Atualizado em 15 de fevereiro de 2019.
Nos artigos anteriores, abordamos todas as etapas de cultivo da soja e a boa colheita dos grãos é que coroará todos os esforços realizados durante o cultivo. Sendo uma cultura tipicamente de extensas áreas plantadas, geralmente a colheita é realizada de forma mecanizada. As máquinas cortam, recolhem e beneficiam, trilhando as vagens para recolherem os grãos.
Para uma boa regulagem das máquinas, a altura de inserção da primeira vagem, o número de ramificações e o diâmetro do caule devem estar contidos no planejamento do cultivo. Fatores como a deiscência natural das vagens (“taxa de debulha natural”) e acamamento sofrem significativa influência da cultivar e da época de semeadura. Por isso, a região para o plantio deve ser bem escolhida.
Além da influência ambiental, as recomendações técnicas de controle de plantas daninhas, como irrigação, corretivos e fertilizantes, precisam ser bem feitas. As plantas daninhas, por exemplo, poderão afetar fortemente a colheita, especialmente pela necessidade de trabalhar com plataformas elevadas, perdendo vagens baixeiras.
O ponto ocorre quando inicia o processo senil, com as folhas ficando amareladas, as vagens secando e perdendo umidade rapidamente. Deve ser considerado o objetivo final da produção, ou seja, se será destinado à alimentação ou produção de sementes.
É fundamental que as máquinas estejam adequadamente reguladas. Isso minimiza perdas quantitativas e qualitativas, isto é, os danos visíveis e invisíveis ou latentes. Faça esses últimos especialmente se o destino será a produção de sementes.
Geralmente, o momento propício para a colheita da soja é sinalizado quando ela alcança a maturação fisiológica. Isso corresponde ao estágio de desenvolvimento em que as plantas estão com as folhas amarelas, com as vagens mais velhas secas e com as sementes no seu desenvolvimento máximo. A maturação é de fundamental importância para a produção de boas sementes, pois equilibra condições morfológicas, fisiológicas e funcionais, que culminam com o ponto máximo de matéria seca nas sementes. Assim, a semente alcança o máximo de matéria seca, de poder germinativo e de vigor.
Quando a maior parte das vagens apresenta coloração marrom ou cinza, com teor de umidade dos grãos entre 13 e 15 %, é o momento adequado para a colheita, pois minimizará os danos imediatos (visíveis) e latentes (invisíveis). Ou seja, abaixo de 13 % as sementes estarão muito duras, quebradiças e acima de 15 %, macias.
A dessecação a partir do estágio reprodutivo possibilita uniformizar e antecipar o processo de colheita. Isso contribui para redução de perdas e melhoria na qualidade final do grão. Contudo, é necessário observar também a coloração marrom-escura do hilo da semente. Os dessecantes devem ser recomendados com responsabilidade técnica.
Mesmo dimensionando todas as etapas já citadas, ainda é necessária a ciência meteorológica para uma previsão adequada de um fator que não pode ser surpresa: a chuva. Não colher no momento correto, significa “armazenar” a soja a campo, onde há, além de chuva, risco alto de condições desfavoráveis de umidade relativa do ar, temperatura, agentes biológicos, etc.
Os aspectos fundamentais da colheita acumulam todos os acertos e equívocos, e também as precisões e exatidões, desde o planejamento do cultivo. Máquinas próprias ou terceirizadas, axiais ou radiais, devem ser bem reguladas. Não esquecendo do treinamento contínuo dos seus operadores.
Dessa forma, podem ocorrer muitas perdas antes e durante a colheita, sendo as máquinas apenas o ponto final de uma série de recomendações técnicas necessárias e determinantes, desde o planejamento da lavoura.
No próximo artigo, abordaremos a pós colheita da soja, ou seja, beneficiamento, armazenamento e uso dos grãos. Até lá!
Por Marihus Altoé Baldotto – Professor da Universidade Federal de Viçosa
A grande salvação para a economia brasileira, é assim que o setor agropecuário está sendo encarado em 2017. Com estimativa de crescimento de 2%, de acordo com dados da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o PIB […]
Leia na íntegraSe você está sofrendo com degradação do solo, saiba como evitar esse problema nas suas terras. Confira!
Leia na íntegraTexto escrito em parceria com Joacir do Nascimento, Eng. Agrônomo, Mestre e Doutorando em Entomologia Agrícola na Unesp/FCAV-Jaboticabal. Atualmente desenvolve pesquisas voltadas para o manejo microbiológico de pragas e é sócio administrador da página @mipemfoco. O sistema soja-milho-algodão proporciona uma […]
Leia na íntegra