SAFRA RECORDE, rentabilidade nem tanto
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SAFRA RECORDE, rentabilidade nem tanto

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Muitos fatores contribuíram para que a soja, principal grão do agronegócio brasileiro, tivesse uma safra recorde em 2016/2017. De acordo com a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) a produtividade da soja em grão deve alcançar a marca […]

por Syngenta Digital
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SAFRA RECORDE, rentabilidade nem tanto
Safra recorde de soja em 2017

Muitos fatores contribuíram para que a soja, principal grão do agronegócio brasileiro, tivesse uma safra recorde em 2016/2017. De acordo com a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) a produtividade da soja em grão deve alcançar a marca de 110,70 milhões de t (projeção de abril/2017) – números que refletem o avançado padrão tecnológico da cultura, além das condições climáticas favoráveis.

Conforme explica Henry Sato, Coordenador Técnico do Comitê Estratégico Soja Brasil – CESB, a produtividade foi resultado da convergência dos fatores de clima, solo e manejo sustentado pela genética. “A atual safra que estamos vendo é fruto de todos esses fatores, sendo que ela foi construída ao longo de outras safras. Os ajustes das práticas feitos safra após safra também permitiram o resultado que estamos vivendo. Dessa forma, os produtores fizeram a parte deles e o clima trouxe condições para auxiliar na manifestação desse potencial produtivo”, esclarece.

No entanto, mesmo com os números positivos, a rentabilidade do produtor deixou a desejar. Houve um grande volume de grãos produzidos, mas fatores como baixos preços pagos pela soja, altos custos de produção e logística estão fazendo com que os agricultores saiam desse momento histórico no campo brasileiro com o bolso praticamente vazio.

O câmbio, a baixa demanda por grãos – com a crise na produção e exportação de carnes – a redução das exportações e aumento dos preços dos insumo engrossam a lista dos fatores que influenciaram a pouca rentabilidade do produtor nesta safra.

Baixa de preços

De acordo com Claudeir Pires, Consultor em Agronegócio e Consultor de Investimentos, os preços praticados hoje estão 30% menores do que em outubro de 2016, momento em que o agricultor começou o seu plantio.

Levantamentos da Companhia Nacional de Abastecimento – Conab, apontam que as exportações contraíram e os principais motivos são as baixas comercializações – em razão dos baixos preços internacionais e da desvalorização da moeda nacional frente ao dólar. Isso fez com que a venda de soja caminhasse em ritmo lento, principalmente nos estados de Mato Grosso (MT) e Paraná (PR), dois grandes produtores do país. Com os preços baixos, as negociações ficaram travadas e a soja estocada nos armazéns.

Caso não haja aumento nos números de exportações e consumo, os estoques de soja devem ser de 4,44 milhões de toneladas, o segundo valor mais alto dos últimos dez anos, segundo a Conab.

Alto custo de produção

Henry Sato explica que os custos de uma lavoura de alta produtividade e de baixa produtividade não são tão diferentes. Os critérios do produtor é que fazem com que ela seja produtiva e lucrativa. “Ele decide onde investir tempo e energia e até mesmo o seu dinheiro. O investimento desses três fatores, nos locais que a lavoura precisa é que trazem resposta em produtividade. O contrário, também é verdadeiro, e isso é o que torna a agricultura cara. A reflexão deve ser onde investirmos nosso tempo, energia e capital”, salienta.

De acordo com o Coordenador Técnico do CESB é difícil avaliar em poucas palavras o que falta para que os produtores de soja alcancem maior viabilidade econômica, mas destaca algumas variáveis importantes para uma lavoura campeã: “olhar para solos em perfil é obrigatório, semente de boa qualidade, posicionamento do material genético, distribuição de plantas – principalmente quando o clima nos traz condições de luz boa há uma expressão muito grande de produtividade -, a proteção de plantas contra doenças e pragas, lavoura limpa de plantas daninhas, manejo nutricional da parte aérea e muito cuidado na dessecação de soja”, enumera.

Sato analisa que a tecnologia trouxe para os produtores maior opção de controle e eficiência, além de auxílio para a tomada de decisão, o que resultou em aumento de desempenho nas lavouras. No entanto, o Coordenador Técnico alerta para que as tecnologias dos materiais genéticos, inseticidas, fungicidas e herbicidas sejam utilizados com cautela. “Elas exigem do produtor uma grande responsabilidade para usá-las dentro dos seus limites, justamente para preservarmos o efeito delas. Isso é questão muita séria e depende dos técnicos que estão na ponteira do campo também”, completa.

Logística

Na visão de Luiz Antonio da Silva, Diretor Executivo do Comitê Estratégico Soja Brasil – CESB, um dos grandes gargalos na produção é a logística. Ele avalia que os produtores brasileiros sabem produzir soja, mas eles precisam se organizar melhor e principalmente entender como melhorar a logística da produção.

“Se for comparar os números de quanto custa para um agricultor do Mato Grosso colocar soja no Porto de Paranaguá – uma das principais portas de saída dos grãos para o exterior – e quanto custa para um agricultor norte-americano colocar soja em um dos portos do país, a diferença será gritante”, analisa o Diretor Executivo.

Para Silva, trabalhar com rentabilidade e viabilidade econômica é essencial. Também é importante que o produtor adote boas práticas de cultivo e entenda como capilarizar o sistema produtivo de modo geral para atuar com sustentabilidade econômica e social.

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