Plantas tomadas por uma cobertura esbranquiçada são sinal de alerta para o produtor rural. É que muitos cultivos podem ser atingidos pelo mofo-branco, doença causada por um fungo que pode trazer uma série de prejuízos para a lavoura. Neste texto, o […]
Plantas tomadas por uma cobertura esbranquiçada são sinal de alerta para o produtor rural. É que muitos cultivos podem ser atingidos pelo mofo-branco, doença causada por um fungo que pode trazer uma série de prejuízos para a lavoura. Neste texto, o engenheiro agrônomo e Especialista em Transformação Digital Gabriel Figueiredo traz os detalhes do mofo-branco, discute seus danos e o controle da doença. Ele levanta ainda a questão da agricultura digital como braço direito do agricultor no controle.
O mofo branco, causado pelo fungo Sclerotinia Sclerotiorum (Lib.) de Bary, é uma doença de grande relevância pelo fato de possuir mais de 300 espécies de plantas como hospedeiras. Entre elas, com maior valor econômico, estão:
Muitas espécies de plantas daninhas também são afetadas pela doença.
Além de estar presente em grande parte das áreas de cultivo destas culturas, o mofo-branco possui um alto potencial destrutivo e é de difícil controle, notando-se que na ausência das estratégias de manejo atrelado a altas populações e ambiente favorável, as perdas podem chegar a 70% na soja e 100% no feijão.
A dificuldade de controle do mofo-branco se deve aos escleródios, estruturas de alta capacidade de sobrevivência.
Tratam-se de estruturas de resistência sem forma padrão, coloração escura e consistência firme, constituídas de um aglomerado de micélio coberto por uma camada de melanina, produzido a partir das estruturas do fungo que podem permanecer no solo por até 11 anos aguardando condições ideais para germinação.
Regiões chuvosas, alta umidade no solo e temperatura amena são condições ideais para a germinação do escleródio. A germinação pode ser carpogência, que dá origem ao apotécio, estrutura com formato parecido com um pequeno cogumelo que libera esporos, chamados de ascósporos que irão infectar os tecidos das plantas, produzindo micélio e posteriormente os escleródios. Através da germinação carpogênica, o patógeno irá colonizar partes internas e externas das plantas e esta será a principal forma de infecção a campo. Apenas um apotécio possui a habilidade de liberar milhões de esporos que serão responsáveis por contaminar plantas através da dispersão pelo vento. Outra forma de germinação seria a miceliogênica, em que a hifa se desenvolve diretamente do escleródio e, em contato com os tecidos da planta, contamina e produz novas estruturas de resistência.
As flores das plantas são porta de entrada para que ocorra a infecção do patógeno, que será capaz de penetrar e colonizar tecidos sadios do hospedeiro, sendo o processo de florescimento do hospedeiro o momento crítico da doença, onde o processo de infecção será intensificado.
O primeiro sintoma da doença são lesões encharcadas nas folhas. A colonização para outros órgãos da planta progride de forma rápida, tornando o caule escuro e, posteriormente, necrótico devido a toxinas liberadas pelo patógeno. O processo de apodrecimento também pode ser observado em hastes laterais, folhas, vagens e, geralmente, resultam em morte da planta. Nesta fase pode ser visto um micélio branco, que lembra o aspecto de algodão e constitui a origem do nome da doença.
Ele toma conta dos tecidos sadios da planta, podendo deixar lesões encharcadas nas folhas, caules e hastes escurecidas, a cobertura por um micélio branco com aspecto de algodão.
Características do patógeno como: alta capacidade de permanência no solo em função de suas estruturas de resistência, ambientes de cultivos favoráveis e gama de hospedeiras, ampliam a dificuldade no controle da doença e a sua erradicação se torna praticamente impossível. Portanto é necessário a utilização de diversas estratégias para que, primeiramente a doença não entre na área, e uma vez que seja encontrada não atinja altos níveis populacionais e não se distribua para áreas ainda não infectadas.
Atualmente o Manejo Integrado de Doenças é a principal estratégia de prevenção e controle do mofo-branco, com a utilização de diversos métodos que atuarão de diferentes maneiras na doença e no ambiente de produção.
Em áreas sem a presença da doença, as sementes contaminadas pelo fungo ou com a presença de escleródios são a principal porta de entrada, seguido pelo tráfego de máquinas e implementos carregando a estrutura de resistência pelas áreas.
Portanto, para evitar o mofo-branco é imprescindível:
Uma vez encontrada a doença na área, é necessário:
Alerta: uma vez que a doença atingiu e se desenvolveu nas estruturas da planta, o manejo químico se torna ineficaz e financeiramente inviável para aquele ciclo. Mesmo assim, cabe avaliar sua utilização pensando na diminuição de escleródios e consecutivamente pressão do patógeno para próximas safras.
A agricultura digital é uma grande aliada ao manejo do mofo-branco, pois fornece ferramentas, como o Cropwise Protector, para levantamento e visualização de dados sobre a doença de forma rápida e eficiente, além da identificação da doença dentro do talhão.
Em áreas já infectadas, com o auxílio de agricultura digital, é possível realizar a interpretação do comportamento, taxa de progressão espacial da doença dentro do talhão e níveis de severidade, através dos mapas de calor e gráfico de evolução. Funcionalidades que ajudam o produtor a tomar uma decisão mais assertiva, possibilita a aplicação localizada e contribui para ações preditivas à colheita, mantendo a qualidade do cultivo.
Imagens de satélite, como as do Cropwise Imagery, também auxiliam na visualização e quantificação das áreas infectadas, que apresentarão baixo desenvolvimento vegetativo e, consequentemente, poderão diminuir o retorno econômico.
Leia mais: descubra como o Grupo Mizote controlou o mofo-branco com agricultura digital e saiba como o Cropwise Imagery foi utilizado no manejo da doença.
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