas como o plantio em curvas de nível, que ajudam a reduzir o escoamento da água e conservar a camada superficial.
O plantio direto contribui para a manutenção da qualidade do solo, pois evita o revolvimento intensivo da terra.
Nesse sistema, os restos culturais permanecem na superfície, formando uma cobertura orgânica, que mantém a umidade e protege contra erosão. Além disso, ele estimula a atividade microbiana e aumenta a matéria orgânica.
Ao alternar o cultivo de diferentes culturas em uma mesma área, é possível evitar o esgotamento de nutrientes específicos, além de diminuir a incidência de pragas e doenças associadas a monoculturas.
A gessagem é uma técnica utilizada para corrigir a acidez do solo em camadas mais profundas (entre 20 e 60 cm de profundidade), principalmente em regiões onde o cálcio e o enxofre são deficientes.
Na prática, ao realizar a análise do solo é possível identificar a necessidade de cálcio e enxofre e adicioná-los de forma adequada para melhorar a qualidade do solo.
A adubação com nutrientes especiais, como os micronutrientes (ferro, zinco e manganês, entre outros), é fundamental para corrigir deficiências e conservar a saúde das plantas em seu máximo potencial.
A criação de minhocas (minhocultura) é uma estratégia que contribui para a melhora da qualidade do solo. Isso porque elas são responsáveis pela decomposição da matéria orgânica, transformando-a em húmus (um material riquíssimo em nutrientes para as plantas). Como resultado, ocorre o aumento da fertilidade do solo e a melhora da estrutura e aeração.
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