Percevejos nas lavouras: conheça os tipos e como controlar - Syngenta Digital
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O guia dos percevejos: tudo sobre o principal inimigo da lavoura

12 min de leitura

O agronegócio no Brasil é marcado pela agricultura intensiva, as monoculturas, e as plantações em áreas extensas. Nesse cenário, os produtores lidam com problemas agrícolas relacionados ao controle de pragas todos os dias. Os percevejos nas lavouras assumem o papel […]

por Syngenta Digital
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percevejo verde na rocha

O agronegócio no Brasil é marcado pela agricultura intensiva, as monoculturas, e as plantações em áreas extensas. Nesse cenário, os produtores lidam com problemas agrícolas relacionados ao controle de pragas todos os dias. Os percevejos nas lavouras assumem o papel como o principal inimigo da lavoura. 

Considerados como alguns dos maiores agressores da cultura, os percevejos se reproduzem com facilidade e são capazes de provocar até 30% de perdas na produtividade. Assim, danificando grãos e causando o abortamento de vagens.

Por isso, é fundamental prevenir suas plantações desta praga. Para ajudar você, criamos um mini guia dos percevejos, com tudo o que precisa saber na hora de combatê-lo. Acompanhe o conteúdo até o final e conheça as características dos vilões da soja!

Percevejos nas lavouras: mini guia de combate  

Os percevejos são o grupo de insetos que mais tira o sono do produtor. No Brasil, os mais relevantes à cultura da soja pertencem à família pentatomidae, um conjunto de insetos sugadores que atacam ramos, vagens e grãos, injetam toxinas, comprometendo a produtividade da lavoura. 

Compreender o ciclo biológico dos percevejos tem sido tão importante, quanto identificar a sua presença nas lavouras. Além disso, você precisa conhecer o comportamento desses insetos no ambiente, tanto na lavoura, quanto em outras plantas hospedeiras.
 

Isso porque, esses lugares podem se tornar a principal fonte de infestação. Já que os percevejos se alimentam de variadas partes das plantas, atacam a cultura ao longo das últimas etapas de desenvolvimento, afetando a qualidade da colheita.

Como é a colonização de percevejos na soja? 

No fim da fase vegetativa (Vn) e início da fase reprodutiva (R1 e R2), com a migração advinda dos hospedeiros alternativos, a colonização de percevejos inicia! Logo, em seguida, já na fase R3, com o início da reprodução, o número de ninfas aumenta drasticamente. 

Isso porque, esse período crítico persiste até a fase R6, quando os percevejos atingem seu maior volume na lavoura. Mais tarde, com o início da maturidade, já na fase R7, este número começa a diminuir.

Nas fases seguintes, R8 momento da desfolha natural até R9, na maturidade plena, é possível encontrar insetos em algumas plantas que tiveram atraso fisiológico e a dispersão em direção às plantas hospedeiras alternativas.

Espécies Primárias  

Saiba que existem diversas espécies de percevejos nas lavouras, no qual possuem diferentes características. Por isso, é fundamental conhecer as principais delas, para combater da melhor forma os percevejos.

Percevejo-marrom (Euschistus heros) 

ciclo do percevejo marrom

Espécie considerada a mais comum nas lavouras de soja do Brasil. Nativo da Região Neotropical, adaptado às regiões mais quentes, é mais abundante do Norte do Paraná ao Centro-Oeste brasileiro.

Este percevejo pode se alimentar de diversas plantas, como as leguminosas, mas na soja, tende a completar três gerações. No período do verão, pode se alimentar da erva daninha leiteiro, conhecida cientificamente por Euphorbia heterophylla.

No entanto, no outono, o percevejo-marrom inicia sua busca por abrigos sob a palhada, fase conhecida como diapausa. A diapausa ou dormência é o que permite a sobrevivência do percevejo neste período adverso. Ele vive sem se alimentar, utilizando apenas a energia que estava armazenada, do mês de maio a novembro, isto é, até o próximo verão.

A estratégia de permanecer em dormência sob a vegetação por cerca de sete meses impede que se torne alvo de parasitoides e predadores. Dessa forma, garantindo maior sobrevivência e abundância.

A longevidade média do percevejo-marrom adulto é de 116 dias. Os ovos são depositados em pequenas massas de cor amarela, principalmente, nas folhas e vagens da soja. Porém, quando está próximo da eclosão das ninfas, tendem a apresentar manchas róseas.

Essas ninfas recém-eclodidas são alaranjadas com a cabeça preta, medem cerca de 1,3mm e se mantém sobre os ovos até o segundo instante. Mesmo iniciando sua alimentação nesse momento, as ninfas do percevejo-marrom provocam danos às sementes somente a partir do terceiro instar.

Os danos causados pelos percevejos-marrons são consequência dos ataques feitos durante sua alimentação nas vagens e nos grãos de soja. Isso porque, suas picadas são capazes de retirar a reserva de energia presente no grão.

Percevejo-verde  (N. Viridula)  

ciclo do percevejo verde

O percevejo-verde é natural do Norte da África, mas tem distribuição mundial. No Brasil, é mais adaptado em regiões mais frias, por isso, é mais abundante no sul do país!

Um dos seus principais destaques é sua capacidade de se manter em atividade durante o ano todo em regiões com temperaturas mais amenas, diferente do percevejo-marrom. Após a colheita da soja, na região Sul do Brasil, ele hiberna sob cascas de árvores ou em abrigos como fendas em troncos.

Além disso, uma das suas principais características nesta época, o inseto troca de cor! Fica castanho arroxeado. Assim, como o percevejo-marrom, o percevejo-verde coloca seus ovos, preferencialmente, nas folhas.

 Percevejo verde-pequeno (P. Guildinii) 

ciclo do percevejo pequeno

O percevejo-verde-pequeno é originário da Região Neotropical, apesar de possuir vasta distribuição. Adaptado a explorar a soja como fonte nutricional, provocava os maiores danos na região Sul, especialmente, no Rio Grande do Sul. Porém, desde as últimas safras, isso tem mudado e, hoje, é encontrado com mais frequência também no Norte e Nordeste do Brasil.

Essa espécie completa três gerações de soja no período do verão. Em seguida, diferente do percevejo-marrom, não entra em diapausa. Além disso, também possui uma quarta geração ao se deslocar para as leguminosas como o feijão, alfafa, ervilha, anileiras, entre outras.

Dessa forma, no período do inverno, na entressafra, o percevejo-verde-pequeno se alimenta das anileiras, mas não se reproduz nessa época! Com o fim da estação mais fria, uma quinta geração é completada nas anileiras, até iniciarem a colonização da soja, no final da primavera.

O Piezodorus guildinii, normalmente, alcança seu maior número na lavoura antes das outras espécies. Contudo, sua densidade populacional tende a aumentar, causando mais danos à soja

Além disso, vale ressaltar que o percevejo-verde-pequeno está presente na cultura da soja, desde o seu florescimento até o fim do ciclo. Sendo assim, é uma das espécies que provocam os maiores danos.

MIP, monitoramento e os percevejos  

Vale destacar que são muitas as interferências que o produtor deve estar atento ao pensar a dinâmica da praga. Entre elas, estão as diferentes datas de plantio entre as propriedades vizinhas ou os períodos prolongados de plantio na mesma propriedade.

Além disso, quando são plantadas de forma antecipada, as variedades precoces e as infestações de percevejo também podem se antecipar, gerando aumento do dano nas plantas.

Assim, é necessário que monitores de campo analisem as lavouras, para que você consiga prever danos e evitar prejuízos. Por isso, é importante identificar todas as fases da praga, além de outros pontos.

  • Posturas;
  • Ninfas;
  • Fase adulta;
  • Vistoriar as áreas destinadas ao plantio.

Então, o Manejo Integrado de Pragas (MIP) é uma das principais ferramentas de combate, que é implementado nas lavouras, com o intuito de reduzir, ao máximo, os danos causados pelos ataques de insetos na cultura da soja e o uso de inseticidas.

Isso porque, o uso incorreto dos produtos pode ser responsável por populações elevadas e desequilibradas das pragas.

Em outras palavras, o produtor de soja é capaz de, por exemplo, fazer as aplicações necessárias apenas nos focos de infestação dos percevejos nas lavouras e durante estágios iniciais da praga, contendo seu desenvolvimento e impedindo que adentrem, ainda mais, nas plantações.

Além de realizar o monitoramento dos percevejos com frequência e assertividade, usar defensivos de alta qualidade é parte importante do processo de assegurar a eficiência das operações e a qualidade da produção da soja.

Formas de controle dos percevejos

Esse é um dos momentos mais decisivos para o produtor! É no controle de sua lavoura que o produtor poderá evitar e, em alguns casos, minimizar os danos.

Controle Químico 

Uso de inseticidas em locais selecionados. Os processos de colonização dos campos de soja pelos percevejos se iniciam nas margens da lavoura. Quando se elimina esta população inicial nestas áreas, geralmente, tende a ser suficiente para o controle nos períodos críticos de ataque.   

Controle Biológico 

O controle biológico é a forma de regulação de uma população por meio de inimigos naturais. Ou seja, organismos são utilizados para a diminuição dos efeitos daqueles que são indesejáveis (pragas, doenças e plantas daninhas). Assim, aqueles que são desejáveis, como culturas agrícolas, árvores, animais e insetos serão beneficiados. 

Dessa forma, segundo publicação realizada pela Embrapa, em 2014, com a utilização do controle biológico, através da liberação, incremento e conservação de inimigos naturais (parasitoides, predadores e microrganismos) é possível impedir que os insetos-praga atinjam níveis capazes de causar dano econômico.

Além disso, o controle biológico não deixa resíduo no ambiente  e é atóxico para o homem. Existem três tipos. 

Controle Biológico Natural

Este diz respeito àquelas populações de inimigos que já existem de forma natural no ecossistema. Assim, é necessário promover práticas culturais, que permitam sua preservação e forneçam as condições necessárias para seu desenvolvimento natural, possibilitando um controle biológico mais eficiente.  

Controle Biológico Clássico 

Neste caso, é feita a importação de agentes de controle biológico, no qual é feita a busca na região de origem da praga-alvo.

Após esse processo, os insetos passam por um período de quarentena. Liberam-se pequenas amostras de insetos na mesma área, para permitir que a população do inimigo natural se estabeleça na área. É uma medida de controle de médio a longo prazo, dependendo da espécie de inimigo natural e da região.

Controle Biológico Aplicado 

É definido pela liberação de grande número de inimigos naturais em determinada cultura, após criação em massa em laboratório, visando rápida redução da população de pragas.

Controle Alternativo 

Uso de cultivares precoces e manipulação da época de semeadura. Normalmente, os cultivares precoces tendem a escapar dos danos dos percevejos nas lavouras, mas como eles se multiplicam nesses cultivares, quando se dispersam causam danos maiores.

Além disso, é importante ressaltar que a dinâmica populacional dos percevejos é afetada pela época de semeadura. Então, deve-se evitar os plantios antecipados, ou os mais tardios, onde ocorrem as maiores concentrações desses insetos. 

Uso de plantas armadilhas

Os percevejos nas lavouras tendem a ser atraídos por leguminosas. Então, o que fazer? Eliminar os insetos sobre estas plantas, diminuindo a sua população antes que dispersem para a soja! 

Uso de estacas armadilhas

O uso de estacas, mais conhecidas como iscas tóxicas, é outra forma de manejo dos percevejos. Para que funcionem, devem conter estopas molhadas com inseticidas mais sal e colocadas em uma altura acima do dossel das plantas.

Dessa forma, os percevejos irão se deslocar até lá e, no momento que entrarem em contato com o inseticida da estopa, morrerão. Além disso, as iscas tóxicas são um importante mecanismo de monitoramento da população de percevejos, já que sinalizam a presença dos insetos na lavoura.

Manejo da palhada

O percevejo-marrom, durante o período da diapausa, chega a passar sete meses do ano sob a palhada seca na superfície do solo. Por isso, é necessário monitorar as palhadas e, caso os percevejos sejam identificados, eles devem ser eliminados. O produtor deve fazer aplicações nos focos de infestação e enterrar a palhada.

Viu só como os percevejos nas lavouras podem causar diversos danos? A praga é um dos principais vilões, que afetam negativamente seu plantio. Por isso, você precisa conhecer todas as formas de manejo e controle do inseto. Existem diversas ferramentas que podem auxiliar nesse processo.

Gostou do conteúdo? Esperamos que sim! A Syngenta busca trazer as melhores soluções para você cuidar da sua plantação. Que tal ficar ainda mais por dentro do assunto? Então, descubra agora o papel da agricultura digital no combate às pragas.

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