Mesmo diante da crise que assola o país, o agronegócio brasileiro tem se destacado na economia. Isso é comprovado, especialmente, pela sua estabilidade na contribuição no PIB nacional em 2018. Isso se deve, principalmente, aos crescentes avanços nos indicadores de […]
Mesmo diante da crise que assola o país, o agronegócio brasileiro tem se destacado na economia. Isso é comprovado, especialmente, pela sua estabilidade na contribuição no PIB nacional em 2018. Isso se deve, principalmente, aos crescentes avanços nos indicadores de produtividade e competitividade da agropecuária brasileira.
Os resultados positivos da agropecuária são reflexos do significativo impacto das tecnologias no campo e da crescente capacitação dos produtores na gestão dos seus negócios. Essas recentes mudanças no setor produtivo nacional estão levando o país – que já é o maior produtor de soja e exportador de carnes do mundo – a se tornar, em breve, o maior produtor mundial de alimentos.
Como prova de que a tecnologia chegou ao campo para ficar, destacam-se os resultados apresentados em abril deste ano pela Embrapa, no relatório Visão 2030: o futuro da agricultura brasileira. Foi identificado que 61% dos produtores rurais já usam smartphones e o WhatsApp já é o principal meio de comunicação na zona rural, utilizado por 96% dos produtores com acesso à internet.
Mas a funcionalidade da tecnologia no campo vai muito além. Temos as inovações da utilização da biotecnologia, o uso de drones, a adequação ambiental legal, as ferramentas de gestão de processos e logística, os sistemas de informação geográfica (SIG) e a integração de dados aplicados na agricultura de precisão, para citar alguns exemplos.
E como essa tecnologia traz resultados efetivos no agronegócio? De diversas maneiras! Desde a maior eficácia no uso de insumos e equipamentos, na rastreabilidade da cadeia produtiva, até na tolerância de pragas, doenças e de fatores edafoclimáticos. A inovação também favorece na redução dos custos e impactos ambientais negativos, com consequente aumento da sustentabilidade ambiental e lucratividade líquida final das cadeias de negócios.
Um dos grandes resultados do avanço tecnológico no campo brasileiro tem sido a possibilidade de produzir com maior eficiência e precisão em cada vez menos área. Isso tem gerado, em alguns cenários, uma redução na ocupação de áreas cultivadas e no custo de produção, com aumento da produtividade.
Deve-se destacar, também, os significativos resultados da produção agrícola do semiárido brasileiro. Os bons resultados foram impulsionados, principalmente, pela irrigação e pela incorporação de novas tecnologias aplicadas à fruticultura tropical e à agroindústria de alimentos e bebidas.
Outros pontos positivos estão relacionados à crescente utilização dos sistemas de produção de integração lavoura-pecuária-floresta, que tem apresentado excelentes resultados para a recuperação de pastagens degradadas.
Apesar dos resultados positivos, ainda existem importantes barreiras a vencer no mercado AgTech: a difusão dessas tecnologias precisa avançar para um grande número de agricultores ainda resistentes à inovação. Para isso, é preciso que o trabalhador rural esteja por dentro do manejo dessas ferramentas.
Anualmente, são inúmeras as iniciativas em inovação que surgem para alcançar os agricultores no campo, que já estão presentes na nova geração do agronegócio. Há startups que apostam na utilização da biotecnologia para o controle de pragas e doenças e no desenvolvimento de novos softwares e aplicativos para smartphones, seja para as atividades da gestão da produção, de finanças e da realização de negócios no setor agroindustrial.
Muito já se conquistou no país, mas o campo ainda precisa ser transformado em um ambiente de negócios cada vez mais digital, automatizado e inteligente!
Felipe Brasil é Engenheiro Agrônomo e Coordenador do Ibmec Agro.
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