O Brasil é o segundo maior mercado consumidor de café do mundo. De acordo com a ABIC – Associação Brasileira da Indústria de Café, o consumidor brasileiro busca praticidade, diversidade e qualidade em seu café. Seguindo a tendência do gosto […]
O Brasil é o segundo maior mercado consumidor de café do mundo. De acordo com a ABIC – Associação Brasileira da Indústria de Café, o consumidor brasileiro busca praticidade, diversidade e qualidade em seu café. Seguindo a tendência do gosto do consumidor, o segmento de cafés finos e diferenciados apresenta taxas de crescimento de 15% a 20% ao ano.
Wagner Crivelenti Ferrero, sócio diretor do grupo Famiglia Ferrero, explica que produzir cafés especiais só tem virtudes. “Produzir café especial agrega valor ao café. A qualidade é melhor, não agride o paladar. Existe um nicho de consumidores específico para o que eu produzo e quem experimenta o grão especial não costuma voltar a tomar o café tradicional”, completa.
O produtor, que possui fazendas de plantio em Minas Gerais e São Paulo, tem 250 variedades de grãos. Para que o produto chegue impecável ao consumidor, Wagner conta com duas ferramentas preciosas: a tabela da Associação de Cafés Especiais da América e um Q-Grader.
A primeira, serve como orientação para qualidade dos lotes. Em uma contagem de 0 à 100, os grãos devem estar acima de 80 pontos para serem selecionados. Nesta contagem, são avaliados quesitos como adstringência, torra e homogeneidade. Já o Q-Grader, é o profissional da prova, certificado pela Associação de Cafés. No caso das fazendas de Wagner Ferrero, o Q-Grader é também um funcionário de extrema confiança do produtor, que já possui a certificação.
CAFÉ ESPECIAL, CUIDADO ESPECIAL
Para Wagner Ferrero, produzir cafés especiais não é muito diferente da produção do café tradicional, mas exige alguns cuidados extras. O produtor explica que a diferença da sua produção é o capricho com a colheita e com o pós-colheita. “O produtor não pode querer melhorar a qualidade do grão após ele ser colhido. É preciso investir em controle de pragas e na qualidade do solo.” Além dos cuidados com o plantio, Wagner faz análise das folhas de suas mudas 5 vezes
ao ano.
(Variedade Catiguá – Grupo Famíglia Ferrero/ Arquivo)
Buscando também os cuidados com o meio ambiente e sustentabilidade, o produtor tem todas suas fazendas certificadas. Em 2014, o grupo foi premiado pela Revista Globo Rural. A principal razão foi o uso mínimo de defensivos químicos. Porém, nem todos os produtores de cafés especiais têm as mesmas ferramentas e recursos disponíveis para crescer em um mercado cada vez mais competitivo.
EM BUSCA DOS PEQUENOS PRODUTORES
Pensando em quem produz mas não tem as ferramentas certas para vender, Paulo Pacheco, Rodrigo Belizario e Paulo Nascimento criaram a plataforma UCoffee. A ferramenta, que funciona como um clube de cafés especiais, une o pequeno produtor aos consumidores. Em um ano de empresa, já são 960 variedades especiais cadastradas dentro do sistema, com grãos oriundos de Minas Gerais, São Paulo, Bahia, Espírito Santo e Paraná.
Para o consumidor, a vantagem está na customização do café: “A ferramenta vai aprender com você. Perguntas básicas como ‘qual café você toma’ já ajudam na orientação inicial do sistema. Após as perguntas, um equalizador permite que o consumidor altere índices como ‘acidez’ e ‘chocolate’. Aí indicamos um café com uma probabilidade maior daquela pessoa gostar”, explica Paulo Pacheco. Além do gosto, é possível personalizar embalagens para datas especiais.
A UCoffee oferece ainda um serviço de consultoria em marketing digital. O produtor pode aprender como atrair clientes para seu site e como fazer postagens em mídias sociais.
CRESCIMENTO ACELERADO
Segundo Paulo, que também carrega o título de doutor em economia, o mercado de cafés especiais está em pleno crescimento: “todos os produtores estão indo para o mercado de cafés especiais. A qualidade da produção dos cafés brasileiros melhorou muito e o mundo está vindo ao Brasil comprar café”, completa. Para o especialista, o produtor brasileiro aprendeu que precisa melhorar sua produção para ter melhor preço no seu café, seja no mercado brasileiro, ou internacionalmente.
A qualidade da produção dos cafés brasileiros melhorou muito e o mundo está vindo ao Brasil comprar café”,
Os produtores brasileiros que investem em cafés especiais têm uma vantagem única no mundo: clima favorável durante a colheita. Este fator permite escolher o sistema de processamento e as porcentagens de café (natural, cereja descascado ou despolpado) mais adequados às necessidades de seus clientes.
Para Wagner Ferrero, o mercado internacional está em crescimento acelerado. Atualmente, ele trabalha com cerca de 10 compradores nacionais, mas seu café já está no Reino Unido e na Austrália, e o próximo destino deve ser os Estados Unidos. De acordo com o produtor, o café brasileiro já se igualou aos melhores do mundo, como os da Etiópia e Quênia, considerados os líderes de qualidade.
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