Segundo a Embrapa, estima-se que o país perca, todos os anos, mais de um bilhão de dólares com pragas e doenças do milho. Uma das mais conhecidas é o enfezamento do milho. Saiba mais sobre o que é e como é realizado seu […]
Segundo a Embrapa, estima-se que o país perca, todos os anos, mais de um bilhão de dólares com pragas e doenças do milho. Uma das mais conhecidas é o enfezamento do milho. Saiba mais sobre o que é e como é realizado seu manejo.
O milho é uma das principais culturas do Brasil, representa cerca de 40% de toda a safra de grãos. Sua produção só cresce a cada ano. Muito graças ao sistema safra e safrinha que permite que ele seja cultivado mais de uma vez no ano. Se por um lado isso é positivo, por outro, esse aumento do cultivo quebra a sazonalidade do plantio, aumentando a pressão de pragas e doenças. Uma das mais conhecidas é o enfezamento do milho. Já ouviu falar?
Os enfezamentos são doenças causadas por molicutes (espiroplasma e fitoplasma). Estes microrganismos infectam o milho e se reproduzem nos vasos condutores de seiva, afetando a fisiologia e dificultando a absorção de nutrientes pela planta. Uma vez infectadas, elas apresentam raízes menores e produzem menos grãos se comparadas a plantas sadias.
Existem dois tipos de enfezamento: o enfezamento-pálido, causado por espiroplasma e o enfezamento-vermelho, por fitoplasma.
No enfezamento-pálido, os sintomas se manifestam, na maioria das vezes, na fase de produção das plantas de milho. Manchas na base das folhas começam a surgir e, com o tempo, se juntam formando bandas grandes. Os entrenós se desenvolvem menos e a planta fica com a altura reduzida. Brotos também aparecem nas axilas das folhas que ganham um tom mais amarelado, assim como o colmo.
Já no enfezamento-vermelho, os primeiros sintomas aparecem na segunda semana depois da planta infectada. Sua altura fica comprometida e suas folhas mais avermelhadas.
Tanto no enfezamento pálido quanto no vermelho podem ocorrer a proliferação e má granação das espigas, grãos chocos e, em alguns casos, até a morte prematura.
A incidência dessa doença tem aumentado nos últimos anos principalmente em regiões em que se é praticado o cultivo sucessivo de milho no mesmo ano, como Minas Gerais e Sudoeste de Goiás.
O enfezamento é transmitido pela cigarrinha-do-milho, de nome científico Dalbulus maidis. Esse inseto de apenas meio centímetro e de difícil controle, com duas manchas negras na cabeça, é responsável por um estrago e tanto na lavoura. Há casos em que a redução da produtividade chega a 70% em relação a plantas sadias. Seu ciclo (ovo até adulto) tem em torno de 25 dias, e a longevidade do adulto em média é de 50 dias, podendo chegar a 110 dias.
A cigarrinha do milho se alimenta sugando a seiva das plantas. Se a planta estiver doente, ela adquire os espiroplasmas e fitoplasmas. Os microorganismos entram no inseto e, em apenas três semanas, se espalham por diversos órgãos, multiplicando-se no interior da cigarrinha. Ao se alimentar novamente em uma planta sadia, ela transmite o enfezamento. E o ciclo da doença recomeça.
É importante destacar que as cigarrinhas podem migrar a longas distâncias, inclusive de um talhão para o outro, transmitindo o enfezamento. E uma vez contaminada pelos molicutes, a cigarrinha-do-milho se torna transmissora por toda a vida. A temperatura e a disponibilidade de hospedeiros são fatores limitantes para a manutenção e a explosão populacional dessa espécie.
Para o controle dessa doença, uma série de medidas devem ser adotadas pelos agricultores, a começar por evitar a semeadura do milho próximo a lavouras mais velhas e com alta incidência dos enfezamentos.
Usar cultivares com resistência genética aos enfezamentos também é indicado para minimizar os danos, além de evitar plantios consecutivos no mesmo talhão.
Considere também fazer a rotação de culturas com plantas não hospedeiras da doença para quebrar o ciclo. E por fim, em regiões com alta incidência de enfezamentos e de cigarrinhas, é recomendado interromper temporariamente o cultivo do milho para eliminar a doença. Entre as variedades do milho, o milho doce e pipoca são os mais sensíveis aos enfezamentos.
A estratégia mais utilizada no controle ao enfezamento do milho é a resistência de plantas, segundo publicação da Embrapa. Nesse caso, pode ser patógeno ou ao vetor, uma vez que há variabilidade genética.
O tratamento de sementes, do solo e a pulverização das plantas logo após a emergência da doença também reduz a população de cigarrinhas. As aplicações foliares de inseticidas com base na amostragem da população da praga são indicadas, podendo ser feitas cerca de 40 dias após a germinação, se estendendo até o pendoamento.
Mas antes de qualquer combate, é imprescindível o monitoramento da lavoura de milho, desde as fases iniciais, para identificar a presença das cigarrinhas ou sintomas dos enfezamentos e assim ter a real dimensão do problema na área. A agricultura digital permite um monitoramento georreferenciado. Nele, o produtor tem um controle mais assertivo de pragas, enquanto protege a safra e garante uma maior produtividade.
Colheitadeiras em campo, vagens secas, grãos marrons…. É o ciclo da soja chegando ao fim! Nesse momento, muitas vezes, a oleaginosa dá lugar a outro grão e o produtor rural se volta para o plantio do milho safrinha. Trata-se de uma oportunidade para o agricultor, já que os preços […]
Leia na íntegraNada tira mais o sono do cafeicultor que o Bicho-mineiro. Principal praga do café, ela tem potencial de devastar a lavoura, comprometendo a produtividade. Saiba como é realizado o manejo. Índice: O que é bicho-mineiro e qual a sua origem? Entenda o comportamento […]
Leia na íntegraDevido ao seu alto poder nutritivo e preço relativamente baixo, a cultura de plantação de feijão tem uma grande importância para o agronegócio nacional, especialmente, no que diz respeito à agricultura familiar. Neste artigo, você conhecerá mais sobre a cultura […]
Leia na íntegra