Assim como em outros setores, a indústria têxtil está atenta às boas práticas de produção. Nos últimos anos o Brasil tem se mantido entre os cinco maiores produtores mundiais de algodão, ao lado de países como China, Índia, EUA e […]
Assim como em outros setores, a indústria têxtil está atenta às boas práticas de produção.
Nos últimos anos o Brasil tem se mantido entre os cinco maiores produtores mundiais de algodão, ao lado de países como China, Índia, EUA e Paquistão. Na safra 2016/2017, 78% do algodão produzido por aqui foi certificado pelo programa Algodão Brasileiro Responsável, criado pela a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa).
Nesta mesma safra, 69% da produção nacional recebeu certificado da Better Cotton Initiative (BCI), programa global referência em licenciamento de algodão produzido sob os parâmetros da sustentabilidade. Com estes números, o Brasil tornou-se o maior fornecedor mundial de algodão sustentável, licenciado pela BCI.
Mas afinal, o que é algodão sustentável?
Todos os setores da economia vivem uma demanda crescente por produtos que façam uso racional dos recursos durante sua produção. A indústria têxtil, que possui 29 mil empresas formais em todo o país, não poderia ficar de fora deste movimento pró sustentabilidade. De acordo com dados da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e da Confecção (Abit), o Brasil confecciona ao ano 9,4 bilhões de peças, sendo destas, cerca de 5,3 bilhões em peças de vestuário! Para Arlindo Moura, Presidente da Abrapa, dizer que um algodão é sustentável, significa dizer que a legislação ambiental e trabalhista foram cumpridas e que houve retorno econômico para o produtor.
O cotonicultor que deseja ter sua produção sustentável reconhecida no mercado, deve aderir ao programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR) e cumprir vários pré requisitos. Caso deseje um selo internacional, além do ABR, pode optar também pelo licenciamento BCI. “Decidir ser sustentável não é algo fácil, que se conquista da noite para o dia, mas o engajamento será maior à medida que o produtor se conscientiza das vantagens que a sustentabilidade representa.” afirma Moura.
Conseguir a certificação pode não ser um processo simples, mas o presidente da Abrapa explica que existem técnicas consideradas sustentáveis e que podem ser um primeiro passo. “O Plantio Direto na Palha evita o revolvimento do solo, a erosão, e contribui para o acúmulo de matéria orgânica. Outra prática recomendada é a rotação de culturas, que além de quebrar o ciclo de pragas, faz com que uma lavoura aproveite o que sobrou dos insumos no solo e deixe a sua contribuição para o próximo plantio.”
Vale a pena certificar?
Adotar boas práticas de produção agrícola impacta positivamente na valorização do produto no mercado. Assim como em outros setores, a indústria da moda está atenta. Grandes marcas do varejo, a exemplo da Nike e a C&A, estão caminhando para o consumo exclusivo de algodão certificado pela BCI. Quem produz certo também gera harmonia entre capital e trabalho, além de desenvolvimento para a região onde a fazenda está estabelecida e seu entorno.
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