Não há um produtor sequer que não se preocupe com o tempo. Estiagens, geadas, veranico, excesso de chuva… Fatores que impactam diretamente a produtividade de suas safras. O excesso ou a falta de chuvas, por exemplo, exigem que o agricultor tome cuidados diferenciados para garantir um […]
Não há um produtor sequer que não se preocupe com o tempo. Estiagens, geadas, veranico, excesso de chuva… Fatores que impactam diretamente a produtividade de suas safras.
O excesso ou a falta de chuvas, por exemplo, exigem que o agricultor tome cuidados diferenciados para garantir um bom rendimento. Temperaturas muito frias também causam seus estragos, como vimos acontecendo neste inverno. Geadas devastando os cafezais e o frio intenso no sul do país prejudicando ainda mais o milho safrinha.
De tempos em tempos, alguns fenômenos ambientais marcam presença, fazendo com que a gente fique em estado de alerta. Esse é o caso da La Niña, com boas chances de afetar as plantações em 2021.
Mas o que, exatamente, significa estar sob a influência do La Niña e como isso impacta a agricultura? Continue a leitura para ter mais esclarecimentos.
La Niña é um fenômeno natural cuja principal consequência está na diminuição da temperatura da superfície das águas do Oceano Pacífico Tropical Central e Oriental e alteração do volume de chuva. Trata-se de um fenômeno oposto ao El Niño, que por sua vez provoca um aumento de temperatura das águas.
Vale dizer que a existência do La Niña traz uma série de impactos naturais na atmosfera aos mais diversos países. No Brasil, as consequências mais recorrentes são:
Em geral, o La Niña começa a se desenvolver em um dado ano e dura até o final dele. Porém, há casos em que esse fenômeno tem duração de até dois anos, tamanha é a sua força.
No Brasil, os efeitos são diversos de região para região e os impactos não são necessariamente iguais todos os anos devido aos fatores que levam à variabilidade climática.
Sim, essa chance está em 70%, de acordo com o Departamento de Meteorologia e Oceanografia dos Estados Unidos (NOAA). Além dessa entidade, diversas outras, ao redor do mundo, mostram uma neutralidade do El Niño, com maior chance de ocorrência do La Niña. Entre eles, podemos citar também:
De acordo com a Somar Meteorologia, essa tendência é visível por conta de temperaturas mais baixas nas águas do Pacífico que começam a ganhar força. Veja o relato do site:
“As temperaturas do Oceano Pacífico estão próximas da média climatológica, por isso atualmente estamos em neutralidade em relação ao fenômeno El Niño. Em profundidade, uma bolha de água mais fria começa a ganhar força e nos próximos meses, esta água mais fria vai emergir no Pacífico Leste. Por isso, a tendência é de que na primavera, o Pacífico equatorial volte a esfriar e termine o ano com um viés negativo, mais próximo de uma tendência de La Niña”
Apesar de se ter a previsão da La Niña em 2021, a expectativa é que ela venha com baixa intensidade, sugerem os especialistas.
O La Ninã tende a favorecer as culturas de inverno como trigo cevada, aveia e prejudicar as culturas de verão como soja, milho e feijão.
Segundo os meteorologistas, o início da safra 2021/2022 será de neutralidade. O La Ninã só começará a mostrar seu impacto por volta de dezembro. Até lá, a expectativa é de condições favoráveis de precipitação.
As regiões Norte e a parte norte do Nordeste, por exemplo, devem registrar índices mais altos de precipitação durante o verão. A chuva deve chegar dentro do prazo no MATOPIBAPÁ, com o mês de outubro apresentando volume de chuva acima da média e novembro com chuva bastante volumosa, especialmente no sul e oeste baiano.
Enquanto isso, no Centro-Oeste, notamos um atraso das chuvas e diminuição da atuação da chamada Zona de Convergência do Atlântico Sul, responsável pelas chuvas de janeiro e pelos avanços de frentes frias. Isso impacta a safra da soja já que o atraso do período úmido irá coincidir justamente com uma das fases mais importantes da cultura: a do enchimento dos grãos, o que pode provocar bastante abortamento, motivo de preocupação para o produtor.
Já no Sul e Sudeste do Brasil, há a possibilidade de chover menos e termos temperaturas mais altas. Em janeiro, por exemplo, há chances dos produtores de Minas Gerais e São Paulo enfrentarem um veranico (estiagem com bastante sol e calor).
Pensando nas regiões com ausência de água e solo mais quente e seco, os produtores precisam ter mais qualidade de sementes e acompanhar as temperaturas e possibilidades de chuvas, tendo a possibilidade de fazer a semeadura no pó (desde que as condições sejam favoráveis). Além disso, o fortalecimento do solo é uma necessidade, para garantir mais nutrição às plantações.
É indispensável também optar por cultivares mais resistentes e com mais tecnologia e antecipar, desde que possível, ao máximo a data de plantio. Outra estratégia interessante para fugir das irregularidades é fazer o plantio escalonado, com diferentes datas de semeadura e cultivares híbridos, e com diferentes tipos de ciclo.
Mas apesar de toda essas variáveis e a La Niña podendo prejudicar a agricultura, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou recentemente as perspectivas para a agropecuária Safra 2021/22 . E mais uma vez, a previsão é de termos uma safra recorde. Os dados apontam para uma produção total de 289,6 milhões de toneladas de grãos.
Nossa recomendação é que você fique de olho e siga acompanhando as previsões meteorológicas. Ter informações prévias de possíveis eventos climáticos faz toda a diferença para realizar os manejos preventivos, evitando o sofrimento das lavouras! Não deixe também de assistir ao vídeo com o agrometeorologista da Climatempo, João Castro.
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