Você sabia que o picão-preto pode fazer você perder até 30% da sua safra de grãos? Entenda melhor sobre a resistência dessa daninha em solo nacional O picão-preto é uma planta daninha que está presente em toda a América do […]
Você sabia que o picão-preto pode fazer você perder até 30% da sua safra de grãos? Entenda melhor sobre a resistência dessa daninha em solo nacional
O picão-preto é uma planta daninha que está presente em toda a América do Sul, do Norte e na África. Aqui no Brasil, podemos encontrá-lo em todo o território nacional.
Fazer um bom controle dessa planta daninha acaba sendo uma questão importante aos produtores rurais porque o picão-preto causa altas infestações nas lavouras, levando a cerca de 30% de perda na produtividade das lavouras.
Picão-preto, ou Bidens pilosa — seu nome científico —, está presente em toda a América tropical e também na África, como falamos, podendo se desenvolver e crescer de um jeito rápido, sendo encontrada em nosso território durante o ano inteiro.
Uma das suas características é que a reprodução acontece exclusivamente por sementes, com alta produção, inclusive. A temperatura ideal para germinação é de 15oC e temperaturas acima de 35oC costumam ser letais.
Vale dizer que o picão-preto é indiferente à luz quando pensamos na germinação, entretanto a luz consegue otimizar a germinação, tornando a daninha ainda mais forte, fato que a confere o caráter de fotoblástica positiva, em alguns casos. Outra curiosidade é que suas sementes podem se instalar em grandes profundidades — chegando até 10 centímetros — e contam com boa longevidade, germinando até 5 anos depois.
Ou seja, devido a essa realidade, o acúmulo de palhada na área e cultivo do solo não são eficientes para controle de picão-preto.
Assim, uma das preocupações que o picão-preto causa nos produtores rurais é que esta daninha infesta as lavouras de forma perene e com grande intensidade, além de o fato de ser uma planta hospedeira de vírus, nematóides e fungos
Podemos descrevê-la como uma planta herbácea, ereta, com porte variando entre 20 centímetros e 1,5 metro. Seu desenvolvimento rápido, tal qual a produção de sementes. Veja mais características morfológicas.
O picão-preto também é considerado uma planta medicinal, cujas propriedades são anti-inflamatória, antioxidante, relaxante muscular e antimicrobiana, ajudando a tratar infecção urinária, reumatismo, diabetes, hipertensão, malária, dor no estômago e herpes.
Mesmo com todas essas características, não é recomendado que se consuma picão-preto por conta própria. O mais indicado é sempre conversar com um médico antes, ok?
Hoje, sabe-se que o glifosato permite um ótimo controle do picão-preto nas culturas de grãos (como soja e milho), até quando estamos diante de plantas já desenvolvidas.
Mesmo assim, em nosso país, sempre existiu resistência a diferentes herbicidas. Em estudo do Comitê de Ação a Resistência aos Herbicidas (HRAC-BR), podemos ver um histórico dessa resistência, considerando diferentes espécies de picão-preto. Veja:
Além disso, para evitar futuras resistências, existem algumas boas práticas, como:
Antes de mais nada, considere o período de entressafra como o melhor momento para este manejo, afinal, há mais tipos de herbicidas que podem ser usados. Lembrando que o ideal é aplicá-lo em plantas de duas a quatro folhas, o que garante mais eficiência.
Veja os principais herbicidas que podem ser usados.
Uma opção para manejo sequencial, deve ser associado a outros herbicidas sistêmicos. É preciso dar um intervalo entre a aplicação e a semeadura de 1 dia, tomando cuidado com a deriva em áreas vizinhas.
Como falamos, ele tem controle eficiente de plantas pequenas (2 a 4 folhas). Pode ser utilizado na primeira aplicação do manejo sequencial.
Opção para plantas pequenas (2 folhas) ou em manejo sequencial, controlando a rebrota de plantas maiores.
Use-o em primeiras aplicações de manejo sequencial, associando-o a outros herbicidas sistêmicos.
Conheça as possibilidades.
Tem ação residual para controle de banco de sementes quando usado na primeira aplicação do manejo no outono.
Também com ação residual para controle de banco de sementes se aplicado na primeira aplicação do manejo outonal, em associação a herbicidas sistêmicos.
Ainda é necessário ter em mente que o manejo de picão-preto na pós-emergência da soja convencional não é uma boa prática, afinal, são poucas opções a serem usadas, sendo eficiente apenas para segurar o crescimento da daninha.
Para usar a dose ideal e optar por herbicidas registrados, entenda a realidade do terreno e dos cultivos, além de contar com a ajuda de um engenheiro agrônomo, evitando altas dosagens que podem causar mais resistência ao picão-preto. Você ainda precisa cuidar para um monitoramento adequado da planta daninha de picão-preto, ok?
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