Em parceria inédita, usinas de cana de açúcar se juntam a produtores de soja, no Pontal do Paranapanema – a mais nova fronteira agrícola do grão, no estado de São Paulo, bem perto da divisa com o Paraná. A união ainda […]
Em parceria inédita, usinas de cana de açúcar se juntam a produtores de soja, no Pontal do Paranapanema – a mais nova fronteira agrícola do grão, no estado de São Paulo, bem perto da divisa com o Paraná. A união ainda conta com a ajuda da tecnologia que tem sido indispensável no monitoramento à distância. Entenda como é feita a renovação dos canaviais.
Quem passa pelo Oeste paulista, acostumado a ver canaviais por todos os lados, tem se surpreendido com a paisagem. Em terras dominadas pela cana de açúcar, a soja está entrando para valer!
E ela não chegou para concorrer e sim para acrescentar. É uma dobradinha que começou recentemente e já tem colhido bons frutos. Um projeto inovador firmado entre usineiros e a Cocamar, cooperativa paranaense, prevê a renovação dos canaviais com a plantação da leguminosa. É uma oportunidade do produtor de soja paranaense ampliar o plantio, uma vez que no estado está cada vez mais difícil encontrar área para aumentar a lavoura.
O projeto funciona assim: a usina arrenda a terra para a cooperativa que subarrenda aos produtores. Todo mundo ganha. Sem contar com o benefício agronômico que a soja deixa para a cana. “A soja traz um reforço de nutrição e garante mais nitrogênio”, diz Renato Quintino, agrônomo e Especialista em Transformação Digital da Syngenta Digital.
A vida útil de um canavial gira em torno de cinco ciclos, sendo necessário uma renovação da terra depois desse período. “Tem que reestruturar o solo, os nutrientes porque a cana perde a capacidade de rebrotar e garantir a mesma produtividade”. E o tempo para renovar essa área ser encaixa perfeitamente no tempo do cultivo da soja: quatro meses. Desse modo, assim que a cana velha é retirada, a soja, que entra em uma terra previamente limpa e preparada pela usina, cumpre seu ciclo. Depois de colhida, a área volta a receber mudas de cana formando um canavial reformado e mais produtivo. “Além da reestruturação do solo, fica a adubação verde mesmo depois da colheita. Permanecem a palha, a fixação de nitrogênio no solo. Outro ponto legal é que, por serem espécies diferentes, quebra todo o ciclo de pragas e doenças. A gente entrega uma área melhor para a volta da cana”, afirma Renato. Melhor e mais produtiva. Segundo estimativas, a rotação pode permitir um aumento de 15% na produtividade média.
A solução foi muito bem aceita e ainda tem rendido um ganho financeiro. Antes da integração soja-cana, as usinas usavam plantas não comercializadas, como milheto e crotalária para revigorar as áreas. “Nesse caso, o retorno é apenas agronômico. Já a soja tem como diferencial a rentabilidade”, acrescenta o agrônomo.
Na última safra com a soja auxiliando na renovação dos canaviais, três usinas fizeram parte da parceria, em um total de cerca de vinte mil hectares reformados. Nesta próxima safra, a Cocamar estima um número ainda maior.
A parceria entre cooperativa e usinas começou em 2019. No ano seguinte, a Syngenta Digital entrou no projeto permitindo um manejo mais assertivo e fácil, mesmo à distância, através do programa Controle Certo. Com ele, todos os produtores que participam da renovação nas usinas de cana de açúcar monitoram do Paraná as lavouras que estão em São Paulo.
É uma ferramenta indispensável todos os envolvidos. Para os produtores traz dados confiáveis e em tempo real do que está acontecendo na lavoura. A tecnologia, na palma da mão, gera alertas automáticos sobre a presença de pragas, por exemplo. “Imagina você, do celular, de outro estado, acompanhando a sua lavoura! Facilitou demais. Quando eu ia para a plantação, já sabia exatamente o que ia encontrar”, conta Matheus Elsner, produtor rural que plantou 250 hectares de soja dentro de uma das usinas participantes. Matheus também destaca a funcionalidade da previsão do tempo. “Eu sabia como seria o tempo para a minha área. Se estava ou não favorável para fazer uma aplicação. A tecnologia ajudou demais”, enfatiza.
No Controle Certo, os cooperados também tiveram a disposição uma equipe especializada no monitoramento digital para auxiliá-los nas tomadas de decisões.
Já para os usineiros, “o Controle Certo trouxe seguranças”, explica Renato. A cana é uma cultura muito peculiar e o maior medo do setor era que a rotação com a soja pudesse causar danos, como um impacto do glifosato ou um eventual estrago nas mudas pela movimentação das máquinas.
Saiba mais sobre o Controle Certo
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