Os Erros Mais Comuns na Aplicação de Insumos | Por Dentro do Agro
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Os erros mais comuns na hora da aplicação de insumos

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A produtividade da lavoura é diretamente afetada pela aplicação de insumos, devido ao uso incorreto. Usados para combater pragas e doenças no campo, os defensivos agrícolas também contribuem para o aumento de produtividade nas lavouras. No entanto, a aplicação incorreta […]

por Syngenta Digital
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A produtividade da lavoura é diretamente afetada pela aplicação de insumos, devido ao uso incorreto.

Usados para combater pragas e doenças no campo, os defensivos agrícolas também contribuem para o aumento de produtividade nas lavouras. No entanto, a aplicação incorreta desses produtos pode trazer prejuízos financeiros ao produtor e ao meio ambiente. De acordo com um estudo divulgado pelo Instituto Emater em 2018, quase 46% das aplicações são desperdiçadas por erros humanos.

Muitas vezes, o produtor tem dificuldade de identificar o problema na aplicação, seja pela prática ou costume que ele já tem, ou até pela falta de conhecimento. O ideal é entender, de forma prática, maneiras de identificar os problemas no manejo e nos equipamentos.

Para realizar uma boa aplicação é necessário que os apetrechos estejam bem regulados, que o aplicador conheça esses dispositivos e que as condições climáticas sejam respeitadas. Velocidade do instrumento, temperatura e vento são exemplos de fatores que afetam a pulverização. Além disso, a capacitação dos lavradores é imprescindível. No mercado existem acessórios que são melhores para cada tipo de cultivo. Nem sempre o produtor sabe disso ou percebe o quanto perde, o quanto desperdiça e o quanto de economia ele poderia fazer com um bom manejo. É preciso apontar os problemas simples que podem ser resolvidos no local, por exemplo.

Confira abaixo a lista dos principais erros, dúvidas e recomendações da Embrapa na aplicação dos defensivos.

1. Não regular o equipamento

Para uma aplicação perfeita, é importante revisar toda a ferramenta que será usada. A Embrapa Uva e Vinho recomenda examinar os bicos individualmente, verificar o volume de calda a ser aplicado, o número e tamanho das gotas, a pressão dos bicos, a dosagem, a diluição, a agitação e a necessidade de adição de adjuvantes. Caso o agricultor ainda tenha dúvidas, a sugestão é consultar um profissional da área, como um engenheiro agrônomo, para indicar as melhores proporções.

2. Escolher um produto inadequado

Ao comprar o defensivo, certifique-se que o mesmo tenha registro no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), e que seja adequado para determinada cultura e praga a ser combatida. Outra dica é ler a bula do produto para checar a formulação, classe toxicológica, modo de ação, doses recomendadas, etc.

3. Não regular corretamente o pulverizador

Puverizador na fazenda

Devido ao desgaste natural do bico ou a perda da calibração, é importante calibrar o pulverizador periodicamente. Neste processo, é essencial seguir os seguintes passos: utilizar os equipamentos de proteção individual (EPI), abastecer o pulverizador com água limpa, avaliar a existência de vazamentos, determinar a distância em metros entre os bicos e determinar a velocidade de trabalho em um terreno plano que tenha características parecidas com as condições de pulverização.

4. Errar na limpeza e manutenção dos bicos

Pulverização no campo

Para que o dispositivo distribua uniformemente a quantidade de produto na produção, é importante realizar a higienização e a troca dos bicos. Na limpeza não devem ser utilizadas agulhas, arames, canivetes, gravetos ou a boca, e nem lavar os equipamentos em riachos, córregos ou lagoas. O ideal é usar um instrumento que não danifique o bico, como uma escova com cerdas de nylon (escova de dentes), fio de nylon ou ar comprimido. Sobre a substituição do bico, a recomendação da Embrapa Uva e Vinho é que seja feita quando a média da vazão ultrapassar em 10% a vazão de um bico novo.

5. Desrespeitar as condições climáticas

Um erro muito comum entre os agricultores é aplicar os defensivos contra o vento. A recomendação é não realizar a pulverização na presença de ventos com velocidade acima de 10 km/h, pois gotículas do produto podem se alastrar para outras áreas e contaminar plantações vizinhas. Em caso de ameaça de chuvas ou plantas estressadas, não realize a aplicação  ̶ mesmo que os ventos estejam com velocidade inferior a 10 km/h ̶ pois a eficiência do tratamento pode ser mínima ou até nula. Segundo a Embrapa Uva e Vinho, as águas das chuvas podem lavar o produto e impedir a absorção das plantas, visto que alguns herbicidas precisam de até seis horas para fazerem efeito. Já em períodos de baixa umidade, como as cutículas das plantas ficam desidratadas, as gotas dos defensivos se cristalizam e a absorção da molécula pela planta é dificultada. Em altas temperaturas, ocorre um processo parecido: as moléculas dos defensivos podem evaporar rapidamente, não havendo nenhum efeito. Por outro lado, em temperaturas baixas, as plantas ficam com o metabolismo reduzido e absorção também é diminuída.

Aplicar errado é prejuízo na certa!

A aplicação incorreta resulta em prejuízos aos agricultores, além de fazer com que o tratamento não seja eficiente. O problema resulta em novas aplicações de defensivos agrícolas. Segundo a pesquisa, em muitos casos, o produto que deveria proteger as lavouras, acaba nos terrenos dos vizinhos, ou ainda mais grave, poluindo nascentes de água.

Para o professor e doutor da Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP), Marco Antônio Gandolfo, essas situações, de atingir lavouras vizinhas e outras ambientes, são raras, pois os produtos químicos degradam facilmente, mas servem de alerta para o agricultor buscar melhorar o método de aplicação. 

“Se o produto foi para um ambiente diferente, que não a lavoura, mostra que o defensivo não ficou onde deveria ficar, e o tratamento foi ineficiente. Há uma questão ambiental muito séria por trás dos agrotóxicos, mas o produto pode não contaminar, uma vez que ele degrada antes de chegar em um rio. Além disso, dependendo do produto, o defensivo pode ser recomendado para áreas próximas de água, pois a contaminação é muito pequena”, explica o professor. 

Cada cultura tem uma média de aplicações de defensivos agrícolas. A lavoura de soja recebe oito aplicações; o milho, cinco; o algodão, 18; a cana-de-açúcar, três; e a uva aproximadamente 60 aplicações.

Para evitar o desperdício, pesquisadores de universidades se juntaram a empresas privadas do ramo para treinar produtores rurais e agrônomos sobre a necessidade de uma aplicação correta de defensivos, seja eles fungicidas, herbicidas ou inseticidas.

Plantação recebendo pulverização

O grupo defende o uso adequado de tecnologias de aplicação para evitar a deriva, ou o desperdício, e assim garantir a eficácia do produto e a segurança ambiental.

“Muitas vezes, a maior reclamação do agricultor é a falha no controle de pragas e doenças, mas aí se verifica que o equipamento utilizado foi mal regulado, o bico utilizado não foi o recomendado, foram utilizadas doses inadequadas, além da mistura de produtos de forma errada”, explica o professor e doutor da Universidade Estadual do Norte do Paraná, Robinson Osipe.

O coordenador regional da Emater, Gervásio Vieira, diz que os agrônomos têm grande responsabilidade na conscientização dos produtores sobre essa questão. Os profissionais precisam estar no campo orientando cada vez mais os agricultores para a aplicação correta.

“Esse olhar profissional ainda é insuficiente. O produtor precisa procurar a assistência técnica e se capacitar. O agricultor muitas vezes acha que está fazendo o certo, mas está errando.  E o erro só é descoberto quando briga com o vizinho ou recebe uma multa por ter poluído uma mina de água”, detalha o coordenador do Emater.

O Instituto Emater acredita que até 2018, 24 mil produtores e aplicadores de agrotóxicos e mais 2.400 profissionais ligados à assistência técnica e extensão rural, sejam capacitados adequadamente por meio desses treinamentos.

“Acredito que só daqui aproximadamente 30 ou 40 anos teremos uma tecnologia tão eficiente para reduzir o desperdício de aplicações em aproximadamente 3%. Mas, para chegarmos a esse baixo índice de desperdício, toda a cadeia deve estar capacitada e seguir corretamente todas as recomendações”, conclui o professor Marco Antônio Gandolfo.

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