Um dos grandes desafios enfrentados pelo agricultor da atualidade é encontrar o ponto de viabilidade econômica para seu negócio. Cada produtor tem sua estratégia na busca por melhores resultados nessa equação. Sabendo que não basta produzir muito – mas é […]
Um dos grandes desafios enfrentados pelo agricultor da atualidade é encontrar o ponto de viabilidade econômica para seu negócio. Cada produtor tem sua estratégia na busca por melhores resultados nessa equação. Sabendo que não basta produzir muito – mas é preciso produzir com qualidade, eficiência e rentabilidade – alguns encontraram no sistema de integração lavoura-pecuária (ILP) um ponto de equilíbrio.
De acordo com Julio Cesar Salton, pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste, os benefícios da utilização dessa boa prática agrícola são integrados. Na soja, por exemplo, “a pastagem favorece a lavoura pelo funcionamento do sistema radicular que melhora a estrutura do solo, fornecendo ótima quantidade de palha para realizar o plantio direto. A pastagem, por sua vez, é beneficiada pelo fornecimento de nutrientes residuais da adubação e do nitrogênio fixado pela soja”, esclarece.
Além disso, ocorre uma importante redução na ocorrência de pragas, doenças e plantas daninhas devido a diversificação dos cultivos.
Investimento
Para implantação do sistema integrado, o produtor deve levar em conta a necessidade de infraestrutura específica para cada tipo de atividade, conforme relata o analista da Embrapa Agropecuária Oeste, Alceu Richetti. Para o produtor de grãos fazer pecuária, por exemplo, os investimentos estão voltados para a aquisição de animais, instalações (cercas, curral, água e outras) e mão de obra especializada. “Já para o pecuarista produzir grãos, fibras e energia, há a necessidade de investimento em máquinas, equipamentos, benfeitorias e mão de obra especializada no manejo de máquinas agrícolas”, completa.
Ivan Konig, diretor comercial da El Tejar, conta que depois de adotar a integração lavoura-pecuária, a empresa passou a dispor de milho mais barato para ração animal e em grande quantidade. “Tínhamos a necessidade de melhorar a produtividade em algumas áreas de solo mais arenoso e com histórico de baixa produtividade de soja”, conta. A solução encontrada para melhorar a rentabilidade do cultivo foi plantar braquiária nessas áreas após a colheita da soja e investir em estrutura para pecuária.
O diretor comercial explica que a empresa adotou o modelo de semi-confinamento com suplementação de até 2% do peso vivo do animal em regime de pasto, com lotação de cinco animais por hectare. “O plano é manter esse modelo de pecuária nestes solos por dois a três anos. Depois, voltar com a soja por duas safras e retornar à pecuária, fechando o ciclo”, explica.
Conforme define a Embrapa, o ILP é uma estratégia de produção sustentável que integra atividades agrícolas, pecuárias e florestais realizadas na mesma área. Ele pode ser implantado de diversas formas, e a mais utilizada é a alternância da pastagem com lavouras, geralmente em ciclos de dois anos com pasto e dois anos com safras de grãos. A implantação baseia-se nos princípios de rotação ou consórcio entre culturas e grãos para produzir, na mesma área, grãos, carne, leite e outros produtos ao longo do ano.
Primeiro passo
Produtores que desejam dar o primeiro passo para a sustentabilidade de seus negócios, e veem na integração lavoura-pecuária uma estratégia, devem buscar informação e capacitação antes de tudo. Também é preciso estar consciente que o sistema exige maior dedicação e esforço por parte do agricultor-pecuarista.
“Serão duas atividades (lavoura e pecuária) que ocorrerão simultaneamente em sua propriedade,exigindo um envolvimento muito maior do produtor em todas as fases do negócio, desde a compra de insumos à comercialização do produto”, refor-
ça Salton.
Ter um bom diagnóstico da área, correções de deficiências, enfim, exige planejamento e acompanhamento para o sucesso da atividade”.
Além disso, o apoio técnico é essencial, já que o sistema é mais complexo do que uma atividade
isolada. “Ter um bom diagnóstico da área, correções de deficiências, enfim, exige planejamento e acompanhamento para o sucesso da atividade”, finaliza o pesquisador da Embrapa Oeste, Júlio Salton.
Qual a diferença entre consórcio, sucessão e rotação de culturas?
Quando duas ou mais espécies vegetais são cultivadas na mesma área simultaneamente, damos o nome de consórcio. Já quando duas espécies vegetais são semeadas, uma após a colheita da outra, dentro do mesmo ano agrícola, chamamos de sucessão de cultivos, a exemplo da sucessão soja-milho safrinha que acontece na região central do Brasil. A rotação acontece quando se alterna as espécies vegetais ocupando o mesmo espaço físico e período do ano. Esse sistema visa, principalmente o combate a problemas fitossanitários.
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