A soja é uma leguminosa de ciclo anual (90-150 dias), e a melhor escolha da cultivar dependerá de sua adaptação ao fotoperíodo (coordenadas geográficas), época de semeadura, fertilidade do solo, sistema de produção/rotação (soja-soja, soja-milho, cana-soja, pastagem-soja, etc.), finalidade de […]
A soja é uma leguminosa de ciclo anual (90-150 dias), e a melhor escolha da cultivar dependerá de sua adaptação ao fotoperíodo (coordenadas geográficas), época de semeadura, fertilidade do solo, sistema de produção/rotação (soja-soja, soja-milho, cana-soja, pastagem-soja, etc.), finalidade de consumo dos grãos etc.
De forma geral, as cultivares que apresentam florescimento com pelo menos 40 dias de idade e plantas com estatura final no estádio de maturação acima de 60 cm, podem ser semeadas desde outubro até dezembro.
A distância entre as linhas de semeadura deverá ser planejada para se adequar à regulagem das semeadoras e ao manejo da cultura.
A densidade de sementes com viabilidade superior a 70% na linha de semeadura deverá variar de 15 a 20 sementes, implicando num consumo aproximado de 50 a 80 kg/ha, dependendo do tamanho médio das sementes (peso de 1.000 sementes).
Preparo do solo e manejo da cultura
Considerando a análise do solo, é recomendado aplicar calcário para elevar a saturação. Mas o produtor deve ficar atento, pois a ciência mostra que a soja responde à relação Ca: Mg ampla, de 20: 1. Existe, assim, a possibilidade de escolha de calcário calcítico, mas deve-se observar se a relação não se tornará larga demais ao longo do tempo, desequilibrando a melhor proporção.
Para um bom preparo do plantio, também é fundamental efetuar a inoculação das sementes com bactérias fixadoras de N. Elas devem ser específicas da soja e de boa qualidade, assegurada pela origem, prazo de validade e conservação em temperaturas adequadas.
Com base na análise do solo e na produtividade esperada, o produtor deve ainda determinar as doses de fertilizantes para suprir os macronutrientes e micronutrientes e monitorar bem em torno do valor pH 6. Acima disso, há alta probabilidade de deficiência de Mn, entre outros.
Fósforo
Todo o fósforo deve ser aplicado no fundo do sulco, no plantio. A mistura de fertilizantes mais e menos solúveis (superfosfatos e fosfatos de rocha) tem sido proposta, mas o uso de superfosfatos garantem produtividades elevadas, enquanto o uso isolado de fosfatos de rocha tendem nao serem eficientes, limitando a generalização da prática de fosfatagem para os cultivos convencionais.
Obviamente, para sojas especiais, como produção direta de gêneros alimentícios, tais como leite, queijos, etc, seria melhor dimensionado o uso de fosfatos naturais em cultivo orgânico, o qual torna-se difícil para a soja produzida em larga escala, que é melhor operacionalizada com fontes minerais de fertilizantes. Portanto, uso de fosfato de rocha nacional seria recomendável para o nicho de mercado específico, orgânico.
Nutrientes
A fertilização com K é melhor aproveitada se dividida ao menos em duas aplicações ao invés de toda no plantio. Sugere-se aplicar a segunda metade aos 30 dias após a germinação.
A utilização de fontes formuladas que não contenham S em sua composição (e.g., 0-30-15 ou similares), poderá resultar, ao longo do tempo, em baixa disponibilidade deste macronutriente. Como não é um nutriente avaliado na análise de solo de rotina, vale enaltecer a importância de seu monitoramento, tanto com relação aos sintomas de deficiência mais clássicos (amarelecimento de folhas jovens – de cima para baixo), como pela solicitação ao laboratório de sua inclusão na análise do solo e diagnose nutricional via foliar, coletando-se a terceira folha a partir do ápice na haste principal, com pecíolo, na ocasião do florescimento.
Com o uso de soperfosfato simples, a deficiência de S não é preocupação. Além disso, o superfosfato simples possui gesso agrícola em sua composição. Esse fato dá a ele a propriedade de condicionador da subsuperfície do solo, melhorando o ambiente radicular das culturas naquelas regiões onde a chegada do gesso agrícola é onerosa.
Primeiros cuidados após plantio
Os primeiros 30 dias após a emergência das plantas são muito importantes. Deve ser minimizada a ação de competidores, com manejo integrado da fertilidade do solo e de pragas, doenças e plantas concorrentes, visando preservar ao máximo a população dos inimigos (na verdade amigos!) naturais das pragas.
Desfolhas nesses primeiros 30 dias comprometem significamente a produtividade. Após todas as etapas culturais, biológicas, ou seja, todas as práticas mais ecológicas possíveis, se, ainda assim, for necessário o controle químico, a escolha dos agrotóxicos e sua aplicação deverá ser orientada por profissionais treinados e competentes para assistência técnica.
A soja atinge o ponto de maturação para colheita quando ocorre a senescência e a queda das folhas. Estando as vagens e sementes já secas. É importante colher os grãos, mas manter a palhada sobre o solo, para efetivar o sistema plantio direto, como abordamos nos outros textos desta série especial.
Por Marihus Altoé Baldotto e Lílian Estrela Borges Baldotto – Professores da Universidade Federal de Viçosa
Este é o segundo artigo da série “Produzindo Mais”. Leia outros artigos aqui.
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