Pragas da soja: combate às vilãs - Syngenta Digital
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Pragas da soja: combate às vilãs

4 min de leitura

As principais pragas da soja causam dores de cabeça e muito prejuízo por todo Brasil.  Veja as características, os danos e como combatê-las com eficiência. “Uma das maiores causas de insucesso no controle químico é a má tecnologia de aplicação. […]

por Syngenta Digital
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As principais pragas da soja causam dores de cabeça e muito prejuízo por todo Brasil.  Veja as características, os danos e como combatê-las com eficiência.

“Uma das maiores causas de insucesso no controle químico é a má tecnologia de aplicação. Se mal aplicado, o defensivo não chega no local adequado – que é onde está a praga, não produz o efeito desejado e gera gastos enormes e desnecessários ao produtor. Mas tudo isso só pode ser resolvido com muito monitoramento, conhecimento profundo da praga e produtos de qualidade”, diz Geraldo Papa em entrevista.

Não é novidade alguma que as pragas são as principais responsáveis por grandes prejuízos sofridos nas lavouras de soja. Deteriorando desde as plantas até o solo, elas podem prejudicar a produtividade e lançar por terra meses de trabalho. Para que isso não aconteça – ou aconteça o mínimo possível – os conhecimentos agronômico e entomológico são ferramentas que ajudam o produtor a não ser refém das invasoras. 

Geraldo Papa – Doutor em Entomologia, César Dias – Engenheiro Agrônomo, Mariana Loiola – Agrônoma, e Marcela Ricaldoni – Mestre em Fitotecnia, se reuniram para elencar as principais pragas da soja e quais são suas maiores influências dentro de uma lavoura.  Entregar a produtividade para as pragas não é uma opção. Então, uma vez que a lavoura está infestada de invasoras, o que fazer?

Entenda mais sobre as grandes vilãs da soja!

Helicoverpa

As vias de ingresso da Helicoverpa armigera nas plantas estão na parte aérea (flor, folha, gemas, fruto/vagem, estruturas reprodutivas e pontos de crescimento). Os estágios imaturos alimentam-se de todas as etapas de desenvolvimento da planta, danificando estruturas como ramos, flores e sementes.

Tipicamente, o inseto coloca seus ovos nos estilos-estigmas, local onde as lagartas recém-nascidas iniciam os seus danos, podendo ocasionar falhas na produção de grãos. À medida que a larva se desenvolve, ela se locomove pela planta para alimentar-se dos grãos em formação. Os prejuízos estimados por essa praga são de cerca de 8% nos rendimentos totais.

1. Danos

Os prejuízos causados pela praga à soja (e demais culturas atacadas por ela) são significativos e estão relacionados aos danos provocados pelas lagartas aos órgãos vegetativos e reprodutivos das plantas. A lagarta pode atacar as plântulas de soja, alimentando-se dos cotilédones, o que poderia afetar o bom desenvolvimento inicial da cultura, interferindo na população de plantas recomendada para cada cultivar. Presença de helicoverpa na lavoura acarreta na redução do estande ideal de plantas, o que reflete diretamente na produtividade. Além disso, causa desuniformidade de espaçamento entre plantas na linha de plantio, favorece o desenvolvimento de plantas daninhas e pode resultar em plantas muito ramificadas e de altura reduzida.

2. Controle

Pela localização da praga, o controle convencional com pulverização precisa ser intenso para ser eficiente. Outro controle alternativo pode ser conseguido através da liberação de vespas do gênero Trichogramma, disponíveis no mercado brasileiro. De maneira geral, onde ainda existe o equilíbrio biológico, o controle natural através de Trichogramma ou da Tesourinha Doru Luteipes ou de espécies de Orius spp. tem sido suficiente para manter a praga em nível populacional insuficiente para causar danos econômicos. Em consórcio a esse manejo, o monitoramento minucioso e constante garante a eficácia do controle.

Percevejo

Percevejos são insetos sugadores com enorme potencial de ocasionar prejuízos na cultura da soja. Embora estejam presentes desde o período vegetativo da cultura, é no período reprodutivo que ocorrem os maiores prejuízos, pois os danos provocados anteriormente também reduzem a produtividade. De todos eles, a espécie que merece destaque nas práticas de manejo da lavoura é o Percevejo Marrom Euschistus Heros, por ser considerado o mais abundante nas lavouras de soja do Brasil. Ele é um inseto sugador pertencente à família Pentatomidae. A soja é a principal planta hospedeira desta praga e após sua colheita pode sobreviver, alimentando-se de outras plantas hospedeiras (daninhas ou cultivadas). Além disso, nos períodos mais frios, entra em diapausa – redução do crescimento e do desenvolvimento de insetos e outros animais – até o início da nova safra.

Leia mais sobre o percevejo marrom, uma das principais pragas da soja, aqui.

1. Danos

Na soja, essa praga pode atacar ramos e hastes, porém, o maior prejuízo ocorre quando atacam vagens em formação, ocasionando má formação ou ausência de grãos. Quando a lavoura é de produção de sementes, sua qualidade fisiológica poderá ser ainda mais afetada. A fase de maior susceptibilidade da cultura da soja ocorre em R4 (final de desenvolvimento de vagens).

2. Controle

Essa praga possui o hábito de se esconder nos períodos mais quentes do dia e sair para se alimentar nos períodos mais frescos, ao amanhecer ou entardecer, ficando assim, mais exposto ao controle químico nesses períodos.

O controle químico é uma das principais estratégias para evitar ou reduzir os danos causados pelos percevejos. O controle deve ser realizado na fase reprodutiva da soja, sempre que a população for maior ou igual a dois percevejos por pano de batida. O monitoramento deve ser iniciado antes da fase reprodutiva, pois em cultivares de soja com hábito de crescimento indeterminado, os botões florais já surgem de maneira desuniforme antes da floração plena. Assim sendo, poderá ser necessária uma antecipação das aplicações em caso de uma população elevada no período pré R4. Por isso, o correto levantamento populacional e identificação do Instar do Percevejo nos períodos que antecedem essa fase são essenciais para realizar um bom controle e evitar possíveis prejuízos.

Mosca Branca

A mosca brancaBemisia tabaci – é uma das grandes causadoras de prejuízos à cultura da soja e do algodoeiro. Ao sugar a seiva das plantas, os adultos e ninfas provocam alterações no desenvolvimento vegetativo e reprodutivo da planta, debilitando-a e reduzindo sua produtividade. São afetados ramos, folhas e frutos das plantas normalmente na fase inicial da cultura.  Com um ciclo biológico de 16 a 25 dias dos ovos à fase adulta, a fêmea coloca entre 100 e 300 ovos.

1. Danos

Na cultura da soja o dano direto é causado tanto pelas ninfas como pelos adultos, que ao se estabelecerem na face inferior da folha (face abaxial) sugam a seiva, extraindo carboidratos e aminoácidos, podendo causar folhas com manchas cloróticas, murcha e queda. Ocorre a depauperação das plantas pela extração da seiva, comprometimento do desenvolvimento vegetativo e reprodutivo da planta, reduzindo a produtividade e a qualidade na produção e, em ataques severos, antecipação do ciclo em até 15 dias.

As ninfas liberam grande quantidade de seiva açucarada, favorecendo o surgimento de fungos sobre as folhas, conhecidos como fumagina, que podem formar uma “película” preta sobre as folhas causada pela proliferação dos esporos. Com a fumagina, as folhas absorvem radiação solar em excesso, “queimam” e caem. A mosca branca também é vetor da “necrose-da-haste”, doença causada por carlavirus que pode matar a planta.

2. Controle

Devido às características do inseto, o controle químico tem sido o método mais empregado, mas seu uso intensivo em alguns sistemas de produção pode conduzir ao aparecimento de populações resistentes. Altas populações tornam-se difíceis de controlar, bem como a exposição repetida aos inseticidas sem rotacionar o modo de ação. Desta forma, deve-se utilizar uma estratégia integrada com controle biológico, controle cultural e controle químico. Importante lembrar que o controle da mosca branca torna-se difícil quando a densidade populacional é muito grande.

Complexo Lagartas

Lagarta-da-soja  (Anticarsia gemmatalis):

Sendo o desfolhador mais comum da soja no Brasil, é uma praga de fácil reconhecimento. Apresenta coloração verde, com estrias brancas na parte superior, sendo que, quando em grande população ou em situações de escassez de alimento, a coloração se torna mais escura. A lagarta-da-soja se protege na face inferior das folhas das plantas e apresenta comportamento característico de caírem no solo quando perturbadas. Estas lagartas se alimentam das áreas centrais das folhas, deixando as nervuras intactas.

Lagarta falsa-medideira  (Chrysodeixis includens e Rachiplusia nu):

A falsa-medideira também é uma das principais lagartas desfolhadoras da cultura da soja. Os insetos menores iniciam a alimentação pela região central das folhas, mas, à medida que vão crescendo, podem se alimentar de folhas mais velhas, preferindo as do baixeiro. Como estas lagartas têm o hábito de ficar no terço inferior da planta, quando realizado o controle com inseticidas, geralmente deve-se atentar à aplicação para que o produto atinja o inseto na dose necessária.

Lagarta-das-maçãs (Heliothis virescens):

A lagarta-das-maçãs sempre teve maior importância econômica para a cultura do algodão, contudo, também ataca a lavoura de soja, geralmente nas fases finais do desenvolvimento da cultura, causando estragos em flores, vagens e grãos. Além dos danos diretos, proporciona a entrada de patógenos, diminuindo o número de vagens e grãos saudáveis.

1. Danos

As lagartas mais jovens raspam as folhas, causando pequenas manchas claras, inicialmente perfurando as folhas, mas deixando as nervuras centrais e laterais intactas. O consumo foliar nos três primeiros estágios (lagartas até 10 mm) corresponde a 5% do consumo total durante toda sua vida. Do quarto ao sexto estágio, as lagartas consomem cerca 95% deste total, o correspondente a 100 a 120 cm² por lagarta. Se não controlado no momento oportuno, esses insetos podem provocar desfolhas elevadas (> 30%), causando perdas de produtividade da cultura. A desfolha causada pela lagarta-da-soja pode chegar a 100% se não controlada a tempo. Sua ocorrência é maior entre novembro e março e seu pico populacional é nos meses de janeiro e fevereiro, conforme a região.

2. Controle

É muito importante que o produtor de soja adote o Manejo Integrado de Pragas (MIP) ao realizar o controle dos insetos presentes na lavoura. O MIP é composto de várias medidas de controle que, se aplicadas em conjunto, também atua na prevenção de infestações e auxilia no Manejo de Resistência de Insetos (MRI). 

Etapas indicadas para compor MIP da soja:

1. Rotação de culturas;

2. Aplicação de inseticidas no pré-plantio;

3. Tratamento de Sementes;

4. Aplicação de inseticidas de qualidade;

5. Inimigos naturais;

6. Monitoramento digital de pragas;

As pragas da soja aqui citadas e – as demais que acometem a cultura -, sempre estarão no radar dos produtores. O cuidado com as invasoras precisa ser constante e o manejo minucioso. Qualquer erro cometido poderá causar prejuízos milionários e até irreversíveis. Sendo assim, cada fase da produção deve ser feita com muita cautela e desempenho máximo de todos os membros da equipe. O manejo sempre foi imprescindível e isso não mudará. O que muda são os modos de fazê-lo. portanto, a busca pelo manejo ideal para cada lavoura não deve cessar nunca. As vilãs só poderão ser combatidas com dedicação diária e muito conhecimento agronômico, acima de tudo.


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