Strider entrevista: Luimar Luiz Gemi
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Entrevista com Luimar Luiz Gemi

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O estado do Mato Grosso é responsável por quase 30% de toda a soja produzida no país, além de ser a região em que mais se produz milho safrinha. Neste cenário, se destaca o município de Sorriso, conhecido também como […]

por Syngenta Digital
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Strider entrevista: Luimar Luiz Gemi

O estado do Mato Grosso é responsável por quase 30% de toda a soja produzida no país, além de ser a região em que mais se produz milho safrinha. Neste cenário, se destaca o município de Sorriso, conhecido também como Capital Nacional do Agronegócio. Ele é a quarta maior economia do estado, e fica atrás apenas da capital Cuiabá, de Várzea Grande e de Rondonópolis. Sorriso é um dos municípios com maior área dedicada à lavoura, e sua economia é alavancada pelo cultivo de soja – que não para de crescer.Para entender como o município desenvolveu todo esse potencial para o cultivo, conversamos com Luimar Luiz Gemi – Presidente do Sindicato Rural de Sorriso. Ele nos contou como a região se desenvolveu, com muita luta e persistência dos produtores, e como a cidade alcançou o posto de maior produtor de soja em grão do Brasil.

Confira a entrevista!

Quais foram os principais investimentos feitos na região nos últimos anos para que o município chegasse a esse patamar?

Nosso município é ainda muito novo, temos só 31 anos de emancipação, e todas as pessoas que chegaram de diversas regiões do Brasil, vieram muito determinadas e com objetivos bem definidos, sem medo de enfrentar as situações que aqui encontrariam. Inicialmente, realizaram abertura das áreas, para nelas produzir o sustento de suas famílias, e a cada dia surgiam novas necessidades, sempre desafiadoras. Trabalharam na correção de áreas, buscaram por variedades que seriam mais adaptadas a essa região, construíram estradas, pontes e armazéns. Lutaram pela vinda de energia elétrica, telefone, asfalto, centros de pesquisas agrícolas, de capacitação e treinamento dos colaboradores para hoje colher os frutos desses esforços.

A que você atribui o sucesso da região na produção de grãos?

À dedicação e à persistência dos agricultores em acreditar que seria possível transformar o solo do cerrado em fértil e produtivo. O clima, com duas estações bem definidas, um período seco e outro chuvoso, também foi essencial.

Outro ponto foi a aceitação dos agricultores para investimentos em tecnologias, máquinas modernas e eficientes, variedades produtivas, produtos novos, e a busca constante por resultados melhores.

Vimos que a safra de grãos foi histórica no país, mas a rentabilidade do produtor não foi tão boa quanto o esperado. O que foi determinante para isso?

O excesso de produtos ofertados sempre vem acompanhado de uma queda de preço. As oscilações do dólar, visto que parte da matéria-prima que utilizamos é importada, foi um ponto de impacto. Por outro lado, as instabilidades políticas e a insegurança das indústrias em se instalarem ou ampliarem suas atividades no Brasil, contribuíram para a retração dos lucros na agricultura. Além, é claro, da distância dos portos, que sempre foi fator para diminuir nossa lucratividade.

O que é preciso fazer para mudar esse cenário e para que os produtores de soja comecem a lucrar mais?

Precisamos de uma política agrícola bem definida, garantias de preços que permitam aos agricultores, em cada uma das regiões do país, saldarem seus custos de produção. É preciso ainda investir na logística de transporte – para os centros consumidores ou portos para exportação, visto que as fronteiras agrícolas estão distantes deles e temos pouca malha rodoviária e quase nenhuma malha ferroviária. Melhorar as estruturas dos portos existentes e construir novos portos logisticamente distribuídos, de forma a atender amplamente o país, é outro ponto fundamental.

O Brasil está caminhando para se tornar o maior produtor de soja do mundo. Quais fatores são essenciais para alcançarmos essa meta?

Uma política agrícola firme, que passe segurança aos agricultores. Linhas de créditos para custear agricultores que buscam recursos junto às instituições financeiras e taxas para custeios agrícolas de juros compatíveis. Precisamos ainda que os governos abram novos mercados de consumo para exportarmos os excedentes e que haja mais investimento em pesquisas para descoberta de variedades mais produtivas, resistentes e tolerantes às doenças e pragas já conhecidas.

Em quais soluções e estratégias os sojicultores não podem deixar de investir para alcançar maior produtividade em sua lavoura?

Plantar variedades compatíveis para a região e com bom potencial produtivo. É importante também ter o custo na ponta do lápis, travar custos, vender várias vezes para fazer boas médias. Outra dica é a rotação de culturas e investir o necessário para extrair o máximo possível, (quanto mais extrair de 1ha, menor será o custo). O cuidado e o investimento no solo são essenciais fatores que não podemos esquecer nunca.

Luimar Luiz Gemi é formado em Medicina Veterinária, é Presidente do Sindicato Rural de Sorriso/MT, Vice Presidente da COOAMI – Cooperativa Mercantil Industrial dos Produtores de Sorriso, e Sócio Administrador da Fazenda Santo Antonio/ Cadu Transportes/Nosso Armazém Gerais.

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