O trabalho coletivo e a tecnologia são poderosos aliados no controle de pragas no parque citrícola dos municípios de São Paulo e Minas Gerais. Prova disso é o Alerta Fitossanitário do Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus). O sistema se […]
O trabalho coletivo e a tecnologia são poderosos aliados no controle de pragas no parque citrícola dos municípios de São Paulo e Minas Gerais. Prova disso é o Alerta Fitossanitário do Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus). O sistema se tornou uma importante ferramenta para os citricultores no manejo regional do Greening (HLB), a mais destrutiva doença dos citros no Brasil.
O Alerta foi criado para monitorar a presença de psilídeo Diaphorina citri, o inseto transmissor das bactérias Candidatus Liberibacter asiaticus e Candidatus Liberibacter americanus e que causam a HLB (huanglongbing/greening), a pior doença que afeta os pomares de laranja.
Ele funciona por meio de armadilhas adesivas amarelas georreferenciadas, que são instaladas nas áreas monitoradas (pelos produtores das regiões, ou pelo Fundecitrus).
Essas armadilhas geram dados de análise sobre a flutuação populacional do psilídeo, organizando informações sobre a população do inseto e da presença de brotações nas propriedades e nas regiões monitoradas.
Os citricultores das regiões também abastecem um sistema online com informações sobre a população de psilídeos encontrados nas armadilhas de suas propriedades e com avaliações e perspectivas de suas lavouras.
Juntando esses dados aos relatórios gerados pelas armadilhas, os produtores conseguem informações exclusivas e que mostram a situação de cada uma das propriedades e regiões participantes, indicando quais os locais críticos de presença do inseto e onde é necessário fazer o controle.
Economia e assertividade
Quando há necessidade de controle, o Fundecitrus envia um alerta para os produtores cadastrados informando os picos da população de psilídeo e a necessidade de pulverização conjunta na região. Dessa forma, o alerta potencializa o manejo regional de HLB, já que o combate e controle são feitos em larga escala e ao mesmo tempo, eliminando as plantas com sintomas da doença.
Produtores que utilizam o alerta estão satisfeitos com o resultado. “Não adianta atuar isolado em minha propriedade sem olhar para o entorno e isso se tornou mais fácil e prático com o uso do sistema”, diz Humberto Francisco Nucci, da região de Lins.
As vantagens do sistema são inúmeras, e uma das mais expressivas impacta o bolso do produtor, que acaba economizando com defensivos. “Sei qual é o momento certo de realizar as aplicações e o efeito delas dura mais tempo quando todo mundo da região também faz”, afirma Sebastião Zeulli, citricultor da regional de Frutal.
Além da redução no número de aplicações, a tendência é que as pulverizações tenham seu efeito potencializado, quando feitas integradas em várias propriedades ao mesmo tempo. Isso porque a ação conjunta evita a migração do inseto entre pomares não pulverizados para outros recém-pulverizados, aumentando o período entre as infestações.
Desde abril de 2017 a ferramenta cobre 61,9% do parque citrícola no Brasil – que engloba municípios de São Paulo e Minas Gerais, principal área produtora de citros do país. A participação na ferramenta é gratuita e mostra como os esforços integrados podem potencializar os resultados na guerra contra a perda de produtividade.
Manejo integrado
O Alerta Fitossanitário é uma das importantes ferramentas de apoio ao controle do inseto transmissor de HLB, mas o manejo integrado ainda é a forma mais eficiente de combate ao greening. Ele inclui outras iniciativas como o monitoramento adequado, que deve ser feito simultaneamente por todos os citricultores da mesma região.
De acordo com orientações do Fundecitrus, é recomendado realizar no mínimo seis inspeções em todas as plantas cítricas durante o ano. Entre os meses de fevereiro e setembro os sintomas são mais visíveis, mas as inspeções devem ser frequentes em todas as plantas do pomar.
Futuro sustentável
A citricultura é alvo de muitas pragas e doenças, mas também conta com vários tipos de ferramentas para lidar com problemas fitossanitários. O setor deve se especializar ainda mais no futuro, com foco em lavouras cada vez mais saudáveis, produtivas e sustentáveis. Inovações tecnológicas surgem a cada dia para oferecer aos produtores ações mais inteligentes, baratas e naturais no combate às ameaças.
Curiosidades
O sistema de Alerta Fitossanitário cobre 249 mil hectares de citros por meio de 27.433 armadilhas amarelas georreferenciadas. O monitoramento acontece em nove regionais: Araraquara, Avaré, Bebedouro, Casa Branca, Franca, Frutal, Lins, Novo Horizonte e Santa Cruz do Rio Pardo.
O Fundecitrus – Fundo de Defesa da Citricultura foi criado em 1977 e se tornou um centro de inteligência e referência mundial para o controle de doenças de citros. A instituição atua no desenvolvimento de pesquisas, novas tecnologias e soluções para o campo.
Para saber outras informações, acesse www.fundecitrus.com.br.
Fotos: Fundecitrus
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