Calcário no solo: como melhorar a produtividade da sua lavoura
Calcário no solo: como melhorar a produtividade da sua lavoura Calcário no solo: como melhorar a produtividade da sua lavoura Calcário no solo: como melhorar a produtividade da sua lavoura Calcário no solo: como melhorar a produtividade da sua lavoura

Calcário no solo: um panorama para melhorar a produtividade da sua lavoura

8 min de leitura

Você sabe como funciona o processo de aplicação de calcário em solo? Confira dicas para ter uma lavoura mais produtiva!

por Luisa Torres
20 de agosto de 2021
Calcário no solo: como melhorar a produtividade da sua lavoura Voltar
Calcário no solo: como melhorar a produtividade da sua lavoura
calagem - calcário no solo

Melhorar a qualidade de sua safra depende do calcário no solo. A seguir, você entende mais sobre o tema! 

Antes do plantio em si, é fundamental preparar o solo, garantindo nutrientes que farão a diferença para uma boa safra. Entre esses cuidados prévios, está a calagem ou a colocação de calcário no solo. 

O procedimento torna os solos brasileiros mais férteis, melhorando os nutrientes da terra e diminuindo a quantidade de substâncias tóxicas. Afinal, nosso país é bem conhecido pela terra ácida (pH inferior a 5,5), com pouco cálcio e muito manganês e alumínio. 

Mas, como você deve ter ouvido falar, não basta aplicar calcário em seu solo sem cuidado e entendimento prévios. Até porque, cada solo tem um tipo de necessidade. 

Quais são essas quantidades? E quanto aos tipos de calcário para o solo que você pode usar? Essas respostas, além de diversas outras, estão aqui. Continue a leitura para deixar seu solo mais fértil e ter alta produtividade!

O que é o calcário?

O calcário é uma rocha sedimentar composta por diversos minerais, sendo que tem quantidades acima de 30% de carbonato de cálcio (aragonita ou calcita). Por essa riqueza de minerais, ele ajuda a tornar os solos mais férteis e melhorar a produtividade das safras. 

Esse tipo de rocha é formada pelo acúmulo de organismos inferiores — como as cianobactérias — ou no meio marinho pela precipitação de carbonato de cálcio na forma de bicarbonato. O calcário também é encontrado em rios, lagos e no subsolo. Vale dizer que o Brasil está entre os principais países que produzem esse tipo de rocha, por isso a prática de fazer a calagem é uma frequente por aqui. 

Além da aplicação de calcário no solo para mais produtividade, essa rocha é usada na produção de cimento, cal e vidro, além de ser um dos fundentes na metalurgia e também tem seu valor como pedra ornamental.

Calcário em pó na terra
O ideal aqui é fazer a calagem cerca de três meses antes do plantio em si.

Aplicação de calcário

Como o calcário é uma rocha moída, quando em contato com o solo possui uma reação considerada como lenta.

Assim, é indicado que sua aplicação seja executada com pelo menos 3 meses antes do plantio se iniciar, ainda mais quando é usado calcário com granulação mais grosso, o que pode gerar mais dificuldades de reação com o solo.

O calcário deve ter uma aplicação mais funda possível, preferencialmente de 20cm de profundidade.

Geralmente é preciso realizar a correção do solo, onde é feito com o arado de disco na maioria das vezes.

Ademais, é importante que esse calcário esteja espalhado de forma uniforme em todo o local, onde depois de misturado, vai ficar unificado ao solo, facilitando a reação entre a superfície de contato.

Caso o solo seja muito ácido e tenha-se uma necessidade de calagem maior que quatro toneladas de hectares, é preciso que aconteça a aplicação do calcário de forma progressiva.

Assim, a superfície do solo fica com menos calcário e mais ácida. Nesse caso, a aplicação mais indicada é:

  • Faça a distribuição no terreno na proporção de metade da quantia de calcário, aplicando a aração de forma mais profunda;
  • Coloque a outra metade do calcário no terreno arado e use a grade niveladora, assim, ele ficará bem distribuído em toda a camada que estiver arada. Faça isso somente quando necessário ou quando a quantidade de aplicação for maior que quatro toneladas por hectare.

É preciso atenção também em solos diferenciados entre si, como:

Argilosos

  • ⅓ até ½ de necessidade de calcário, usando o método de saturação de bases, onde têm-se uma camada entre 0 até 20 cm. Porém, é preciso usar a dosagem maior que 2,5 t/ha.

Solos médios e arenosos

  • Aqui é preciso apenas a metade da necessidade de calcário (NC) pela quantia de saturação de base em camada entre 0 até 20 cm. Se for argiloso, é preciso usar a dosagem maior que 1,5 até 2t/ha em solos arenosos.

Quando é o momento de fazer a calagem? 

A aplicação de calcário no solo deve ser feita com antecedência ao plantio. O ideal aqui é fazer a calagem cerca de três meses antes do plantio em si. Esse tempo é fundamental para que o calcário faça sua ação corretiva no solo, muito por conta do início das chuvas, ok? 

Há ainda algumas técnicas que você precisa ter em relação à aplicação de calcário no solo: 

  • evite fazer a calagem quando está ventando em excesso, ou o insumo será levado para fora do campo e você só tem desperdício — o que não é sua intenção, certo?
  • após a aplicação e nos métodos mais tradicionais de cultivo, o calcário precisa ser incorporado por aração a 20 cm de profundidade; 
  • já no sistema de plantio direto, não é preciso incorporar o calcário. Ele é aplicado na superfície apenas; 
  • feita a calagem, é o momento de adubar o solo — lembrando que a calagem não substitui a adubação e a adubação sem calagem não vai ser eficiente. Tenha isso sempre em mente! 

Quais são os cuidados essenciais na calagem? 

Respeitar essas técnicas que citamos acima é uma necessidade, mas não a única. Você precisa entender qual é o seu tipo de solo para garantir que irá nutri-lo com as quantidades ideais de calcário. Para tanto, um cuidado se faz essencial.

É a coleta de amostras que vai dizer quais são, de fato, as necessidades do solo. Com base nos dados dessas amostras, será possível entender a quantidade certa de calcário a ser aplicado no solo.

Quais são os tipos de calcário? 

Agora que já falamos dos cuidados antes da aplicação, é importante conhecer os tipos de calcário que existem. Confira a seguir. 

  • Calcítico: é o que contém maior teor de cálcio (45 a 55%) e menor de magnésio. 
  • Magnesiano: esse fica com um teor intermediário de magnésio (5 a 12%). 
  • Dolomítico: este tipo de calcário tem maior teor de magnésio (maior que 12%) e baixo teor de cálcio. 

Vale lembrar que o tipo de calcário a ser usado é identificado com as análises do solo, já que seu uso fará a correção dos nutrientes da terra. Além desse ponto, cada cultura pede um grau de pH do solo específico. Por isso, trouxemos a tabela da Associação Interprofissional de Horticultura do Oeste para que você tenha mais clareza de como deve ser a sua calagem.

Tabela mostra os PHs preferidos pelas culturas

E se há excesso de calcário no solo? 

Todos esses cuidados, de amostragem e conhecimento do pH de cada cultura, permite que você não se exceda na colocação de calcário no solo. Em excesso, ele provoca a super calagem, que faz com que alguns minerais desapareçam, como o zinco. Já o cálcio e magnésio em excesso vão interferir na absorção de potássio. 

Por isso, use sempre as doses recomendadas e lembre-se: o exagero não vai fazer seu solo ser altamente produtivo. Como você viu, é bem o contrário.

Como o calcário age no solo? 

Quando o calcário é aplicado no solo, acontecem diversas reações químicas que permitem uma redução considerável da acidez, além da neutralização do alumínio e disponibilização de íons de cálcio e magnésio. 

Isso permite que a adubação seja ainda mais eficiente, tornando o solo fértil para receber a cultura na sequência.

Quais são as vantagens de aplicar calcário no solo? 

A correção dos minerais e acidez é o primeiro benefício de fazer a calagem, solos arenosos, por exemplo, são bastante beneficiados. Mas há diversos outros, entre eles: 

  • o solo se torna um ambiente propício para o desenvolvimento radicular, além de ter o estímulo de crescimento radicular pelo cálcio; 
  • existe o aumento de magnésio e cálcio na terra; 
  • há a diminuição da toxidez provocada pelo magnésio e alumínio; 
  • o solo ganha em agregação, o que reduz a compactação; 
  • há mais disponibilidade de fósforo.
Máquina realizando a aplicação do calcário na terra
Com a calagem é possível reduzir a acidez, disponibilizando cálcio e magnésio

E quanto ao preço da calagem? 

Além de todos esses benefícios da aplicação de calcário no solo, vale ter em mente que esse cuidado é muito barato. Em média, representa 5% de todos os custos, segundo levantamento do Ministério da Agricultura. Um custo pequeno quando você olha para toda a produtividade e qualidade da sua safra, não acha? 

Como você viu, o solo brasileiro precisa do calcário no solo para que a safra da sua terra seja produtiva e traga, literalmente, bons frutos. Então, coloque essas dicas em prática para melhorar seus rendimentos. Agora que você entendeu sobre a calagem e sua importância, continue aqui no blog da Syngenta Digital e veja como a tecnologia ajuda na análise do solo!

Leia mais da categoria:

Especial Solos Posts
4 min de leitura
Especial Solos_Strider

Novos fertilizantes com base sustentável

Por Marihus Altoé Baldotto Antes da melhoria do ambiente radicular e da restituição dos nutrientes com recursos naturais escassos, devemos aumentar a eficiência do sistema (diminuir perdas, melhorar os processos, otimizar a conservação e a reciclagem) e reduzir o desperdício […]

Leia na íntegra
Especial Solos
4 min de leitura

Fundamentos para o cultivo da soja

A soja é uma leguminosa de ciclo anual (90-150 dias), de porte ereto, de crescimento determinado ou indeterminado, com altura final das plantas variando de 45 a 120 cm, dependendo da variedade cultivada, da época da semeadura, das coordenadas geográficas […]

Leia na íntegra
Especial Solos
4 min de leitura
campo de plantacao sorgo

Conheça os benefícios do sorgo para a alimentação

A cultura do sorgo é de grande importância no setor pecuário brasileiro, principalmente na alimentação de bovinos. O sorgo é uma espécie que possui boas características de adaptação em áreas com déficit hídrico acentuado e em regiões com altas temperaturas […]

Leia na íntegra